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À espera dos estudantes

Escolas municipais se preparam para receber mais alunos no modelo presencial nesta volta às aulas

Na próxima segunda-feira, dia 15, as escolas da rede municipal de Flores da Cunha dão início a um novo ano letivo. Mas ele ainda se parece muito com o do ano passado, quando a preocupação com a saúde, para os professores, se tornou tão grande quanto a educação. A diferença está no número de alunos: com a maior aceitação ao ensino presencial, os desafios do combate ao vírus crescem na mesma proporção.
“O retorno presencial teve uma adesão bem grande das famílias, em torno de 90%, bem maior que no ano passado. Então, vamos adotar o modelo de revezamento em todas as turmas. Um dia, alguns alunos vêm à escola e, no outro, acompanham a aula de casa”, explica a diretora da Escola Rio Branco, Priscila Gelati Tronco Betanin. Em 2020, segundo ela, apenas duas turmas realizaram o revezamento, devido ao baixo número de alunos que optaram por voltar às aulas presenciais.
Na Escola Tiradentes, a situação é parecida. No ano passado, algumas turmas do turno da tarde registraram a volta de apenas dois alunos. “Neste ano, nós teremos revezamento em todas as turmas. Temos dois alunos no turno da manhã e cinco no da tarde que ficarão em casa. Os demais, todos retornam”, detalha a diretora da escola, Vivian Fontana de Andrade, que espera começar o ano letivo com aproximadamente 150 estudantes matriculados.
Para Vivian, a preocupação é com os alunos de Educação Infantil, já que muitos deles irão frequentar as aulas pela primeira vez. Os pais sentem a necessidade de acompanhar de perto a adaptação das crianças, inclusive as abraçando em casos de choro – o protocolo, porém, proíbe a circulação deles na escola durante o período letivo, a fim de evitar aglomerações. 
Já para o retorno dos demais, a experiência adquirida em 2020 é algo que tranquiliza a diretora. “Quando retornamos no ano passado, nós tínhamos muitas preocupações, por mais que tudo estivesse organizado. E deu super certo. A rotina dos alunos foi tranquila, eles foram muito responsáveis, os professores se adaptaram bem fácil. Com todos acostumados, seguindo os mesmos protocolos, tem tudo para dar certo de novo”, diz Vivian.
O sucesso das medidas, na visão das diretoras, depende de que toda a comunidade escolar faça a sua parte. “Estamos trabalhando muito para oferecer a segurança necessária para todos que vêm à escola: alunos, professores e funcionários. Nós pedimos para que os pais fiquem atentos a sintomas gripais e não tragam os filhos para a aula nesses casos. Estamos muito contentes com o retorno, mas é bem desafiador e precisamos da colaboração de todos”, afirma Priscila. 

Em Nova Pádua

No município paduense, alguns alunos já retomaram as atividades presenciais na segunda-feira, dia 8. A Escola Municipal de Educação Infantil Profs. Bortolo Bigarella e Idalino Vailatti abriu as portas nessa data para receber crianças de 0 a 2 anos de idade, respeitando todos os protocolos de saúde, baseados nos decretos emitidos pela Secretaria Estadual da Saúde.
Os alunos de 3 a 5 anos retornam às aulas na quarta-feira, dia 17. A escola providenciou um novo mobiliário para as salas de aula a fim de que cada criança tenha a sua própria mesa. Para cada aluno, também serão disponibilizadas cinco máscaras. Outra medida de proteção é a não-utilização do refeitório, fazendo com que as crianças recebam o lanche na sala de aula. “A biblioteca e a sala de informática também permanecerão fechadas, uma vez que não será permitida a circulação de alunos”, comenta a diretora Marisangela Beazuti Triaca.
De acordo com a secretária de Educação, Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Josenice Panizzon Bernardi, a retomada das aulas é um ganho para a comunidade, principalmente para garantir a aprendizagem dos alunos.

Os protocolos

As medidas de segurança seguem as mesmas que guiaram o retorno às aulas presenciais no ano passado – e já estão na ponta da língua de professores e estudantes. Logo na entrada, os alunos, de máscara, têm sua temperatura medida, passam álcool gel e seguem diretamente para as salas de aula, já que outros espaços de uso coletivo estão isolados. 


Na sala, eles encontram todos os objetos (mesas, cadeiras, chão) devidamente higienizados. O número de classes disponível está reduzido e elas estão dispostas 1,5m longe umas das outras, a fim de  obedecer o distanciamento social.  
Metade dos colegas está em casa, assistindo a mesma aula pelo computador – no ano de 2021, uma novidade implementada pela Secretaria da Educação serão as plataformas online Google Meet e Google Classroom, que prometem facilitar o ensino remoto. No dia seguinte, obedecendo ao sistema de revezamento, são eles que estarão usando as ferramentas, enquanto os colegas vão à escola.
Entre os períodos, os professores são quem trocam de sala, para facilitar a higienização. Não há mais recreio e os lanches não são feitos no refeitório, mas recebidos individualmente na sala de aula. Antes da refeição, os próprios alunos higienizam suas mesas com álcool e toalha de papel e realizam a troca de máscaras – todos EPIs cedidos pela Secretaria da Educação.
Até o ato de ir ao banheiro segue um protocolo rígido, conta a diretora da Escola Tiradentes: “Os alunos já têm um cronograma de banheiro. Como aqui na escola os banheiros são pequenos, vão dois alunos por vez, que é o que cabe no distanciamento. Os professores já sabem o horário e vão liberando as duplas. Depois, eles se higienizam e voltam para a sala para higienizar o espaço do lanche”.
Na Escola Rio Branco, a sala de leitura e estudo Flávio Luis Ferrarini permanece fechada e funciona como uma espécie de sala de isolamento. “Se algum aluno apresentar sintomas gripais durante o período da aula, nós imediatamente o trazemos para cá, isolamos e ligamos para os pais virem buscá-lo”, explica a diretora Priscila. Medidas curiosas, mas importantes para que a educação não deixe de fazer parte do novo normal.

 

 - Pedro Henrique dos Santos
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