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À espera de uma solução

Envenenamento de animais na chácara da União pela Vida Animal, em São Caetano, reabre debate para o fim do problema

No dia 4 de junho de 2010 O Florense apresentou em uma reportagem os planos que as voluntárias da União Pela Vida Animal (Upeva) e a prefeitura tinham para tentar solucionar o problema dos animais abandonados em Flores da Cunha. Se o mesmo texto do ano passado fosse publicado hoje, ninguém perceberia. Ou seja, nada mudou. Os planos ainda existem e não há prazo definido para a prática. A única diferença é que aumentou o número de cães e gatos recolhidos na chácara alugada pela entidade na localidade de São Caetano. Nesta semana, nove cachorros morreram envenenados no espaço, um está internado com a bacia quebrada (vítima de agressões) e outros cinco estão desaparecidos. Triste notícia que serve para reabrir o debate em torno do que se tornou um problema para Flores da Cunha.
A versão atualizada do poder público é que os cerca de 150 animais que vivem em São Caetano e no Centro de Zoonoses (junto à Mineração Florense) serão transferidos para uma única área, na Capela Medianeira, interior do Travessão Alfredo Chaves. “A mineradora tem interesse em adquirir a área da prefeitura. O projeto está pronto e deve ser enviado à Câmara de Vereadores para votação em breve”, explica o secretário da Saúde do município, Moacir Matana. Com a verba, a prefeitura pretende providenciar a mudança da estrutura existente na atual chácara para a nova área, de aproximadamente 1 hectare. “Quando isso for concretizado, poderemos efetivar o trabalho de prevenção nos bairros que têm maior população animal”, contextualiza Matana.

Uma previsão bem otimista do secretário é de que em junho se iniciem as obras na nova chácara, como construção das baias onde ficarão os animais. Em São Caetano o proprietário da área não tem interesse em manter a locação. Além disso, existem denúncias de poluição em um arroio próximo, que abastecem aviários, fatos encaminhados ao Ministério Público (MP). Questionado sobre a demora na busca por uma solução, Matana explica: “Em parte eu concordo que exista demora. A briga que existe é por mais recursos financeiros na área da saúde, que teve uma série de serviços ampliados desde que assumimos. A partir deste ano a situação deve melhorar com a previsão de aumento da arrecadação”.

Falta de apoio

A presidente da Upeva, Justina Salvador, ressalta que antes da morte dos cães por envenenamento foi registrada uma ocorrência de ameaça de incêndio. “Uma pessoa ligou na prefeitura e informou que, se os animais não fossem transferidos, a chácara seria incendiada”, conta a empresária que ocupa boa parte do seu tempo com o voluntariado. Ela observa que algumas palestras são realizadas em escolas florenses, visando a conscientização, entretanto, lamenta que a parte educativa do projeto também não tenha avançado. “Queremos sair de lá o quanto antes, mas sabemos que, infelizmente, os animais não são prioridade. Tenho pena das pessoas que envenenaram os cachorros. Com certeza eles não têm Deus no coração”, desabafa Justina. Sobre as mortes, o primeiro cão morto foi encontrado no domingo, dia 24, dentro de um açude. O veterinário Fábio André Fachinello, da Upeva, recolheu os animais e os encaminhou para análises toxicológicas em Porto Alegre. Inconformada, a presidente da entidade chorou ao ver os animais mortos. “Não precisavam fazer isso”, diz Justina.

Em 2009, a prefeitura encaminhou R$ 30 mil para amenizar a situação financeira da entidade. Ano passado a organização não-governamental (ONG) voltou a ter dificuldades – o repasse do Executivo foi de R$ 12 mil. Agora, o secretário Matana informa que deve encaminhar projeto à Câmara de R$ 20 mil. O custo mensal com pagamento do caseiro, luz, aluguel da chácara e veterinários, bem como remédios, é de cerca de R$ 5 mil. A Upeva foi criada em 2008 com 30 voluntários. Hoje, restam apenas cinco. Repetindo o que foi escrito: se não houver mobilização, a solução irá demorar. Mas, afinal, o problema tem solução?

Você quer ajudar a Upeva?

- A ONG disponibiliza carnês para contribuições mensais, as quais são investidas no pagamento de castrações e compra de medicamentos e ração.
- A Upeva também aceita doações de ração e remédios veterinários.
- Mão de obra voluntária para a confecção de casinhas, bem como doação de madeira e telhas, também são aceitas.
- Quem quiser ajudar pode entrar em contato com as voluntárias Justina (9917.3348), Cláudia (9162.4662) e Neura (9646.0307).
- Adoções de cachorros e gatos podem ser feitas diretamente com as voluntárias – atualmente, elas ressaltam que muitos gatos e um pitbull adulto (macho) estão disponíveis.


O que dizem os internautas do jornal O Florense

No Twitter
- Nakaty de Godoi: @nakatygfbpa Não há insultos suficientes pra denominar uma pessoa que faz uma coisa dessas!
- Vanessa Smiderle: @vaneSmiderle Minha indignação não cabe aqui! Animais são mortos na chácara da Upeva em Flores da Cunha.
- Leandra Miotto: @leandravpm É não ter mais o que fazer mesmo!
- Marina Fioreze: @ninafioreze Quem são os animais? Com certeza não são os que perderam a vida.
- Laís Muraro: @laismuraro Tinha que morrer quem fez isso, e ainda seria pouco, muito pouco (afe, não tem nome pra isso!).
- Jeh: @jehs_ilva Me deu uma dor no coração quando vi...
- Giovana Pozza: @giovannapozza ABSURDO.

No Facebook
- Marina Brandalise: Que horror gente... Muito triste, saber que o HOMEM comete esse tipo de atrocidade... Pena que no Brasil as leis que protegem os animais não são tão severas, mesmo sendo um crime!
- Mirtes Facchin: Hora da lei ser cumprida contra esse e outros tipos de crime contra os animais indefesos. Não interessa se é vizinho, se é parente, se é da família... Que seja punido e que sirva de exemplo. Se precisarem de ajuda podem me chamar. Eu faço questão de ajudar a encarcerar esse ASSASSINO. Eu posso me defender desse ANIMAL e de sua CRUELDADE. E é cadeia, sem fiança.
- Adriana Stedille: Isso é uma covardia, simples assim! Que esse canalha seja punido!

Por e-mail

- Andressa Conz: “Algumas pessoas preferem animais a seres humanos, outras acham exagero gostar tanto dos animais e preferem ficar alheios a eles. Outros dão importância a ambos, respeitando o lugar e o papel de cada um no planeta. Quem está certo? Muito complicado dizer quem está certo ou errado. Mas tenho uma certeza: fazemos parte deste planeta para viver em harmonia com natureza, seres humanos e animais. E os responsáveis por esse equilíbrio somos nós, os seres ‘racionais’. Sejamos nós, cidadãos comuns, políticos ou empresários, todos devemos respeito ao que nos foi dado, ou melhor, emprestado, quando passamos a viver aqui. E tão culpado quanto o que mata é o que pode fazer algo e não faz. A negligência e a omissão andam juntas com a covardia. E o amor e o respeito pela vida (seja ela qual for) andam juntas com a coragem.”


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