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96 anos Flores: “Quem canta seus males espanta”

Na área cultural, o maestro Félix Natal Slaviero cantou e animou pessoas de todas as idades

Brincar com as palavras em melodias que vão desde as notas mais clássicas até o refinado gosto popular. Cantar, animar pessoas de todas as idades e vertentes filosóficas. Garantir às gerações futuras a preservação da cultura italiana, especialmente através da música.

Esses e outros adjetivos podem estar relacionados a uma pessoa que viveu entre nós e que muito fez pela cultura: Félix Natal Slaviero, que em uma das muitas ideias que emanava ao se expressar afirmava: “somos partículas de energia, misteriosamente surgidos da energia suprema traduzida no esplendor da luz”.

Tinha como profissão o magistério. Em seu currículo, vastos conhecimentos, podendo ser comparado aos grandes mestres da cultura que estudamos nos livros de história.

Arte, Filosofia, Pedagogia, Sociologia, língua inglesa e canto coral. Sim, música! Participou de, pelo menos, dezoito corais como regente. Sua habilidade de encantar por onde passasse era muito grande. O amigo de vida, Severino Bulla, também participante de um dos muitos corais, o Coral Nova Trento, ressalta. “O maestro estava sempre pronto. Onde tinha um almoço, tinha cantoria, no jantar, tinha cantoria. Deixava o coral no palco e saia no meio do público para cantar”.

Severino lembra também de muitas curiosidades vividas com o amigo maestro, sempre com carinho e saudades. Cita que nunca perdia o horário, apesar da ‘atividade maluca’, referindo-se ao fato de ser professor e nas horas vagas, dedicar-se à música, que segundo a filha Sandra “era seu hobbie favorito”.

Bulla relembra: “a Lia (esposa) cantava no Coral. Eles se conheceram no Coral. Ela era soprano, irmã do fundador Eloi Kunz”. Era o ano de 1973, ele como regente do Coral Nova Trento, conhece Lia Kunz,  com quem  uniu-se em matrimônio. Da união tiveram o casal de filhos Antônio e Sandra.

Lia lembra que o esposo era muito dedicado à família, ao bem-estar de todos, deixando em primeiro plano a educação e formação dos filhos. Foi ele que a motivou estudar história, pois dizia que “era uma biblioteca ambulante”. Mantinham-se unidos pela música através das andanças do Coral Nova Trento.

Sandra ressalta que o pai era “extremamente cuidadoso com o próximo. Dotado de uma bondade infinita e um ânimo invejável a qualquer um. Sua preocupação maior era com a educação: solução para um mundo melhor, mais justo e com menos desigualdades”.

Que dádiva poder hoje relembrar a vida e a obra deste grande homem. Deixa como legado à atual geração de que estudar, dedicar-se a um ofício e ter um propósito de vida vela a pena. A dedicação não é em vão. Tudo o que fizermos neste mundo de positivo estará em ressonância e tocará todos os seres de forma a aumentar a potencialidade daquilo que queremos que aconteça. 

Que as sementes lançadas por Félix, cresçam e se tornem realidade, para que nossa sociedade tenha seres muito mais humanos, voltados para o bem-estar de todos, fazendo o bem sem olhar a quem.

Graziela Mazzarotto

Professora de História

Em junho de 1997, o maestro Félix Slaviero nas comemorações dos 25 anos do Coral Nova Trento. - Arquivo OF
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