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950 milhões de kg de uva no RS em 2021

Projeção aponta para a maior safra da história – Serra Gaúcha tem estimativa de 880 milhões de quilos

Com projeção de quase 1,7 milhão de toneladas de uvas em todo o país, o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) divulgou em março números atualizados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) que aponta a maior produção de uvas que se tem registro. O Rio Grande do Sul, com 56,5% deste total, deve atingir quase 1 milhão de toneladas. A gerente Regional da Emater, Sandra Dalmina, e o assistente técnico regional em fruticultura, Enio Todeschini, concordam com o número apresentado pelo IBGE e estimam, para a Serra Gaúcha, uma produção recorde de 880 mil toneladas. Eles lembram que estão incluídos neste número as uvas para consumo in natura, além daquelas cujo destino é a indústria de vinhos ou sucos. 
Conforme os profissionais da Emater, os motivos para a alcançar este volume de produção são as condições climáticas do inverno, boa brotação e fertilidade que favoreceu a formação de um grande número de cachos. Em sequência, explica Sandra Dalmina, “tivemos uma primavera com clima seco que resultou em boa sanidade das plantas e das bagas”. Em janeiro, o retorno da chuva aumentou o peso das bagas. 
Em termos de qualidade os técnicos da Emater classificam como “muito boa, mesmo com a chuva de janeiro”.
O gerente da pesquisa que realiza o levantamento da produção do IBGE Carlos Barradas explica ainda que “as condições de estiagem, combinadas com grande amplitude térmica diária, de dias quentes e noites frias, ocorridas no final da primavera e início do verão, não anteciparam o ciclo e foram muito favoráveis para a quantidade e a qualidade enológica das uvas precoces”. 
O presidente da Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Leocir Luvison, garante que a safra 2021 será uma ‘super safra’. “Para a nossa surpresa, geralmente quando se tem muita quantidade a qualidade cai, mas neste ano não foi isso que aconteceu: a qualidade foi muito boa, o grau babo também se manteve em relação ao ano passado, o tempo ajudou bastante, e foi uma dificuldade para receber toda a uva obviamente, porque essa quantidade não estava prevista”, avalia. Sobre estimativa de vendas, Luvison afirma que a alta de 2020 deve baixar neste ano. “Nós entendemos que deve continuar as vendas, mas não no volume do ano passado, mas ele deve manter o equilíbrio que vinha anteriormente, antes da pandemia”. 
Para o presidente da União Brasileira de Vitinivicultura (Uvibra), Deunir Argenta, “nós devemos ter uma safra muito grande, talvez a maior safra da história em termos de quantidade e também de qualidade. O que tivemos ano passado foi uma safra pequena com uma excelente qualidade, então, somando as duas, estamos com grandes produtos”, analisa Argenta, além de destacar a importância de repor o estoque. “Ano passado tivemos uma venda acima do normal, alguns produtos chegaram ao fim do ano não tendo mais, principalmente na base de vinhos brancos, e agora, com a safra que a gente teve esse ano, deu para repor estoques”, relata.
Quanto ao mercado 2021, Argenta está apreensivo. “Fechamos os dois primeiros meses do ano praticamente com a mesma venda do ano passado nos vinhos e nos sucos, no espumante nós estamos até com saldo negativo, em venda menor que ano passado, e isso nos deixa um pouco preocupados, porque se nós viemos até o fim do ano com um aumento de consumo, nós acreditávamos que janeiro e fevereiro, independentemente de serem meses atípicos, que poderíamos continuar num ritmo um pouco mais aquecido”
No ranking nacional, o segundo maior produtor de uvas é Pernambuco, cujo principal destino é o consumo in natura, com 15,3% das estimativas da produção brasileira para este ano. Na região do Vale do São Francisco a produtividade média por hectare é duas vezes maior do que o Rio Grande do Sul, em função das múltiplas colheitas possíveis durante o ano. 
A produção estimada para este ano em todo o país é 18,6% maior. Os dados do IBGE apontam uma produção total em 2020 de 1,41 milhão de toneladas.  
O LSPA foi implementado ainda na década de 70 e fornece estimativas de área plantada, área colhida, quantidade produzida e rendimento médio dos produtos pesquisados. 

 - Divulgação
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