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35 anos contados por fatos

O Jornal O Florense festejou seu aniversário no dia 4 de outubro e relembra notícias que foram destaque nas páginas do semanário

Folheando as 1.685 edições do O Florense, nas mais de 40.400 páginas é possível ler milhares de textos, informações que ganharam relevância e cresceram junto com o município. Mas, o que muitos não sabem, é que por trás dos textos há muitas outras histórias que não estão escritas. 
O Florense surgiu de um grupo de jovens, amigos, que perceberam que a cultura de Flores da Cunha e da região precisava ser alavancada – e tudo isso surgiu durante uma Vindima da Canção Popular. “Percebemos que havia lacunas culturais de Flores da Cunha que precisavam ser preenchidas”, revela Carlos Raimundo Paviani, diretor do Jornal O Florense. 
No início era para ser uma rádio, mas pelo custo elevado e dificuldade técnica, optaram por outros meios de comunicação. Carlos Raimundo Paviani, Roque Alberto Zim, Alberto Walter de Oliveira e Jayme Paviani tiraram a ideia do papel e começaram, com a colaboração de muitos voluntários, a contar a própria história do O Florense que, no dia 4 de outubro, celebrou 35 anos. 
Através de conhecidos de amigos, Carlos, Roque e Alberto tiveram a oportunidade de visitar o jornal Nova Época em Canela e, a partir deste dia, nada continuou como era antes. Dali iniciou o trabalho que perdura até hoje. “A primeira ideia, na época, era ressuscitar O Vindimeiro, mas criamos o nosso próprio jornal”, relembra Roque Zim. 
“Em um sábado, depois que terminei o programa que apresentava na Rádio Princesa, fomos a Canela ver como se fazia um jornal. Lembro muito bem, pois na sexta-feira que antecedeu o dia, houve um assalto na Caixa Econômica Federal e teve um episódio muito engraçado. O Orfeu Conz foi fazer a reportagem para a rádio que trabalhávamos e ele pediu para a gerente do banco como tinha sido o ‘cagaço’”, conta Zim aos risos. A entrevista foi ao ar no sábado, no momento em que Roque, Alberto e Carlos, estavam viajando para conhecer o jornal.

A colaboração de muitos
“Começamos sem planejamento, mas com a ideia e uma vontade muito grande”, relata Carlos. A primeira sala que o Jornal ocupou foi no escritório de Alberto, nas dependências do Salão Paroquial. “Embaixo era o escritório, em cima o Jornal. Lembro que no sábado ia lá para emitir as duplicadas, cobrar os anúncios. Começamos assim, tudo meio que no improviso”, conta Roque. 
No expediente do primeiro jornal, os seguintes nomes: Direção: Carlos Raimundo Paviani, Jayme Paviani, Alberto Walter de Oliveira, Roque Alberto Zim; Editor: Renato Henrichs; Redatores: Carlos Raimundo Paviani e Admir Zanella; Assessor de Marketing: Luiz Andreola; Colaboradores: Gilberto Boscatto, Stela M. A. Fontana, Séfora Bulla, Lenira M. Sandrin, Ana Lúcia S. Oliveira, Ivo Gasparin, Ada Montanari, Miguel Barreiros, Oscar Francescatto, Marcelino Finger, Dalva Bello, Valério Santini, Ester Mambrini e frei Lori.   
Nas páginas da primeira edição, conteúdos lembrados por eles e um anúncio que chama a atenção: ‘São poucas as vezes que uma funerária pode participar de um nascimento. Esta é uma delas’, em letras garrafais a publicidade da Funerária Paulista que parabeniza a iniciativa do jornal da cidade. “Muitos desses anúncios eram bolados aqui. O que eu escrevi nesse jornal, que eu me lembro, foi ´Eliminaram a Rua da Praia', que era a Avenida Julho na entrada. Era cheia de ondas e eu chamava de Rua da Praia. Aí eles consertaram e eu escrevi a nota”, relembra Roque folheando o jornal.
Foram 3 mil jornais impressos e distribuídos gratuitamente de casa em casa. “O Jornal chegou”, gritou uma menina que recebeu as primeiras 24 páginas, relata Zim.

Parte do passado, do presente e do futuro 
Sempre, com o esforço da comunidade e a vontade de muitas pessoas, o Jornal O Florense vive, até os dias de hoje, com muita prospecção para o futuro, sempre evoluindo. “Desde o início o jornal teve a participação da comunidade, mas nunca pensamos no futuro. Eu pelo menos não. Era mais uma aventura. O Carlos levava mais a sério. Era o único que se dedicava exclusivamente ao jornal. Todos nós tínhamos outras atividades”, enfatiza Zim. 
Paviani conta que durante esses 35 anos, O Florense já passou por altos e baixos. “Em 1990 quase fechamos. Passamos por muitas dificuldades e até então não se tinha um planejamento futuro. A ideia era suprir uma lacuna cultural, mas sabíamos que não era um empreendimento que ganharíamos muito dinheiro”, conta Carlos, que mais tarde – já por volta de 2000 –  volta com gás para alavancar os trabalhos jornalísticos. 
Carlos, que atuou em outros trabalhos ao longo dos 35 anos, revela que “como administrador tive falhas, mas se fosse outra pessoa teria desistido muito antes. Carregamos esse empreendimento durante todos esses anos com muita garra, vencendo desafios e com pouco dinheiro”, declara.

Parte do passado, do presente e do futuro 
Dos que iniciaram O Florense, muitos continuam colaborando. É o caso de Roque que, na edição 639, de 24 de março de 2001, ganhou um espaço que perdura até hoje: a coluna Opinião e Análise. O mesmo acontece com Ivo Gasparin, que assina a coluna do personagem Tóni Sbrontolon, desde a primeira edição do jornal. “Hoje O Florense é um marco para Flores da Cunha. Espero que continue. O jornal vai existir sempre, ou deveria existir sempre, mesmo que seja pela internet, mas eu acho que o impresso continua”, declara Roque sobre o que pensa para o futuro. 
“Me sinto muito satisfeito em estar à frente de O Florense ao longo desses 35 anos, mas estou preocupado com a continuidade”, revela Carlos Paviani que vê um desafio: “nesse momento que existem tantas formas de comunicar, como sustentar?”, se questiona. 
Atualmente, O Florense tem cerca de 1,8 mil assinantes, vendas avulsas em 32 pontos comerciais e tiragem média de 3.000 exemplares. A empresa possui 13 funcionários e conta com uma equipe de 16 agentes nas comunidades do interior. 
No final de 2020, em meio a pandemia da Covid-19 e passando por diversos obstáculos, O Florense inovou lançando a primeira programação para TV digital de Flores da Cunha: a OF TV, que de segunda a sexta-feira apresenta o OF Notícias, um programa de oito a 10 minutos transmitido pelas  redes sociais (Youtube, Facebook e Instagram). 
Para celebrar os 35 anos, o Jornal O Florense lançou, no dia 10 de setembro, uma nova campanha e uma identidade visual comemorativa, pensada pela Agência Vitrine, com o slogan ‘Conectar é o nosso papel’.
Entre as ações desenvolvidas também está uma série de reportagens sobre os Bairros e Comunidades de Flores da Cunha, relembrando histórias, trajetórias e mostrando o lado social e econômico de cada localidade. Mensalmente uma matéria comemorativa está circulando pelas páginas do jornal. São fatos históricos que são revisitados, avaliando a repercussão e a importância nos dias atuais. 
Para festejar os 35 anos, O Florense promoveu a quarta edição do troféu Grazie, na qual foram homenageados: Alberto Walter de Oliveira, Claudino Caetano Muraro (in memoriam), Fátima Caldart Galiotto, Faustino Bisinella, Ivo Gasparin, Maria Rizzotto Boz, Maurício Pauletti, Remo Coloda (in memoriam), APAC de Flores da Cunha, Associação de Amigos de Otávio Rocha, Hospital Nossa Senhora de Fátima e Upeva. Eles receberam a distinção no dia 10 de setembro. Por decisão da comissão julgadora, o Troféu também foi concedido a Carlos Raimundo Paviani, por toda a sua trajetória no município de Flores da Cunha e com o Jornal O Florense.
Por fim, em breve o Jornal estará com um novo site, completamente repaginado para você ficar ainda mais informado das notícias de Flores da Cunha e Nova Pádua, em qualquer lugar.

Parte da equipe de O Florense que atuou nas primeiras edições do semanário.  Da esquerda para a direita (em cima): Oscar Francescatto, Miguel Barreiro, Gilberto Boscatto e Carlos Raimundo Paviani; (embaixo): Ada Montanari Maggi, Stela Maris  Araldi Fontana, Dalva Belló, Roque Alberto Zim e Admir Zanella.  - Arquivo O Florense
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