Geral

Uma pergunta que frequentemente nos fazemos, durante o processo de produção do Jornal O Florense é: até quando vai existir este jornal? A resposta não é objetiva, pois depende de vários fatores. O primeiro deles é o grau de interdependência que a comunidade tem com os veículos de comunicação que nela atuam. E, quando falo interdependência, significa o quanto uma comunidade interage lendo, anunciando, assinando, sugerindo pautas e, até mesmo, criticando. 
O segundo aspecto é o quanto um veículo de comunicação se permite renovar-se e introduzir inovações. Para isto, necessita por parte de quem o produz, espírito aberto e capacidade de compreender que a evolução é necessária para a perpetuação de qualquer empreendimento.
Um terceiro aspecto, e talvez o mais importante: a concepção de jornal, com a internet, modificou. Assim como muitas atividades. O mundo digital nos permite produzir, publicar e acessar informações de forma online, em qualquer hora e lugar. O jornal mudou, mas não o jornalismo. O conceito de jornalismo continua sendo a prática de coletar, redigir, editar e publicar informações sobre os acontecimentos. Mas também analisar, interpretar, comentar, criticar, resgatar informações e relacionar umas as outras, sejam atuais ou do passado.  
A internet e os contínuos avanços que ela possibilita, cada vez mais ágil e abrangente, alteraram todas as formas tradicionais de comunicação. A televisão, o rádio, o cinema, tudo está hoje ao alcance de nossa mão através dos smartphones (telefones inteligentes). 
Neste sentido, os jornais, ou seja, aqueles que fazem jornalismo, precisam elaborar conteúdos para plataformas multimídia, produzindo informações utilizando-se de texto, imagem, som e vídeo. Por isso, o futuro de O Florense deve acontecer na mesma proporção em que possamos, cada vez mais, incorporar as novas ferramentas de comunicação. 

Atividade jornalística 

Com o crescimento exponencial do volume de informações, hoje medido em bits e bytes, cada vez mais se faz necessário saber onde busca-las de modo que sejam verdadeiras e confiáveis. Neste universo, a atividade jornalística é aquela que busca organizar, selecionar e formatar as informações de acordo com a perspectiva de interesse de cada veículo e seu público ou comunidade alvo. 
Pode-se dizer que o jornalista é o mediador entre os fatos e a sociedade. Sua atividade está baseada em conhecimentos e técnicas que lhe permite avaliar quais os fatos e informações possam ser úteis para a sociedade. Conforme Nelson Traquina, a atividade jornalística está baseada na “existência de uma constelação de valores e um conjunto de normas profissionais”. 
Três valores são essenciais para a atividade jornalística: a liberdade, a objetividade e a credibilidade. A liberdade, garantida em nosso país pela constituição, é a base da democracia. Não existe democracia sem liberdade de expressão. Os veículos de comunicação conseguem esta liberdade quando, sua sustentação econômica se dá por uma pluralidade de financiadores, sejam eles assinantes ou anunciantes. Por isso, quando uma empresa anuncia, ela não está apenas apresentando seu produto, marca ou serviço, mas também contribuindo para a sustentação e liberdade econômica e de expressão de um veículo de comunicação. 
A objetividade é aquela que permite, na atividade jornalística, dar atenção e foco aos fatos, ou seja, no que acontece, no que é real. Por isso ela se contrapõe ao que chamamos de ‘fake news” ou notícia falsa. É um conceito difícil, pois ele convive com a perspectiva de que, as interpretações dos fatos, podem ser múltiplas ou diversas e, por isso, a necessidade de ouvir diversas fontes. É, portanto, a busca pela objetividade, uma tentativa permanente do fazer jornalístico, nem sempre alcançada de modo pleno. 
A credibilidade é o fator mais importante para um veículo de comunicação. E seu alcance se dá com o tempo. O fato de O Florense estar completando 34 anos, é porque tem garantido ao longo deste período ter credibilidade. Assim como a objetividade, ela é uma conquista permanente, através da verificação dos fatos e suas versões, passando confiança ao leitor.