30 anos dedicados à oração e ao trabalho
Irmãs Clarissas Capuchinhas, que vivem em mosteiro de Flores da Cunha, pregam o carisma franciscano pela pobreza e simplicidade
Há 30 anos uma presença silenciosa se estabeleceu na Serra. No dia 8 de dezembro de 1981, a Ordem das Irmãs Clarissas Capuchinhas instalou o seu primeiro mosteiro no Brasil, mais precisamente em Flores da Cunha. Neste ano, as irmãs celebram o jubileu de pérola juntamente com os 800 anos da vocação de Santa Clara. Embora a data oficial seja em dezembro, as Capuchinhas anteciparam o aniversário para que as comemorações ocorressem junto à novena e festa da Santa, a fundadora da Segunda Ordem Franciscana.
Os festejos se iniciaram na terça-feira, dia 2, e seguem até a próxima quinta-feira, dia 11, quando ocorre a festa em louvor aos 30 anos. A missa tem início às 19h30min, na capela do mosteiro, e será presidida pelo frei Álvaro Morés, com animação das Irmãs Clarissas. No mesmo dia haverá bênção e distribuição dos pãezinhos de Santa Clara (veja no quadro o calendário das novenas). “O objetivo da celebração é mostrar que estamos juntas e, em comunhão, com a comunidade, porque mesmo estando enclausuradas, não estamos isoladas”, explica a irmã Clara Francisca, que há 25 anos está no mosteiro.
O início
No ano de 1975, a província dos capuchinhos do Rio Grande do Sul solicitou um mosteiro de clarissas capuchinhas – religiosas de vida contemplativa – junto à Diocese de Caxias do Sul. Autorizada a nova fundação, em janeiro de 1979 um grupo de cinco irmãs italianas (Maria Giacinta Grigoletto, Maria Benvenuta Gandini, Maria Luísa Versin, Maria Giusephina Carone e Maria Bernarda Cursano) chegou a Porto Alegre com a função de integrar o primeiro mosteiro da ordem no Brasil.
No dia 1º de fevereiro elas se instalaram numa chácara alugada pelas Irmãs de São José, em Caxias do Sul. Primeiramente seria construído um mosteiro no bairro Santa Fé, mas pela falta de infraestrutura e ao barulho, a possibilidade foi descartada. Surgiu, então, a ideia de construir um mosteiro num terreno dos Freis Capuchinhos em Flores da Cunha. O local recebeu o nome de Mosteiro Nossa Senhora do Brasil – Irmãs Clarissas Capuchinhas, e abrigou as irmãs ainda quando estava em construção. A inauguração ocorreu em 8 de dezembro de 1981, com missa campal celebrada pelos bispos dom Beneditto Zorzi e dom Paulo Moretto. Cerca de 6 mil pessoas participaram da cerimônia. Além das cinco irmãs vindas da Itália, juntou-se ao grupo a brasileira irmã Maria Glicéria, que emitiu os votos naquele dia.
Apesar da vida em clausura, as vocações logo começaram a surgir, e nesses 30 anos da ordem no Brasil, um dos frutos colhidos foi a fundação de um novo mosteiro. Em 2003, diante do bom número de religiosas em Flores, foi concedida a fundação do Mosteiro Santa Verônica Giuliani, em Macapá, no Amapá. Cinco religiosas que atuavam aqui foram designadas para a missão na região Norte do país.
Atualmente, a fraternidade de Flores conta com 11 religiosas do Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Paraná. A faixa etária varia entre 27 a 60 anos. Das fundadoras, três faleceram, uma está na Itália e, outra, em Macapá. “Fomos caminhando aos poucos e hoje estamos bem estruturadas. Temos um trabalho diversificado e um apoio grande do povo florense. Para nós, é uma graça e uma felicidade estarmos em Flores”, afirma irmã Clara.
A vida no mosteiro
As Clarissas Capuchinhas pregam o carisma franciscano pela pobreza, da simplicidade fraterna, da clausura e da intensa vida de oração e contemplação. Elas vivem de doações e dos trabalhos em artesanato que fazem entre um horário e outro de oração. Conforme a irmã Clara Francisca, elas se dividem nos trabalhos de pinturas de imagens sacras, confecção de velas, terços e paramentos litúrgicos. “A nossa principal ocupação é a oração, mas também nos dedicamos a esses trabalhos”, salienta a irmã.
A vida dentro do mosteiro começa cedo. Às 5h da manhã as irmãs estão de pé para a primeira oração. Durante o dia, elas se reúnem sete vezes para rezar em grupo, além das orações individuais. Assim passam o tempo, entre os afazeres domésticos, as orações e os trabalhos com o artesanato. Até quatro anos atrás elas também produziam hóstias, mas devido ao custo elevado de manutenção dos equipamentos para a confecção o trabalho foi encerrado.
Além dos afazeres e das orações, as irmãs têm momentos de lazer: elas estudam, acessam a internet, fazem caminhadas e jogam vôlei numa quadra que fica dentro do pátio do mosteiro. Como vivem em clausura, as irmãs podem deixar o mosteiro somente em casos de saúde e nas obrigações de cidadania, como as eleições.
Como ingressar na Ordem
Para quem deseja ingressar na Ordem das Irmãs Clarissas, o primeiro passo é mostrar interesse em se tornar uma religiosa. A ingressante é convidada a fazer uma experiência de três meses no mosteiro. Convicta da decisão, ela passa para o postulantado, período de dois anos em que ela tem um acompanhamento direto para conhecer a espiritualidade de Santa Clara e São Francisco. Após, são mais dois anos de noviciado; em seguida são três anos de profissão temporária, onde são feitos os votos de pobreza, castidade e obediência. Após, são feito os votos perpétuos, quando a irmã assume diante de Deus a vocação. Até o período da profissão temporária as religiosas podem pedir desistência; após os votos perpétuos o pedido precisa ser aprovado pelo Vaticano.
Atividades do mosteiro
- Missas na capela: segunda a sábado, às 17h (inverno); e às 7h (verão); nos domingos, às 10h.
- Todos os dias, às 18h, ocorre a oração do terço.
- Quintas à tarde há encontros do grupo de oração.
- Primeiro domingo do mês: Adoração, que ocorre das 7h às 18h.
Programação de Santa Clara
As missas ocorrem sempre às 19h30min, no Mosteiro das Irmãs Clarissas Capuchinhas de Flores da Cunha
Hoje, dia 5 de agosto
Celebração: frei Cleonir Paulo Dalbosco.
Liturgia: Nova Roma.
Sábado, dia 6 de agosto
Celebração: frei Sérgio Dalmoro.
Liturgia: Cenáculo de Maria.
Domingo, dia 7 de agosto
Celebração: frei Moacir Molon.
Liturgia: Alfredo Chaves.
Segunda-feira, dia 8 de agosto
Celebração: frei Germano Miorando.
Liturgia: Bairro Aparecida.
Terça-feira, dia 9 de agosto
Celebração: frei Genésio Fracasso.
Liturgia: Cursilho.
Quarta-feira, dia 10 de agosto
Celebração: bispo diocesano dom Alessandro Ruffinoni.
Liturgia: Crianças da catequese.
Quinta-feira, dia 11 de agosto
Festa de Santa Clara
Tema: Santa Clara promove vida! Louvado seja, Senhor, por estes 30 anos’
Celebração: frei Álvaro Morés.
Liturgia: Irmãs Clarissas Capuchinhas.
Os festejos se iniciaram na terça-feira, dia 2, e seguem até a próxima quinta-feira, dia 11, quando ocorre a festa em louvor aos 30 anos. A missa tem início às 19h30min, na capela do mosteiro, e será presidida pelo frei Álvaro Morés, com animação das Irmãs Clarissas. No mesmo dia haverá bênção e distribuição dos pãezinhos de Santa Clara (veja no quadro o calendário das novenas). “O objetivo da celebração é mostrar que estamos juntas e, em comunhão, com a comunidade, porque mesmo estando enclausuradas, não estamos isoladas”, explica a irmã Clara Francisca, que há 25 anos está no mosteiro.
O início
No ano de 1975, a província dos capuchinhos do Rio Grande do Sul solicitou um mosteiro de clarissas capuchinhas – religiosas de vida contemplativa – junto à Diocese de Caxias do Sul. Autorizada a nova fundação, em janeiro de 1979 um grupo de cinco irmãs italianas (Maria Giacinta Grigoletto, Maria Benvenuta Gandini, Maria Luísa Versin, Maria Giusephina Carone e Maria Bernarda Cursano) chegou a Porto Alegre com a função de integrar o primeiro mosteiro da ordem no Brasil.
No dia 1º de fevereiro elas se instalaram numa chácara alugada pelas Irmãs de São José, em Caxias do Sul. Primeiramente seria construído um mosteiro no bairro Santa Fé, mas pela falta de infraestrutura e ao barulho, a possibilidade foi descartada. Surgiu, então, a ideia de construir um mosteiro num terreno dos Freis Capuchinhos em Flores da Cunha. O local recebeu o nome de Mosteiro Nossa Senhora do Brasil – Irmãs Clarissas Capuchinhas, e abrigou as irmãs ainda quando estava em construção. A inauguração ocorreu em 8 de dezembro de 1981, com missa campal celebrada pelos bispos dom Beneditto Zorzi e dom Paulo Moretto. Cerca de 6 mil pessoas participaram da cerimônia. Além das cinco irmãs vindas da Itália, juntou-se ao grupo a brasileira irmã Maria Glicéria, que emitiu os votos naquele dia.
Apesar da vida em clausura, as vocações logo começaram a surgir, e nesses 30 anos da ordem no Brasil, um dos frutos colhidos foi a fundação de um novo mosteiro. Em 2003, diante do bom número de religiosas em Flores, foi concedida a fundação do Mosteiro Santa Verônica Giuliani, em Macapá, no Amapá. Cinco religiosas que atuavam aqui foram designadas para a missão na região Norte do país.
Atualmente, a fraternidade de Flores conta com 11 religiosas do Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Paraná. A faixa etária varia entre 27 a 60 anos. Das fundadoras, três faleceram, uma está na Itália e, outra, em Macapá. “Fomos caminhando aos poucos e hoje estamos bem estruturadas. Temos um trabalho diversificado e um apoio grande do povo florense. Para nós, é uma graça e uma felicidade estarmos em Flores”, afirma irmã Clara.
A vida no mosteiro
As Clarissas Capuchinhas pregam o carisma franciscano pela pobreza, da simplicidade fraterna, da clausura e da intensa vida de oração e contemplação. Elas vivem de doações e dos trabalhos em artesanato que fazem entre um horário e outro de oração. Conforme a irmã Clara Francisca, elas se dividem nos trabalhos de pinturas de imagens sacras, confecção de velas, terços e paramentos litúrgicos. “A nossa principal ocupação é a oração, mas também nos dedicamos a esses trabalhos”, salienta a irmã.
A vida dentro do mosteiro começa cedo. Às 5h da manhã as irmãs estão de pé para a primeira oração. Durante o dia, elas se reúnem sete vezes para rezar em grupo, além das orações individuais. Assim passam o tempo, entre os afazeres domésticos, as orações e os trabalhos com o artesanato. Até quatro anos atrás elas também produziam hóstias, mas devido ao custo elevado de manutenção dos equipamentos para a confecção o trabalho foi encerrado.
Além dos afazeres e das orações, as irmãs têm momentos de lazer: elas estudam, acessam a internet, fazem caminhadas e jogam vôlei numa quadra que fica dentro do pátio do mosteiro. Como vivem em clausura, as irmãs podem deixar o mosteiro somente em casos de saúde e nas obrigações de cidadania, como as eleições.
Como ingressar na Ordem
Para quem deseja ingressar na Ordem das Irmãs Clarissas, o primeiro passo é mostrar interesse em se tornar uma religiosa. A ingressante é convidada a fazer uma experiência de três meses no mosteiro. Convicta da decisão, ela passa para o postulantado, período de dois anos em que ela tem um acompanhamento direto para conhecer a espiritualidade de Santa Clara e São Francisco. Após, são mais dois anos de noviciado; em seguida são três anos de profissão temporária, onde são feitos os votos de pobreza, castidade e obediência. Após, são feito os votos perpétuos, quando a irmã assume diante de Deus a vocação. Até o período da profissão temporária as religiosas podem pedir desistência; após os votos perpétuos o pedido precisa ser aprovado pelo Vaticano.
Atividades do mosteiro
- Missas na capela: segunda a sábado, às 17h (inverno); e às 7h (verão); nos domingos, às 10h.
- Todos os dias, às 18h, ocorre a oração do terço.
- Quintas à tarde há encontros do grupo de oração.
- Primeiro domingo do mês: Adoração, que ocorre das 7h às 18h.
Programação de Santa Clara
As missas ocorrem sempre às 19h30min, no Mosteiro das Irmãs Clarissas Capuchinhas de Flores da Cunha
Hoje, dia 5 de agosto
Celebração: frei Cleonir Paulo Dalbosco.
Liturgia: Nova Roma.
Sábado, dia 6 de agosto
Celebração: frei Sérgio Dalmoro.
Liturgia: Cenáculo de Maria.
Domingo, dia 7 de agosto
Celebração: frei Moacir Molon.
Liturgia: Alfredo Chaves.
Segunda-feira, dia 8 de agosto
Celebração: frei Germano Miorando.
Liturgia: Bairro Aparecida.
Terça-feira, dia 9 de agosto
Celebração: frei Genésio Fracasso.
Liturgia: Cursilho.
Quarta-feira, dia 10 de agosto
Celebração: bispo diocesano dom Alessandro Ruffinoni.
Liturgia: Crianças da catequese.
Quinta-feira, dia 11 de agosto
Festa de Santa Clara
Tema: Santa Clara promove vida! Louvado seja, Senhor, por estes 30 anos’
Celebração: frei Álvaro Morés.
Liturgia: Irmãs Clarissas Capuchinhas.
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