Geral

Ernani Heberle (PDT) acredita que seu primeiro semestre como prefeito de Flores da Cunha foi de muito trabalho e encaminhamento de projetos e estudos. Os primeiros resultados, principalmente no que se refere às obras, devem ser apresentados à população a partir deste mês, de acordo com avaliação feita na manhã de quarta-feira, dia 1º de julho, quando recebeu O Florense para falar, entre outros assuntos, sobre metas para as áreas da saúde, educação, turismo e planejamento. No dia 14 de julho Heberle vai à Capital Federal pela terceira vez como chefe do Executivo, agora para participar da 12ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, evento que deve contar com a participação de mais de 2 mil gestores, entre prefeitos, secretários e vereadores – o tema do encontro que se estende até o dia 16 será Alternativas para Superar a Crise. Nas outras duas oportunidades em que esteve em Brasília o prefeito florense encaminhou uma série de projetos. Confira a seguir os principais trechos da entrevista. O Florense: No início do mandato o senhor falou que tentaria encaminhar uma reforma administrativa. O que de concreto foi feito? Ernani Heberle: Agora é que estamos definindo essa situação. No dia 7 de julho será licitada a consultoria externa que encaminhará a reforma administrativa. Até então não temos nada definido, não avançamos nesse ponto. Internamente, não deixamos de fazer o planejamento e a definição de metas, trabalho integrado com as secretarias. Creio que a partir do segundo semestre teremos definições. O que avançamos bastante na questão da reestruturação foi na área de compras, a qual conta agora com quatro servidores concursados. Na área da informatização estamos ampliando o atual sistema. Fizemos pesquisa de mercado, visitamos outras prefeituras e empresas, e chegamos à conclusão que a mudança geraria uma série de transtornos. A implantação demoraria cerca de um ano. Optamos por ampliar o sistema atual e interligar todas as secretarias. Um dos nossos pilares de administração é a gestão. O sistema operacional facilitará nossas ações. Atualmente temos muito retrabalho. O Florense: Sobre o Orçamento Cidadão (OC), qual a sua avaliação sobre a implantação desse processo, o qual terá uma fase encerrada no dia 15 de julho, com a realização das reuniões nos bairros e comunidades? Heberle: O grande avanço de ordenamento interno de metas se deve ao Orçamento Cidadão, sem dúvida. O fato de irmos até as comunidades, ouvirmos seus questionamentos e definir onde investiremos o dinheiro público é um fato importante. Em meio às reivindicações existem críticas, sugestões e pedidos por pequenas obras, que necessariamente não precisam integrar o plano final do OC. Sempre anotamos tudo e encaminhamos as solicitações às respectivas secretarias. Na medida do possível, os trabalhos são executados. O OC é uma importante ferramenta que oportuniza às comunidades ficarem de frente com a administração. E eles nos cobram. Uma futura credibilidade do OC estará associada ao fato de realizarmos o que for pedido pela população. O Florense: Em âmbito geral, como o senhor avalia os seus primeiros seis meses como prefeito? Heberle: Acho que esses primeiros seis meses foram de muito trabalho, de encaminhamento de projetos e estudos. Esses trabalhos começarão a dar resultado no segundo semestre, principalmente com relação a obras. Na Secretaria do Planejamento, o OC foi o grande projeto. Além disso, estamos atuando fortemente na regularização de loteamentos, como, por exemplo, o Parada Cristal, o Zuppa, o Carraro e o Lauro Schiavenin. Está em fase de conclusão o Pérola. Em todos os casos, a parte da prefeitura foi feita, restam apenas assuntos de responsabilidade dos loteadores. Nossa meta era regularizar tudo até junho, mas ampliamos esse prazo por mais 60 dias. Na mesma secretaria estamos liderando um consórcio regional na tentativa de encontrar soluções para problemas comuns, como é o caso do lixo e do saneamento. O Florense: Na questão do saneamento, a prefeitura definiu se irá renovar o contrato com a Corsan, tendo em vista a audiência pública realizada no final de abril, quando foi apresentado pela estatal pré-projeto de saneamento básico e contrato de prestação de serviços por mais 25 anos? Heberle: Ainda não tomamos uma decisão. O Florense: Que outras ações darão resultado no segundo semestre? Heberle: Hoje temos cerca de R$ 6 milhões em projetos cadastrados junto ao governo federal. Não é projeto encaminhado, é já protocolado. Até o final do ano pretendemos encaminhar o mesmo valor. Uma iniciativa pioneira é a criação do Parque Ecológico, no bairro Vindima. O projeto está em fase final de conclusão. Sua implantação se dará por meio de uma emenda ao orçamento da União de R$ 200 mil encaminhada no final de 2008 pelo deputado federal caxiense Gilberto Pepe Vargas (PT). No Ginásio Poliesportivo os trabalhos estão em andamento. O prazo de entrega será alterado porque precisamos refazer o projeto – percebemos falhas estruturais em uma revisão. Nos próximos meses investiremos cerca de R$ 1 milhão nesta segunda fase, por meio de licitação. E estamos orçando a conclusão do ginásio, sendo que tentaremos buscar este recurso junto ao governo federal. Ainda nas obras, esperamos concluir logo o asfalto em Santa Líbera (3,8km), pois a base está toda pronta. Em seguida, encaminharemos o asfalto entre as linhas 80 e 100 (2km). Nas estradas do interior fizemos uma espécie de ‘arrastão’. Seguimos um cronograma e retificamos todas as vias, inclusive o desvio do pedágio. Junto ao governo do Estado, buscamos alternativa para asfaltar a estrada velha para Caxias do Sul, em parceria com a prefeitura caxiense, para oferecer uma alternativa para o tráfego de veículos leves entre os municípios. Vamos atuar também nas ruas da cidade. Em breve vamos recapear as ruas Frei Eugênio e Borges de Medeiros. O Florense: Na questão da educação, incluindo o fechamento da Escola Estadual São Domingos Sávio, o senhor acha que não está havendo um desgaste político, principalmente com a oposição questionando seguidamente as ações da secretária Claudete Gaio Conte? Heberle: O fechamento da escola foi uma decisão estadual. Não tivemos oportunidade de discutir o assunto. O ônus do fechamento é do Estado. Sobre o desgaste, eu acho que não, pois a briga é quase que pessoal. Nós vamos mostrar, ao longo do governo, as nossas qualidades. Faço questão de que as pessoas comparem os resultados ao final dos nossos quatro anos à frente da administração, em todas as áreas. Na educação, encaminhamos a licitação para a ampliação de novas salas de aula nas escolas municipais Leonel de Moura Brizola, Francisco Zilli e Rio Branco. Também ampliamos 50 vagas na Escola Infantil Irmã Tarcísia, sendo que aumentamos em 25% as vagas nesta modalidade de ensino na rede particular. Na qualificação investimos em cursos e seminários, e vamos realizar o 1º Fórum Regional de Educação. Nos próximo ano, vamos discutir um novo plano de carreira para o magistério e elaboraremos um plano de qualificação do ensino público. Na mesma secretaria, na área do esporte, reativamos os campeonatos de futebol de veteranos e juniores. Sempre fizemos questão de ressaltar que a educação terá atenção especial em nosso governo. O Florense: Além do que foi citado, até o final do ano, que projetos devem sair do papel no município? Heberle: Tivemos avanços e queremos incrementá-los. Por exemplo, uma reforma na Praça da Bandeira, com banheiros novos. Esperamos dinheiro de uma emenda parlamentar. Quando for liberada a verba, vamos agir. Na saúde, ampliamos as especialidades oferecidas no Hospital Nossa Senhora de Fátima e o serviço de odontologia no Pérola, na Unidade Básica Dr. Hildebrando Cardoso Pereira (Programa Saúde da Família, PSF). Devido à demanda, a unidade móvel foi reativada, atuando preventivamente em colégios e em alguns bairros. No próximo mês, implantaremos o PSF em Nova Roma. Além disso, encaminhamos estudos para implantar o serviço em São Gotardo e Otávio Rocha e, talvez, no Travessão Alfredo Chaves, todos com odontologia, o que descentralizará o posto central. Outras obras que serão feitas com recursos de emendas parlamentares são parte da estrada de Nova Roma, melhorias de infraestrutura em Parada Cristal, construção de um estádio no Alfredo Chaves e de um salão comunitário em São Martinho, além de equipamentos para o hospital. Além disso, vamos elaborar um projeto de revitalização do Parque da Vindima, em parceria com a Universidade de Caxias do Sul (UCS).