‘Talian’ é a língua co-oficial de Flores da Cunha
Projeto de lei aprovado pela Câmara de Vereadores e sancionado pela prefeitura fez do antigo dialeto o segundo idioma da cidade
Difícil imaginar que a língua que um dia foi motivo de prisão e discriminação por parte do governo contra os imigrantes italianos que se estabeleceram no Rio Grande do Sul. Hoje, além de uma língua de Referência Cultural Brasileira, o talian é o segundo idioma oficial de Flores da Cunha, depois do português. Isso porque um projeto de lei, de autoria do vereador Jorge Luiz Rizzon de Godoy (PP), foi aprovado por unanimidade na Câmara de Vereadores e sancionado em lei pelo prefeito, Lídio Scortegagna (PMDB). Agora, o talian é a língua co-oficial de Flores da Cunha.
Entre os objetivos da proposta estão a valorização da herança linguística e cultural; o incentivo pelo conhecimento do idioma, tanto na comunidade quanto nas escolas; e a preservação dos saberes tradicionais como música, canto, teatro, dança, jogos e literatura. A co-oficialização do talian é uma atitude pensada após o dialeto ser considerado idioma (proposta aprovada em novembro de 2014, durante o Seminário Ibero-Americano de Diversidade Linguística, em Foz do Iguaçu-PR, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Iphan).
O talian é considerado uma língua de Referência Cultural Brasileira e hoje faz parte do Inventário Nacional da Diversidade Linguística. Além disso, é a segunda língua mais falada no Brasil – cerca de 1 milhão de descendentes de imigrantes italianos o reconhecem e muitos mantêm a tradição. “O talian retrata a forma de ser, pensar e agir dos descendentes que preservam suas origens e mantém, por meio da linguagem, o maior elo com o passado e com aqueles que permaneceram na Itália”, descreve a Lei Municipal 3.180, 27 de abril de 2015.
Ferramenta de preservação
O vereador Jorgito defende que é necessário criar mecanismos de proteção e preservação do talian. “Desde 2000 é possível registrar o patrimônio imaterial da população brasileira, e a língua faz parte disso. O objetivo é manter viva a cultura e etnia do povo italiano que fez do talian uma identidade”, valoriza. “O projeto de lei abre um leque muito grande na preservação do idioma, desde programas específicos até a preservação do que já temos, como um banco de informações que retrata nossos patrimônios de forma aprimorada”, indica o parlamentar, observando que a lei não cria a obrigatoriedade de ensinar a língua nas escolas, mas abre a possibilidade de, com o turno integral, iniciar atividades que consolidem o talian entre os jovens.
Para o difusor do talian em Flores da Cunha, escritor, compositor e colunista dos jornais O Florense e A Vindima, Ivo Gasparin, conservar a língua é como preservar o dia a dia dos antepassados vindos da Itália. “Depois que a Câmara de Vereadores aprovou por unanimidade o talian como língua co-oficial de Flores da Cunha, eu digo o que meu avô Domenico dizia quando aconteciam coisas maravilhosas: ‘adesso posso morir in pace’ (agora posso morrer em paz). Tenho a plena convicção de que este foi o ato mais importante em prol da conservação da nossa cultura de descendentes italianos. Preservar a língua é muito mais que preservar museus, casarões, cemitérios, porque estaremos preservando o instrumento com o qual se comunicavam os nossos bisavós, avós, nossos pais. Língua tem vida e o que tem vida não podemos deixar que morra”, enaltece o professor.
Para Gasparin, tão importante quanto criar a lei é fazer com que ela seja atuante. “Mas essa lei de nada valerá se não forem feitas ações para que ela aconteça, e é isto que espero dos nossos comandantes, das nossas escolas, dos nossos diretores”, pondera. “Quando morre uma língua, morre com ela sua cultura e etnia. Preservar o talian é justamente preservar as características daqueles que foram, e ainda são, o alicerce do município”, complementa Jorgito. Além de Flores da Cunha, a cidade de Serafina Corrêa fez do talian sua língua co-oficial. Lá a lei municipal vigora desde 2009.
Entre os objetivos da proposta estão a valorização da herança linguística e cultural; o incentivo pelo conhecimento do idioma, tanto na comunidade quanto nas escolas; e a preservação dos saberes tradicionais como música, canto, teatro, dança, jogos e literatura. A co-oficialização do talian é uma atitude pensada após o dialeto ser considerado idioma (proposta aprovada em novembro de 2014, durante o Seminário Ibero-Americano de Diversidade Linguística, em Foz do Iguaçu-PR, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Iphan).
O talian é considerado uma língua de Referência Cultural Brasileira e hoje faz parte do Inventário Nacional da Diversidade Linguística. Além disso, é a segunda língua mais falada no Brasil – cerca de 1 milhão de descendentes de imigrantes italianos o reconhecem e muitos mantêm a tradição. “O talian retrata a forma de ser, pensar e agir dos descendentes que preservam suas origens e mantém, por meio da linguagem, o maior elo com o passado e com aqueles que permaneceram na Itália”, descreve a Lei Municipal 3.180, 27 de abril de 2015.
Ferramenta de preservação
O vereador Jorgito defende que é necessário criar mecanismos de proteção e preservação do talian. “Desde 2000 é possível registrar o patrimônio imaterial da população brasileira, e a língua faz parte disso. O objetivo é manter viva a cultura e etnia do povo italiano que fez do talian uma identidade”, valoriza. “O projeto de lei abre um leque muito grande na preservação do idioma, desde programas específicos até a preservação do que já temos, como um banco de informações que retrata nossos patrimônios de forma aprimorada”, indica o parlamentar, observando que a lei não cria a obrigatoriedade de ensinar a língua nas escolas, mas abre a possibilidade de, com o turno integral, iniciar atividades que consolidem o talian entre os jovens.
Para o difusor do talian em Flores da Cunha, escritor, compositor e colunista dos jornais O Florense e A Vindima, Ivo Gasparin, conservar a língua é como preservar o dia a dia dos antepassados vindos da Itália. “Depois que a Câmara de Vereadores aprovou por unanimidade o talian como língua co-oficial de Flores da Cunha, eu digo o que meu avô Domenico dizia quando aconteciam coisas maravilhosas: ‘adesso posso morir in pace’ (agora posso morrer em paz). Tenho a plena convicção de que este foi o ato mais importante em prol da conservação da nossa cultura de descendentes italianos. Preservar a língua é muito mais que preservar museus, casarões, cemitérios, porque estaremos preservando o instrumento com o qual se comunicavam os nossos bisavós, avós, nossos pais. Língua tem vida e o que tem vida não podemos deixar que morra”, enaltece o professor.
Para Gasparin, tão importante quanto criar a lei é fazer com que ela seja atuante. “Mas essa lei de nada valerá se não forem feitas ações para que ela aconteça, e é isto que espero dos nossos comandantes, das nossas escolas, dos nossos diretores”, pondera. “Quando morre uma língua, morre com ela sua cultura e etnia. Preservar o talian é justamente preservar as características daqueles que foram, e ainda são, o alicerce do município”, complementa Jorgito. Além de Flores da Cunha, a cidade de Serafina Corrêa fez do talian sua língua co-oficial. Lá a lei municipal vigora desde 2009.
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