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“Páscoa é vida plena, é ressurreição”

Confira a programação religiosa nas paróquias de Flores da Cunha, Nova Pádua, Otávio Rocha e Mato Perso

Uma das principais celebrações do ano litúrgico cristão, uma semana cercada por significados que antecipa a Páscoa que ocorre neste domingo, dia 1º de abril. A Semana Santa finaliza todo um período considerado de preparação para a Igreja Católica – a Quaresma, e traz consigo significados que vão além do jejum e do peixe no prato. Para o frei Reynaldo Pasinatto, capelão das Irmãs Clarissas do Mosteiro Nossa Senhora do Brasil, desde a Quaresma até a Semana Santa, o período é dedicado à reflexão e preparação para a Páscoa, principal celebração do cristianismo. “Se fala do jejum. Mas o que é isso? Comer peixe? Não somente isso. Significa deixar o menos e buscar o mais. Deixar o pior para buscar o melhor. Deixar a ignorância para buscar a cultura. É deixar o pecado para buscar a graça. É deixar o ‘achismo’ para a verdade concreta e real. Envolve muito mais do que o peixe, envolve atitudes”, argumenta o religioso.

Segundo frei Reynaldo, o número 40 é bíblico e também Jesus fez sua Quaresma, a preparação para um grande acontecimento. “No Antigo Testamento foram os 40 dias no deserto em busca da terra prometida, que significava a bênção de Deus. Jesus também fez a Quaresma, 40 dias em jejum para se preparar para a Páscoa: paixão, morte e ressureição. Isso para chegar a sua hora, que significa realizar o projeto do Pai. Jesus historicamente fez só uma Quaresma, e nós a revivemos e celebramos a cada ano. É como o nosso aniversário: não nascemos outra vez, mas mantemos na memória para louvar aquela data”, exemplifica o religioso, lembrando ainda que é durante a Quaresma que se realiza a Campanha da Fraternidade – neste ano o tema foi relativo à violência.

Semana Santa

No último domingo, celebrado como o Dia de Ramos, teve fim a Quaresma e início da Semana Santa ou Semana Maior, conforme complementa o frei Reynaldo. “Essa Semana Maior começa, historicamente, com a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, aclamado e aplaudido, bendito aquele que vem em nome do Senhor. Na segunda, terça e quarta-feira são dias de memória”, explica. Hoje, quinta-feira, é iniciado o Tríduo Pascal. É comemorada a instituição da Eucaristia e do Sacerdote Católico. “Neste dia, o bispo, com a sua diocese, reúne os sacerdotes e celebra a missa com a renovação das promessas sacerdotais e a bênção dos santos óleos – do Batismo, da Crisma e da Unção dos Enfermos”, explica o religioso. Amanhã, Sexta-Feira Santa, é celebrada a paixão e morte de Cristo. “Neste dia, nenhum padre reza missa, é feita a liturgia da celebração do fato histórico, em jejum e abstinência que ainda a igreja conserva. A procissão do Cristo morto é feita neste dia e ganha evidência”, complementa.

A Igreja Católica, liturgicamente, celebra a Páscoa no sábado à noite, com a liturgia da ressurreição. “Ou seja, da vida nova. Páscoa é vida plena, é ressurreição”, valoriza o frei Reynaldo. Para ele, a Quaresma e a Semana Santa são períodos para os católicos irem além do jejum. “Quando se prepara para um grande acontecimento, quer religioso, político, social, sempre é tempo de organização, quanto melhor for a preparação, melhor é a festa. Quanto melhor for a preparação para a Páscoa, melhor ela será. Quanto melhor for a atitude e o procedimento humano da família, da escola, da empresa, do trabalho, dos encontros, maior será a celebração da Páscoa”, assegura.

Com a Páscoa, frei Reynaldo incentiva que “sempre é tempo de começar”. “Já rezava São Francisco: ‘Irmãos comecemos, pois até agora pouco ou nada fizemos’. Lembre a Páscoa como um período de recomeço. Não desanime, seja otimista e corajoso, seja valente. Além disso, é preciso ter muito cuidado para que os ovos de Páscoa não ocupem o lugar de Jesus. Dar presentes é bom para quem dá e quem recebe, mas Jesus é o melhor presente de todos os tempos, é o maior ovo de Páscoa”, valoriza o religioso.

Ensinamentos aos pequenos

A Semana Santa não passa despercebida pelos catequizandos da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes. Na segunda-feira, dia 26, a catequista Rejane Panizzon deixou a sala para levar os pequenos até a Igreja Matriz. A ‘aula’ um tanto diferente foi um jeito que ela descobriu para ensinar de forma mais ‘prática’ o motivo pelo qual celebramos certas datas na Igreja Católica, como a Páscoa. As crianças, na média de nove anos de idade, participaram de encenações do Domingo de Ramos, da instituição da Eucaristia, do Lava-Pés, e assim por diante. “Voltamos 2 mil anos, quando Jesus, após chegar a Jerusalém depois de 40 dias no deserto, é recebido com os ramos de oliveiras. Na Semana Santa, ele institui a Eucaristia e realiza o Lava-Pés, em sinal de humildade. A Via Sacra mostra as estações da crucificação e, no domingo de Páscoa, é dia dos presentes e chocolates? Não somente isso, é a ressureição de Jesus após três dias de sua crucificação. Vocês vão ganhar presentes, mas é preciso lembrar que Jesus vive até hoje na Eucaristia e esse é o grande objetivo da Páscoa”, explica Rejane, sob os olhares curiosos dos pequenos.

A cada encenação, um aprendizado que deixou de ficar nos livros e virou experiência para cada catequizando. “Sempre procuro trazê-los para a igreja e mostrar de forma mais simples tudo o que celebramos até hoje. Geralmente eles não esquecem mais o significado da Páscoa e tudo o que lembramos neste período”, conta Rejane, que há mais de 20 anos atua como catequista voluntária. Ela frisa que tão importante quanto ensinar essa celebração na catequese, é ter nos pais, em casa, um estímulo pela valorização da religião na rotina dos filhos.

Programação

29/3 – Quinta-feira

15h – Confissões na Igreja Matriz de Nova Pádua.

19h30min – Missa da Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, na Igreja Matriz de Otávio Rocha.

20h – Missa do Lava-Pés e rito de renovação dos ministros da Comunhão Eucarística, na Igreja Matriz de Flores da Cunha.

20h – Missa da Instituição da Eucaristia, celebração do Lava-Pés e encenação da prisão de Jesus, na Igreja Matriz de Nova Pádua.

30/3 – Sexta-Feira Santa

8h – Confissões na Matriz de Nova Pádua.

9h – Momento de oração e adoração na Matriz de Nova Pádua.

13h – Confissões na Matriz de Nova Pádua.

15h – Cerimônia com encenação da paixão e morte de Jesus e beijo do Senhor Morto, na Igreja Matriz de Nova Pádua.

15h – Encenação da paixão e morte de Jesus, com procissão até o Monte Calvário de Otávio Rocha. Organização do grupo Jucri.

18h – Encenação* da Paixão e Morte de Jesus, no largo da Igreja Matriz de Flores da Cunha. Uma procissão ocorrerá até a Praça Nova Trento (seguindo da Matriz pela Avenida 25 de Julho, pela Rua Júlio de Castilhos, até a praça) onde será feita a encenação da crucificação e Beijo do Senhor Morto.

31/3 – Sábado Santo

17h – Missa em São Vitor de Mato Perso.

19h – Missa da Ressurreição, com encenação* no largo da Igreja Matriz de Flores da Cunha.

19h – Missa da Ressurreição, na Igreja Matriz de Otávio Rocha.

20h – Missa com encenação da Ressurreição de Jesus, com bênção do Fogo e da Água, na Matriz de Nova Pádua.

21h – Missa em Janta Juliana de Mato Perso.

1º/4 – Domingo de Páscoa

7h, 9h e 18h – Missas na Igreja Matriz de Flores da Cunha.

9h – Missa na Igreja Matriz de Nova Pádua.

9h – Missa na Igreja Matriz de Otávio Rocha.

9h – Missa em São Tiago de Mato Perso.

* Em caso de chuva as celebrações serão realizadas no Parque da Vindima Eloy Kunz.

 

Na Igreja Matriz, catequizandos aprenderam em encenações o verdadeiro significado da Páscoa – a ressureição de Jesus. - Camila Baggio/OF Para frei Reynaldo Pasinatto, capelão das Irmãs Clarissas, a Páscoa “envolve muito mais do que o peixe, envolve atitudes”. - Camila Baggio/OF
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