“O maior desafio da indústria fonográfica é reencontrar a sua essência”
Flávio Basso, também conhecido como Júpiter Maçã, se apresenta neste sábado em Flores
Considerado como uma das lendas do rock gaúcho e letrista renomado, Flávio Basso, também denominado de Júpiter Maçã, estará, neste sábado, dia 7, em Flores da Cunha. O músico, que fundou as bandas TNT e Cascavelletes, se apresenta a partir das 23h, no palco do Malibu Pub. O show de abertura será feito pela banda florense Hábitos Groove.
Cantor, compositor, cineasta e guitarrista, Flávio Basso iniciou sua carreira solo sob o pseudônimo de Woody Apple, que pouco tempo depois se tornaria Júpiter Maçã. Lançou seu primeiro álbum em 1996, com músicas que se tornariam referências do rock gaúcho: Um Lugar do Caralho, Eu e Minha Ex e As Tortas e as Cucas. Essas e outras clássicas como Síndrome de Pânico, Beatle George, Miss Lexotan 6mg Garota e as novas Modern Kid e Calling All Bands estarão entre o set list que Júpiter Maçã tocará por aqui. A partir dali, a carreira decolou e Júpiter lançou os discos Plastic Soda (1999), Hisscivilization (2003), Jupiter Apple and Bibmo Presents: Bitter (2007), Uma Tarde na Fruteira (2008) e Underground Years (2010).
Nessa semana, o músico conversou, por telefone, com o jornal O Florense e falou sobre rock gaúcho, influências de estilo, trabalhos e, claro, o show em Flores. Confira.
O Florense: Como surgiu o nome Júpiter Maçã?
Flávio Basso: Esse nome tem a ver com um conceito que estava trabalhando em 1995. Na verdade, a Júpiter 2 é a espaçonave do seriado Perdidos no Espaço, que eu assistia quando criança. Eu queria uma ligação espacial e comportamental, por que esse seriado tinha isso de futurismo e comportamento. É uma brincadeira com uma paixão minha da infância. E lógico que tem toda a expansão do que se diz respeito a júpiter e a apple (maçã), o mesmo peso, a mesma simbologia, o emblema num todo.
O Florense: De todos os seus álbuns, qual deu mais trabalho e qual foi mais satisfatório?
Flávio: O que me deu mais trabalho foi o terceiro: Hisscivilization. Ele é muito mais cerebral do que intuitivo. Foi a primeira vez que fui mexer bastante com o organolectro, o conceito orgânico com eletrônico, mas com aquele toque de vintage. Eu achei muito charmoso e na época foi apaixonante de fazer, mas foi muito quebra-cabeça, foi muito juntar peças. Deu trabalho porque eu equacionava dentro de mim mesmo, ou seja, ficava revirando os meu conceitos da semiótica do eletrônico e acabei chegando no resultado. Quanto a satisfação, cada um me deu uma satisfação especial; mas eu acho que o mais completo, por hora, é Uma Tarde na Fruteira.
O Florense: Quais são as músicas mais pedidas pelos fãs?
Flávio: Eles gostam de todas, mas Um Lugar do Caralho, é o hino da Júpiter. Pedem também Mix Lexotan, Modern Kid e a última Calling All Bands. O público tem uma ligação forte. No repertório que eu toco quase sempre se satisfazem os dois lados: eu e eles. É uma interação bem legal.
O Florense: Você ainda toca as músicas da época do TNT ou Cascavelletes?
Flávio: Volta meia tem alguns fãs que pedem, que não são nem saudosistas. É a nova geração, pessoas jovens que querem conhecer, por meio do autor. Então, rola um caprichosinho. Mas estou cuidando desse ponto. Existe a possibilidade de eu satisfazer alguns desses fãs, mas eu levo um show de conceito fechado, porém posso inserir dentro desse show alguma música.
O Florense: Na sua opinião qual o maior desafio da indústria fonográfica hoje?
Flávio: Eu acho que é reencontro com ela mesma, porque a internet não pode ser um inimiga da indústria fonográfica e ainda não se chegou a um ponto onde ela é totalmente amiga. Eu acho que o maior desafio da indústria é reencontrar a sua essência, o seu fetiche. Eu não vou contar os meus segredos ou o que eu imagino que seja (risos), mas com certeza é reencontrar o seu fetiche, a sua essência. Ela precisa ser sexy.
O Florense: E o rock gaúcho hoje?
Flávio: Ele é super o rock gaúcho. Ele continua sendo o rock gaúcho e por um lado isso é ótimo. Mas, por outro tem períodos que ele sendo o rock gaúcho ele não se relaciona com o rock do resto do país. E, às vezes, parece que ele fica muito sisudo, muito sério. E acho que esse não é ponto que ele está tão ok. E, atualmente, acho que ele está entre uma coisa e outra. Ou seja, um pouco sisudo e um pouco se relacionando com todo mundo.
O Florense: Você já trabalhou como cineasta e ator. Algum projeto nessa área?
Flávio: Tenho um projeto sim. Quero ver se filmo uma ideia que ainda está vaga. É algo embrionário e não totalmente experimental. Seria um poema, quero filmar um poema meu.
O Florense: Você ainda mantém contato com os antigos colegas de banda (TNT e Cascavelletes)? Pretende fazer algum projeto em parceria?
Flávio: Encontro sim, somos amigos, mas nada de projetos. Tudo o que está acontecendo hoje me aponta para um caminho diferenciado do que seria trabalhar com algum deles.
O Florense: De que maneira você acha que está influenciando bandas novas com seu estilo?
Flávio: Eu acho que influenciei muito como letrista. Por isso, que muitas vezes me cobram, no bom sentido, para que eu escreva mais em português, e, com certeza, continuarei, porque gosto, mas agora estou numa fase em que as coisas tem brotado mais em inglês. Basicamente eu falo essas duas línguas. Eu acho que influenciei muito como letrista e acho também que dessas novíssimas bandas, talvez até inconscientemente, na maneira de cantar, a entonação das palavras, usando uma fonética bem aberta. Eu usava isso nos primeiros discos. As pessoas dizem que influenciei em muitas coisas, mas eu acho que com maior foco nisso.
O Florense: O que o público florense pode esperar do show?
Flávio: Pode esperar o melhor de mim. Estou numa fase que estou adorando o estúdio. Tenho trabalhado em single e esse foco é, simultaneamente, o áudio e o vídeo, que estão vindo à tona. Essa tem sido minha paixão pelo estúdio e isso é o meu maior prazer. Também tenho tido o mesmo prazer e satisfação no palco. Essa simbiose está fechada e cíclica. Então, podem esperar o melhor de mim. Um show very inside com certeza.
Serviço
O quê: show Júpiter Maçã – abertura com Hábitos Groove
Quando: 7 de agosto, às 23h
Onde: Malibu Pub (Rua Borges de Medeiros, 1.234 – Fone: (54) 3292 6093)
Quanto: R$ 15 o feminino e R$ 20 o masculino. As 100 primeiras mulheres pagam R$ 10.
Cantor, compositor, cineasta e guitarrista, Flávio Basso iniciou sua carreira solo sob o pseudônimo de Woody Apple, que pouco tempo depois se tornaria Júpiter Maçã. Lançou seu primeiro álbum em 1996, com músicas que se tornariam referências do rock gaúcho: Um Lugar do Caralho, Eu e Minha Ex e As Tortas e as Cucas. Essas e outras clássicas como Síndrome de Pânico, Beatle George, Miss Lexotan 6mg Garota e as novas Modern Kid e Calling All Bands estarão entre o set list que Júpiter Maçã tocará por aqui. A partir dali, a carreira decolou e Júpiter lançou os discos Plastic Soda (1999), Hisscivilization (2003), Jupiter Apple and Bibmo Presents: Bitter (2007), Uma Tarde na Fruteira (2008) e Underground Years (2010).
Nessa semana, o músico conversou, por telefone, com o jornal O Florense e falou sobre rock gaúcho, influências de estilo, trabalhos e, claro, o show em Flores. Confira.
O Florense: Como surgiu o nome Júpiter Maçã?
Flávio Basso: Esse nome tem a ver com um conceito que estava trabalhando em 1995. Na verdade, a Júpiter 2 é a espaçonave do seriado Perdidos no Espaço, que eu assistia quando criança. Eu queria uma ligação espacial e comportamental, por que esse seriado tinha isso de futurismo e comportamento. É uma brincadeira com uma paixão minha da infância. E lógico que tem toda a expansão do que se diz respeito a júpiter e a apple (maçã), o mesmo peso, a mesma simbologia, o emblema num todo.
O Florense: De todos os seus álbuns, qual deu mais trabalho e qual foi mais satisfatório?
Flávio: O que me deu mais trabalho foi o terceiro: Hisscivilization. Ele é muito mais cerebral do que intuitivo. Foi a primeira vez que fui mexer bastante com o organolectro, o conceito orgânico com eletrônico, mas com aquele toque de vintage. Eu achei muito charmoso e na época foi apaixonante de fazer, mas foi muito quebra-cabeça, foi muito juntar peças. Deu trabalho porque eu equacionava dentro de mim mesmo, ou seja, ficava revirando os meu conceitos da semiótica do eletrônico e acabei chegando no resultado. Quanto a satisfação, cada um me deu uma satisfação especial; mas eu acho que o mais completo, por hora, é Uma Tarde na Fruteira.
O Florense: Quais são as músicas mais pedidas pelos fãs?
Flávio: Eles gostam de todas, mas Um Lugar do Caralho, é o hino da Júpiter. Pedem também Mix Lexotan, Modern Kid e a última Calling All Bands. O público tem uma ligação forte. No repertório que eu toco quase sempre se satisfazem os dois lados: eu e eles. É uma interação bem legal.
O Florense: Você ainda toca as músicas da época do TNT ou Cascavelletes?
Flávio: Volta meia tem alguns fãs que pedem, que não são nem saudosistas. É a nova geração, pessoas jovens que querem conhecer, por meio do autor. Então, rola um caprichosinho. Mas estou cuidando desse ponto. Existe a possibilidade de eu satisfazer alguns desses fãs, mas eu levo um show de conceito fechado, porém posso inserir dentro desse show alguma música.
O Florense: Na sua opinião qual o maior desafio da indústria fonográfica hoje?
Flávio: Eu acho que é reencontro com ela mesma, porque a internet não pode ser um inimiga da indústria fonográfica e ainda não se chegou a um ponto onde ela é totalmente amiga. Eu acho que o maior desafio da indústria é reencontrar a sua essência, o seu fetiche. Eu não vou contar os meus segredos ou o que eu imagino que seja (risos), mas com certeza é reencontrar o seu fetiche, a sua essência. Ela precisa ser sexy.
O Florense: E o rock gaúcho hoje?
Flávio: Ele é super o rock gaúcho. Ele continua sendo o rock gaúcho e por um lado isso é ótimo. Mas, por outro tem períodos que ele sendo o rock gaúcho ele não se relaciona com o rock do resto do país. E, às vezes, parece que ele fica muito sisudo, muito sério. E acho que esse não é ponto que ele está tão ok. E, atualmente, acho que ele está entre uma coisa e outra. Ou seja, um pouco sisudo e um pouco se relacionando com todo mundo.
O Florense: Você já trabalhou como cineasta e ator. Algum projeto nessa área?
Flávio: Tenho um projeto sim. Quero ver se filmo uma ideia que ainda está vaga. É algo embrionário e não totalmente experimental. Seria um poema, quero filmar um poema meu.
O Florense: Você ainda mantém contato com os antigos colegas de banda (TNT e Cascavelletes)? Pretende fazer algum projeto em parceria?
Flávio: Encontro sim, somos amigos, mas nada de projetos. Tudo o que está acontecendo hoje me aponta para um caminho diferenciado do que seria trabalhar com algum deles.
O Florense: De que maneira você acha que está influenciando bandas novas com seu estilo?
Flávio: Eu acho que influenciei muito como letrista. Por isso, que muitas vezes me cobram, no bom sentido, para que eu escreva mais em português, e, com certeza, continuarei, porque gosto, mas agora estou numa fase em que as coisas tem brotado mais em inglês. Basicamente eu falo essas duas línguas. Eu acho que influenciei muito como letrista e acho também que dessas novíssimas bandas, talvez até inconscientemente, na maneira de cantar, a entonação das palavras, usando uma fonética bem aberta. Eu usava isso nos primeiros discos. As pessoas dizem que influenciei em muitas coisas, mas eu acho que com maior foco nisso.
O Florense: O que o público florense pode esperar do show?
Flávio: Pode esperar o melhor de mim. Estou numa fase que estou adorando o estúdio. Tenho trabalhado em single e esse foco é, simultaneamente, o áudio e o vídeo, que estão vindo à tona. Essa tem sido minha paixão pelo estúdio e isso é o meu maior prazer. Também tenho tido o mesmo prazer e satisfação no palco. Essa simbiose está fechada e cíclica. Então, podem esperar o melhor de mim. Um show very inside com certeza.
* Colaborou Márcio de Oliveira.
Serviço
O quê: show Júpiter Maçã – abertura com Hábitos Groove
Quando: 7 de agosto, às 23h
Onde: Malibu Pub (Rua Borges de Medeiros, 1.234 – Fone: (54) 3292 6093)
Quanto: R$ 15 o feminino e R$ 20 o masculino. As 100 primeiras mulheres pagam R$ 10.
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