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“O caixa não está mais raspado”

Após tomar conhecimento do funcionamento da máquina pública e encaminhar as primeiras obras e ações administrativas à frente da prefeitura de Nova Pádua, Itamar Bernardi (PMDB), o Kiko, começa a colocar no papel os primeiros projetos de grande porte para seu mandato.

Após tomar conhecimento do funcionamento da máquina pública e encaminhar as primeiras obras e ações administrativas à frente da prefeitura de Nova Pádua, Itamar Bernardi (PMDB), o Kiko, começa a colocar no papel os primeiros projetos de grande porte para seu mandato. Entre os principais planos estão a construção do novo prédio da prefeitura – este a partir de 2010 – e a de um centro de eventos (sem prazo estipulado). Uma preocupação que demandava atenção especial desde o primeiro dia como chefe do Executivo era com as finanças do município, as quais eram consideradas precárias. Agora, de acordo com Kiko, a situação está melhor. Na tarde de segunda-feira, dia 29 de junho, ele recebeu O Florense para avaliar seus primeiros seis meses de governo. Confira a seguir os principais trechos da entrevista. O Florense: Na avaliação do primeiro mês como prefeito, o senhor comentou que o rosto da administração precisaria tomar forma até o final de junho. Isso realmente se concretizou? Itamar Bernardi: Acho que sim. Implantamos uma série de medidas administrativas para melhorar o atendimento ao público. A primeira coisa que fizemos foi colocar uma atendente no hall de entrada da prefeitura, função que não existia. Além de telefonista, ela é responsável por encaminhar a população que procura os serviços públicos. Outra melhoria foi a colocação da Secretaria de Obras em um espaço próprio, no térreo do prédio da Câmara de Vereadores. A pasta, que tem uma das maiores demandas do Executivo, conta também com um telefone direto (3296.1748), o que desafogou o atendimento telefônico. Antes, os 23 funcionários da secretaria ficavam em uma sala no porão da prefeitura. Agora, têm um espaço melhor. Dessa forma, o vice-prefeito ficou com um gabinete próprio (antes dividia o espaço com outros servidores) e as Obras estão juntas ao Departamento de Engenharia. Na verdade, nesses primeiros seis meses tomamos conhecimento de todos os processos do Executivo. Foi um tempo maior do que imaginávamos, porém, necessário. Sabemos o que cada servidor faz e delimitamos funções. Por exemplo, antes, o tempo em que uma compra levava para ser finalizada era longo. Aperfeiçoamos o trabalho para finalizarmos o processo no menor prazo possível. Com isso, o fluxo de entrada e saída de documentos ficou mais ágil. O Florense: Com a mudança da Secretaria de Obras, a Brigada Militar (BM) passará para outro lugar? Bernardi: Sim. Estamos em fase final de reforma de salas junto à Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Indústria e Comércio. Até por solicitação da Brigada, era necessário um espaço em um prédio de alvenaria. Antes, os policiais que atendiam algumas denúncias ocupavam uma sala com paredes de madeira, o que não oferecia privacidade. Provavelmente na próxima semana (a partir do dia 6 de julho) a corporação passará a atender no novo endereço. O Florense: O senhor também disse no início do ano que alguns servidores estavam com férias acumuladas, o que estaria acarretando problemas administrativos. Isso foi solucionado? Bernardi: Sim. Legalmente, os funcionários não poderiam gozar de todo o período de férias acumulado, segundo recomendação do Tribunal de Contas. Existiam quatro casos. Para beneficiar os servidores, alteramos o estatuto para que a situação fosse regularizada. O Florense: Outro comentário seu foi sobre a condição financeira do município, a qual não era favorável. Disse, inclusive, que o caixa estava “raspado”. Passados seis meses, como está situação? Bernardi: Está melhor. O caixa não está mais raspado (risos). Ainda não recebemos uma resposta para o empréstimo de até R$ 1,25 milhão, mas acredito que até o final de julho os recursos devem ser liberados, segundo informações obtidas em Brasília – o pedido de empréstimo junto ao Banco do Brasil foi aprovado pela Câmara paduense em sessão extraordinária no dia 19 de janeiro; o dinheiro será obtido por meio do Programa de Intervenções Viárias (Provias) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor será usado para a compra de duas máquinas: uma retroescavadeira e uma escavadeira hidráulica. Caso o valor não seja liberado, teremos dinheiro suficiente em caixa para essa compra. O Florense: Nesse contexto, como foi possível estabilizar as finanças da prefeitura? Bernardi: Atacamos diretamente na manutenção das máquinas. Além disso, os serviços mais pesados foram terceirizados, o que nos deu tempo para aplicar o maquinário em outras obras, principalmente no interior. Nossos equipamentos estão sucateados pelo uso. Nossa máquina mais nova tem 11 anos. Constatamos que a administração passada chegou a gastar R$ 100 mil em apenas uma manutenção, a qual era necessária. Também fizemos um trabalho de conscientização junto aos servidores, para manusearem adequadamente as máquinas, evitando reparos constantes e objetivando a segurança deles. Ainda nesse caso, conseguimos atender mais rapidamente os agricultores. Agora, no final de junho, encaminhamos mais de 90% dos serviços de máquinas terceirizados à população. Geralmente isso ocorria até outubro. Com isso, teremos tempo hábil para colocar o maquinário na abertura da estrada do Travessão Divisa. A meta é concluir os trabalhos no trecho de 3,2km até o final do ano para, a partir de janeiro ou fevereiro de 2010, encaminhar o asfaltamento. O Florense: Existe um plano para construir um novo prédio para a prefeitura. Esse projeto está em andamento? Bernardi: Sim. Temos planos de erguer a nova prefeitura atrás do prédio do atual Executivo, na frente da garagem da Secretaria de Obras. Não tínhamos orçamento para isso. Portanto, após esses seis meses de reestruturação interna, agora vamos finalizar o projeto. Nosso objetivo é concluí-lo até dezembro, e iniciar as obras em 2010. O Florense: Assim como a nova sede do Executivo, existe algum outro projeto desse porte? Bernardi: Penso que Nova Pádua precisa de um centro de eventos. Tenho a ideia de construir um prédio em área central para ser utilizado frequentemente, e não apenas uma ou duas vezes por ano. O espaço abrigaria, além de auditório com capacidade para até 200 pessoas, salas para a Banda Santa Cecília e para a Bela Idade, bem como área para eventos, como casamentos, Feprocol e Semana do Colono e do Motorista, entre outros. O Florense: Um problema alvo de constantes cobranças de parte da comunidade atualmente é a falta de água no Travessão Leonel. O que está sendo feito para tentar solucionar o caso? Bernardi: Há 20 dias fizemos uma reunião na localidade. Queremos resolver o problema das cinco famílias que têm necessidade e outras duas que têm carência mesmo. Após contatarmos o governo do Estado, nos foi avisado que em julho as máquinas para perfuração de novos poços artesianos seriam deslocadas para a Serra, pois estavam sendo usadas em regiões do Estado atingidas pela seca. Técnicos que estiveram na área acreditam que é possível achar água em apenas um local, uma fenda que percorre os travessões Mützel e o Leonel. Caso o líquido não seja encontrado nessa última cartada, vamos perfurar o solo em outra localidade para levar água ao Leonel. O Florense: Após essas avaliações, quais são suas metas para o primeiro ano de governo? Bernardi: Nosso projeto vai bem. Na parte da agricultura, aumentamos o subsídio de calcário aos produtores e reformulamos o Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Avícola (Pida), criado por lei em 1997 e que apoia e incentiva a implantação e a reforma de aviários. Neste projeto, até o final de julho, repassaremos cerca de R$ 130 mil aos agricultores inscritos. Na educação, programamos dois novos trajetos no transporte escolar e reformulamos a chamada Lei dos Universitários, a qual concede auxílio financeiro para estudantes de graduação, sendo 10% em qualquer curso no Estado e 20% para acadêmicos de Agronomia da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Na saúde, regularizamos por lei o sistema de sobreaviso para o motorista da ambulância, o qual pode ser acionado em qualquer hora do dia ou da noite. Ainda na saúde, até dezembro, pretendemos melhorar o acesso e ampliar o estacionamento da Unidade Sanitária Dom Henrique Gelain e estamos em fase de elaboração de um projeto de saneamento básico para a sede do município. Também asfaltaremos as ruas Dom Júlio Scardovelli, Ângelo Pilatti e o acesso ao loteamento Baixo. Além disso, pretendemos conseguir liberação junto ao Daer para executar o trevo de acesso ao loteamento Baixo e ao Travessão Divisa.
Uma das metas de Kiko é iniciar o asfaltamento do Travessão Divisa até fevereiro do próximo ano. - Fabiano Provin
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