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“Eu acredito nas pessoas e é pelas pessoas que eu estou aqui”

Princesa da 15ª Fenavindima, Bruna Marini, aposta no amor pela comunidade e por Flores da Cunha para fazer da festa de 2024 mais inspiradora e participativa

O aroma inconfundível de uva toma conta do ar e indica que estamos chegando no endereço certo: o apartamento da princesa da 15ª Festa Nacional da Vindima, Bruna de Oliveira Marini, de 28 anos. Já com ‘cheirinho de Fenavindima’ a soberana nos recepciona ao lado da mãe, Luciane Bernardi de Oliveira, de 47 anos; do pai, Gelson Caetano Marini, de 61 anos; e, do namorado, Vinicius Augusto Dahmer, de 27 anos, para contar detalhes da noite de escolha da corte do evento máximo de Flores da Cunha e de que forma pretende trabalhar pela festa do ‘Centenário da Colheita’. 
Durante as vivências do pré-concurso, Bruna revela que teve a oportunidade de estar com rainhas e princesas de edições anteriores e todas afirmaram que a jornada de conhecimento trilhada diariamente seria muito importante, mas que as meninas escolhidas sentiriam algo diferente no dia da coroação; situação que aconteceu com ela. “Eu sou muito ansiosa, bem nervosa, acordei naquele dia e a porta não abria, fui clicar no interruptor e não abria, mas eu estava tranquila. Em outra época eu estaria pensando que o dia já teria começado errado, mas não. Liguei para o Vini vir abrir, depois saí, fui para maquiagem, cabelo, estava tranquila. E eu tinha, na minha cabeça, que na hora do sorteio eu iria ficar por última para conversar com o júri, e foi o que aconteceu. Mas passou muito rápido, fui entrevistada acho que era por volta das 13h20min”, lembra a jornalista, acrescentando que sua mãe ficou o dia inteiro ao seu lado, fazendo às vezes de Uber, e que foi tudo inesquecível e emocionante.
À noite, no desfile, a princesa explica que a opção por uma música mais agitada fez com que também tivesse que acelerar um pouquinho, contudo, conforme ela, acabou percorrendo a passarela um pouco rápido demais. “Não tinha visto minha mãe, meu pai e o Vini no meu desfile individual, só consegui vê-los na hora do desfile das sombrinhas, o segundo coletivo, porque tinha muita gente e por mais que eu tivesse parada eu não consegui focar. O momento é muito levado pela emoção”, destaca Bruna, dizendo estar surpresa com sua calma na ocasião. 
O que também impressionou foi o vestido da princesa, uma criação da estilista Juliana Lazzari, que procurou evidenciar elementos do povo florense, como a fé, traduzida pelo terço de sua vó. A história , que esteve presente nos botões, inspirados nos da princesa da 1ª Fenavindima, Maria do Carmo Toigo, que representou São Gotardo. E o camafeu, que pertenceu a uma tia-avó de Bruna. A partitura com as notas musicais foi um diferencial para o traje e imprimiu traços marcantes da personalidade da jovem. O artesanato da mulher imigrante se fez presente por meio do filé, bordado por Flávia Soldatelli. A frase ‘São Gotardo, rogai por mim’, uma surpresa para a candidata, acompanharam Bruna pela passarela, trazendo calmaria aos seus movimentos.
Tranquilidade que foi substituída pela euforia no momento em que sua torcida foi premiada como a melhor da noite. Nesse sentido a jornalista ressalta que é impossível falar de sua torcida sem mencionar a comunidade de São Gotardo, afinal, a princesa sabia o nome de todos que estavam ali e reforça que eles foram fundamentais para que ela conseguisse dividir as tarefas, como a venda de ingressos, e ter o apoio de todos ao longo do pré-concurso. “A paródia da nossa torcida ia ser ‘Bruna é tua vez de brilhar, nós estamos aqui para te apoiar’, mas chegou na hora e a gente percebeu que não dava para escutar nada porque o som da banda era mais alto, aí improvisamos, por isso não esperávamos ganhar de melhor torcida. Acabou sendo uma outra música que se cantava para o Cruzeiro, mas eu fiquei bem feliz, ficou bem legal”, recorda Bruna.
“Quando anunciaram meu nome como princesa da 15ª Fenavindima eu estava bem confiante e pensando ‘que me chamem por primeiro, eu vou ficar muito feliz se me chamarem por primeiro’. A gente estava ali em uma rodinha, tinha o Samuel, o Eriel, a Duana, aí tu começa a mentalizar, e quando me chamaram eu estava olhando para baixo e tinha passado uma a uma das meninas e deixado uma frase dizendo que o nosso nome já estava escrito na história da Fenavindima e que, independente do resultado, nós, por estarmos ali, já éramos vencedoras e somente juntas faríamos uma grande festa, fui falando isso para elas, abraçando cada uma e fui para o palco”, detalha a soberana. 
A nova representante da corte florense reforça que por mais que estivesse confiante e com a certeza de ter feito um bom trabalho, de ter dado o seu melhor e se entregado de todo o coração no pré-concurso, a preparação que tem ‘da vida’ foi determinante para chegar onde chegou. “Eu sempre fui assim, metida, de querer saber, tanto que a vida me encaminhou para isso e tenho certeza que foi esse amor que tenho por Flores da Cunha que transcendeu, esse sentimento de pertencimento, essa vida em comunidade e eu gosto de gente. Eu acho que foi isso, esse sentimento de pertencimento que ficou bem nítido, de amar Flores da Cunha e de conhecer as pessoas, eu sempre deixei bem claro que o diferencial da nossa cidade são as pessoas, as pessoas que fazem, que trabalham muito e que tem orgulho da nossa terra e fiz questão de deixar isso claro também na entrevista, de dizer que eu acredito nas pessoas e que é pelas pessoas que eu estou aqui, falei isso no discurso também, que a gente firmou um compromisso  de se colocar à disposição, a partir daquele momento que a gente foi na Casa de Cultura e assinou que estava se inscrevendo, sabíamos que estávamos colocando o nosso nome à total disposição do município, para se doar para a festa, e agora a gente sabe que tem quatro anos de muito trabalho pela frente”, ressalta, completando que se sentiu muito feliz em ver que, no primeiro desfile da nova corte, até mesmo as pessoas mais velhas estavam presentes e fizeram questão de continuar acompanhando até o fim do evento, como sua avó, de 83 anos. 
E por falar em trabalho, Bruna não vê a hora de começar a desenvolver ações em prol da Fenavindima. Para ela, é muito clara a forma que as crianças olham para as soberanas, com olhos de admiração, e o segredo está justamente nisso: em trabalhar muito forte com as escolas para deixar esse sentimento marcado, fazer com que não esqueçam dessa festa, plantar sementes. “Não esqueço que no desfile da Giovana eu estava na antiga Docelar e vi a Giovana em um carro alegórico de veludo, azul marinho com detalhes em dourado, eu tinha quatro anos e aquela imagem não sai da minha cabeça. Então vamos fazer um trabalho muito grande nas escolas, na comunidade, junto ao comércio, para atrair primeiramente a nossa comunidade, fazer com que ela sinta esse pertencimento e também depois para os outros municípios.  Fazer uma divulgação bem ampla, entregar folders, fazer adesivaço”, exemplifica a soberana que afirma lembrar-se de duas coisas ditas pelas pessoas ao longo dessa caminhada: seja você e permita-se brilhar. 
“A Fenavindima está em primeiro lugar na minha vida, isso eu falei na entrevista também. E achei o nosso trio muito harmônico e verdadeiro, já parece uma coisa só, uma unidade”, emociona-se a princesa, ao mesmo tempo em que revela que o apoio da família foi e será fundamental.
Pelo que depender deles, isso não será problema nenhum. “Quando você vai para um concurso tem que ter em mente que vai vencer, é importante, mas no caso, ali, ninguém perdeu.  Agora é colaboração, então a gente está junto para divulgar o município e o que vier pela frente. Estou contente, sem dúvidas, acreditava que entre as três ela chegaria e aconteceu”, informa o pai, Gelson.
Por outro lado, a mãe de Bruna, Luciane, admite que ficou muito emotiva e nervosa, tanto no sábado quanto no domingo, chegando a tremer muito: “Eu não consegui aproveitar o momento, assistindo eu pensava que poderia ter curtido mais. Estava muito ansiosa, com muito medo, porque por mais que todo mundo me dissesse que ela ia estar no trio eu falava que não éramos nós que iríamos votar nela, por isso não dependia de nós, ela enfrentou jurados e pessoas que não conhecia, pessoas que não tiveram uma trajetória com ela. Eu sei que por mérito ela é vencedora, mas não dependia apenas dela e de nós e sim dos jurados que estavam por trás analisando, mas foi muita emoção, foi muito gratificante”, conclui Luciane, superemocionada. 

A princesa, Bruna Marini, cercada pelo namorado, Vinicius, pela mãe, Luciane, e pelo pai, Gelson. - Karine Bergozza
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