“Eu acho que engajamento é a palavra. Vai além da mera participação, é fazer a mais, dar o teu melhor”
Rainha da 15ª Fenavindima, Paula Bebber, reforça a importância de fazer um bom trabalho com o trio e que a união da corte é fundamental para o sucesso do evento
“Eu sempre mantive a minha essência, a minha simplicidade. Sempre me dei bem com todas as meninas e acho que eles (jurados) notaram isso, notaram uma pessoa do bem e talvez esse tenha sido o diferencial que fez com que eu me destacasse. Eu fui quem realmente sou no dia a dia, quem a Paula é na vida real, fui muito tranquila e isso também ajudou”, reflete a rainha da 15ª Festa Nacional da Vindima, Paula Bebber, sobre o porquê acredita que tenha sido escolhida pelo júri para representar Flores da Cunha.
Para contar mais detalhes do dia da escolha e adiantar como pretende trabalhar pelo evento máximo da cidade, a jovem de 25 anos nos recebeu na casa em que mora com os pais Pedro Bebber, de 61 anos, e Ivone Vedana Bebber, de 56 anos, e a irmã, Bruna Bebber, de 29 anos. Na ocasião, também fomos recepcionadas por uma vista encantadora do Campanário.Ali, Paula nos contou que assim que abriram as inscrições para o concurso da 15ª Fenavindima estava bastante indecisa se deveria ou não participar. “Não teve uma ‘virada de chave’, foi conversando, vendo se teria disponibilidade, porque é um trabalho bem complexo e tu tem que estar disposta a isso. Nos organizamos para ver se ia ser possível, porque é bastante responsabilidade e a gente tem duas empresas”, lembra a rainha, acrescentando que tinha uma viagem programada para o período do pré-concurso, o que causava ainda mais indecisão.
De acordo com a designer de moda, com o apoio da família ficou um pouco mais fácil tomar a decisão de participar do concurso. O diálogo levou a soluções como a de adiar o projeto do Sebrae com a BBVA Confecções e a de a irmã assumir as funções de Paula na loja Hermanita, quando ela não pudesse estar presente. “Eu analiso tudo, faço uma lista dos prós e dos contras. Mas depois da inscrição, 100% de mim eu dei para o pré-concurso, me empenhei ao máximo. Eu sou assim, se entrasse ia dar o meu 100% senão eu não ia me inscrever, justamente por isso da demora na minha decisão. Desde o momento em que eu me inscrevi, a família e o meu namorado já estavam a par, mas todo mundo me acompanhou e foi superleve, foi uma trajetória muito bonita e por mais que tenha sido intensa foi muito tranquila e parece que passou tão rápido que dá até saudade dos nossos encontros, todos muito ricos”, relata a soberana.
Nesta edição do concurso os vestidos das embaixatrizes voltaram a ter tema livre, em homenagem ao aniversário do município. Ao saber da novidade Paula confessa ter ficado muito feliz, uma vez que é da área da moda e acabou desenhando seu próprio traje. “Já criei vários casacos para a BBVA, mas um traje que conta sobre a tua história é algo totalmente diferente. A gente se empolga e no início eu achei que ia ser superdifícil de desenhar e pensar, mas um dia eu fiz uns dois ou três esboços e era aquilo, só faltava os detalhes e depois, conforme vem as provas, a gente vai vendo no corpo como fica, onde tem que agregar algum detalhe. Mas foi muito legal e tudo foi feito em conjunto com a Juliana Lazzari e a equipe dela, que merece todos os créditos, porque elas foram impecáveis, sempre complementando, dando sugestões, porque esse foi o primeiro vestido que eu criei, mas o resultado ficou lindo, fiquei bem satisfeita e é a minha cara”, detalha a empresária.
Além da confiança proporcionada, também, pelo vestido, Paula esclarece que todos os jurados foram muito abertos e simpáticos, deixando as candidatas à vontade, desde o encontro da manhã. “De noite, no desfile, eu acho que a emoção vai e tu se vira, mas o júri é uma preocupação de todas e penso que todas se saíram muito bem, ao menos pela minha experiência, porque eles perguntavam mas também quando a gente falava alguma coisa eles respondiam e aí já emendávamos em uma conversa, eles quiseram sentir quem a gente era, o que queríamos para o futuro e como a gente via a cidade, queriam perceber o nosso ponto de vista para algumas situações e eu me senti muito à vontade, respondi de coração, e deu certo”, recorda a rainha.
Foram muitas horas até o momento mais aguardado pelo público: o desfile. Um espetáculo à parte, Paula transformou os minutos em que percorreu a passarela em um misto de sentimentos que pareciam encaixar-se perfeitamente com a trilha sonora que a embalava: “Tinha um momento de ápice da minha música que eu sabia que tinha que chegar na frente da minha torcida e isso deu certo, mas também consegui curtir e o pessoal falou que ficou bem emocionante e foi, realmente. É um momento incrível, foi muito lindo mesmo”, emociona-se Paula.
“Na hora que eles anunciaram as soberanas, que eles leram o meu texto, eu estava chorando lá atrás. Porque a gente teve um encontro com a psicóloga e escrevemos um recado para a futura rainha e eu imaginei que quando fosse eleita a rainha iam entregar para ela, aí quando eles leram o que eu escrevi para mim mesma, foi muito emocionante. Queria ter certeza absoluta, porque começaram a ler e eu estava tentando lembrar o que eu tinha escrito, no fim eu sabia que era meu, mas no começo, estava ainda tentando identificar. A gente estava lá atrás, estava todo mundo em uma roda, de mãos dadas, foi um momento superemocionante nosso e a emoção faz com que a gente saia um pouco da realidade”, descreve a rainha sobre o momento exato em que seu nome foi anunciado.
A partir de então teve início uma nova fase na vida de Paula, para a qual ela adianta que pretende trabalhar incansavelmente: “Eu vou dar o meu 100% trabalhando porque eu tenho certeza que vai ser uma festa que vai ficar para a história e por ser do centenário do nosso município já tem todo um significado por trás. E Flores da Cunha está chamando cada vez mais atenção por ser um lugar com enoturismo, que está crescendo muito e as pessoas estão enxergando isso, a própria Fenavindima vem em conjunto a isso. Eu já tenho certeza que vai ser uma festa incrível e que vai ficar para a história”, frisa Paula, concluindo: “Eu acho que engajamento é a palavra. Engajamento vai além da mera participação é fazer a mais, dar o teu melhor, dar as tuas forças, e é isso que eu quero fazer também como rainha, fazer um bom trabalho com o trio porque acho que um trio unido faz um trabalho muito melhor. É estruturar o nosso trabalho junto com a comissão social e ‘ir com tudo’ para divulgar essa festa e fazer com que seja um sucesso”.
Se o sucesso do evento depender do sentimento de orgulho e emoção dos pais de Paula, certamente será inesquecível. O pai, Pedro, conta que tirou o dia da escolha para ser motorista particular da filha e que mesmo que ela pudesse ir dirigindo, fez questão de levá-la e buscá-la nos lugares: “Ficamos todo o dia juntos e deu tudo certo”, frisa, com os olhos marejados, acrescentando que é uma honra ser pai da rainha no ano do centenário do município.
“Quando a Paula acordou de manhã ela estava tranquila, ela é uma pessoa bem tranquila, não é tão emotiva como a mãe dela e eu, ela consegue se conter um pouco. Nós já somos mais fracos”, destaca Pedro, ao mesmo tempo em que lembra que na noite anterior à escolha, ele e a esposa optaram por entregar a Paula uma carta que haviam escrito na conversa com a psicóloga das embaixatrizes. “Para não emocionar tanto no sábado, antecipamos o ‘chororô’. Para um pai e uma mãe viver esse momento é muito bom”, destacam Pedro e Ivone. A mãe, mesmo sem voz, não consegue conter as lágrimas e continua emotiva.
A irmã, Bruna, brinca: “Eu dei uma saidinha rápida e já virei irmã da rainha”, acrescentando que desde que Paula se inscreveu no concurso, ganhou mais um cargo, de sua assessora, uma vez que é ela quem produz seus vídeos para as redes sociais. Brincadeiras à parte, a jovem ressalta que a família apoiou a rainha desde a inscrição e procurou ajudar com o que fosse possível, inclusive simulando júris: “A gente ia dando sugestões do que ela poderia mencionar nas respostas das perguntas e quando víamos a gente passava duas horas falando”, revela Bruna, que agora deve continuar dando todo o apoio para a irmã poder se dedicar ainda mais a divulgar Flores da Cunha e a Fenavindima.
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