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“As pessoas querem reações genuínas, ninguém quer um personagem”

Princesa da 15ª Fenavindima, Caroline Foss Lovison, defende que a comunidade busca se identificar com o trio de soberanas e que esse sentimento deve permanecer para divulgar a festa

Um carro estacionado e cheio de balões indica que estamos em frente ao prédio onde mora a princesa da 15ª Fenavindima, Caroline Foss Lovison, de 22 anos. Cercada pela mãe, Nilva Foss, de 57 anos; pelo pai, Laudi Lovison, de 51 anos; e pelas irmãs, Aline Foss Lovison, de 35 anos, e Mariane Foss Lovison, de 20 anos, somos recepcionadas em um ambiente repleto de flores, presentes que simbolizam o início de um ciclo como soberana da Festa Nacional da Vindima 2024.
“Eu estou ainda tentando processar, acho que todo mundo está ainda tentando responder mensagens, processando, mas muito feliz. É muita informação junta porque sai daquela questão de preparação, de pré-concurso, de toda aquela demanda para ir para uma parte que todo aquele objetivo, tudo que já se esperava que fosse se concretizar agora, de fato, existe e o que vem depois? Então a gente está assimilando isso para todo trabalho que vai vir”, descreve Caroline sobre seu sentimento, poucos dias após ser coroada princesa da 15ª Fenavindima.
A jornalista lembra que a calmaria lhe acompanhou durante praticamente todo o dia da escolha, sobretudo na parte da manhã, na entrevista com os sete jurados, mesmo sendo a primeira a ser entrevistada: “Eu entrei muito tranquila, muito segura, porque senti que até ali tinha feito tudo o que eu podia, tinha entregado tudo o que eu podia entregar e a partir daquele momento era uma decisão que não dependia mais de mim”, revela, acrescentando que se conhece muito bem e  usou as técnicas ensinadas pela psicóloga Rochele para ficar mais calma – respirações e meditação.
A tranquilidade da princesa se estendeu durante o dia, contudo, no período da noite, devido ao grande número de pessoas, o nervosismo se fez presente: “Todos os meus familiares, entidades e amigos estavam lá e eles estavam contando com aquele desempenho, então de noite foi um pouco mais tenso, mas mesmo assim eu respirei fundo. Até tinha medo que a minha boca tremesse muito e ficasse algo estranho, mas isso não aconteceu, nem quando parei na frente dos jurados; na minha torcida eu fiquei meio chorosa, mas recuperei e foi muito mais leve do que eu poderia ter esperado e planejado. Senti que foi um desfile confiante e leve ao mesmo tempo”, detalha a soberana. 
Essas características foram possíveis, também, graças à segurança proporcionada pelo vestido que, conforme Carol, não se trata de uma veste tão tradicional, uma vez que não parou de procurar até encontrar algo que a representasse. “Comecei a seguir no Instagram a artista Amanda Falavigna, foi quando vi que ela tinha um perfil profissional das aquarelas que fazia no papel, aí eu pensei: ‘será que ela não faria um vestido, não pintaria um vestido? (e ela fez)’. A estilista sempre foi a Juliana Lazzari a minha primeira opção porque fiz o meu vestido de formatura com ela e sei da dedicação, sem contar que ela passa aquela energia boa, até quando a gente foi conversar ela já estava com os vestidos de outras meninas, aí a minha irmã incomodou tanto que ela teve que aceitar mais um. Eu achei que ficou a minha cara e talvez tenha sido esse um dos pontos de confiança na hora do desfile”, revela a princesa.
Após a emoção de percorrer a passarela, o coração de Carol bateu mais forte quando ouviu o nome de sua torcida sendo chamada para receber a premiação entre as melhores do evento. Conforme a princesa, esse momento foi muito gratificante porque sabe o quanto seus familiares e amigos se esforçaram e trabalharam para isso: “Foi muito bacana ver que eles foram reconhecidos porque fiquei totalmente na outra parte e eles ficaram totalmente na torcida, eu nem tinha certeza absoluta do que ia encontrar quando chegasse ali. Eu tinha uma ideia do que eles iriam fazer, mas ver a execução foi novo”, orgulha-se a jornalista.
No entanto, a emoção só veio completamente à tona quando ouviu seu nome sendo anunciado como princesa da 15ª Fenavindima. “Sou bem intuitiva, lembro exatamente que na hora eu estava olhando para o chão e lembro do ponto do tapete que eu estava olhando quando chamaram meu nome. Naquela noite eu só tinha chorado um pouquinho quando parei na frente da torcida, mas durante o dia não chorei e sou bem emotiva, então aquela hora foi quando ‘descarregou’ toda aquela adrenalina do dia todo, aliás, não só do dia, mas dos meses de preparação porque é um processo intenso e um reconhecimento por todo trabalho, por toda dedicação, então tive uma sensação de ‘nossa, agora foi, é isso, deu tudo certo’”, emociona-se. 
Caroline acredita que tenha sido escolhida para representar o município florense no ano do centenário especialmente pelo fato de ser muito verdadeira e ter conseguido demonstrar isso aos jurados.  “As pessoas querem reações genuínas, ninguém quer um personagem, ninguém quer olhar para o trio e ver alguém forjado. As pessoas querem se ver no trio. Acredito que foi isso, essa essência, essa autenticidade que eu encontrei, inclusive, durante o pré-concurso, e quando os jurados conseguem perceber, quando se consegue externalizar isso a gente tem um resultado”, destaca a  jornalista, revelando que pensa que sua profissão possa ter contribuído para o processo como um todo, uma vez que proporciona uma habilidade maior para se expressar. 
Habilidade que, somada à sua essência, auxiliará a divulgar nossa festa. “Os planos são trabalho, muito trabalho, eles nos falaram que o glamour dura até o dia da escolha, depois tem que estar preparada. Então nós três estamos com 100% de disposição para entregar tudo, assim como a gente fez no pré-concurso, mas agora em outro contexto, entregar tempo, energia, eu falei isso no discurso, espírito, coração, tudo para fazer a melhor festa, especialmente, no ano que vem, que é o ano do centenário,”, frisa. 
A soberana defende, ainda, que ouvir as contribuições dos florenses é algo que deve ser priorizado, afinal, a Fenavindima é feita a partir da união da comunidade: “É uma festa de pessoas feita para pessoas, acho que esse é o primeiro ponto porque não adianta a gente planejar a festa de forma isolada, as pessoas precisam estar envolvidas e, mais do que isso, se sentirem envolvidas porque é uma festa de todos. A gente até falava, no pré-concurso, de turismo inclusivo, tem várias ações nesse aspecto que devem ser feitas e precisamos focar nisso. Tirando o ‘oficial’ de soberanas, eu acredito que estar aberta para as pessoas é um ponto muito importante porque elas percebem isso, elas procuram, mandam mensagens, abraçam a festa e abraçam o que nós representamos, o que o título representa, então é mais uma vez estar inteiramente à disposição, não para cumprir um protocolo, mas realmente estar presente e sentir essa conexão e essa troca com as pessoas”, emociona-se a princesa. 
Tarefa que contará com total apoio da família, que sempre soube que Caroline estaria na corte da 15ª Fenavindima: “Estou muito feliz, sempre acreditei que ela ia ficar no trio, tinha uma certeza enorme. Estamos cuidando dela cada vez mais e a minha voz está até rouca de tanto gritar na torcida”, comemora a mãe, Nilva. 
O pai de Carol, Laudi, é motorista de caminhão e conta que chegou de viagem na sexta-feira ao meio dia, véspera do evento, após vários meses fora, ele confessa que queria ter chego um pouco antes para auxiliar com o que fosse preciso, mas sente-se aliviado por ter dado tudo certo: “Estava sempre acompanhando diariamente, mesmo de longe, é o meu costume, o da nossa família, a gente conversa todos os dias, várias vezes, então sempre me deixam a par de tudo, nesses últimos dias conversamos até demais (risos). Não estou aqui presente, mas as ideias, as informações, a gente troca sempre. A gente decide as coisas no grupo,” explica Laudi, que revela que foi motorista da filha nos últimos dias.   
Como pai, Laudi explica que sente orgulho de todas as filhas, mas neste momento, em especial, de Carol (como não poderia ser diferente): “Desde a escola a gente viu nela aquela questão de comprometimento, de fazer as coisas certinhas, não pode ser mais ou menos, tem que ser certo. Então isso ali, de certa forma, deixa a gente com um sentimento de que valeu a pena, de que ela está no caminho certo e que hoje ela está colhendo os frutos (e nós também, como pais). Agora a gente vai acompanhando, dando todo o apoio que ela precisa, o suporte, enfim, o que a gente pode fazer como família”, conclui o pai, emocionado.

A princesa, Caroline Foss Lovison, ladeada pelas irmãs Mariane e Aline, pela mãe, Nilva, e pelo pai, Laudi. - Karine Bergozza
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