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“A partir de agora é tocar para dar continuidade”

Prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna (PMDB), 44 anos, avalia como foi seu primeiro ano à frente do Poder Executivo

Contente. E apesar das quase 14 horas diárias de trabalho, satisfeito. Assim é possível encontrar o prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna (PMDB), após o primeiro ano à frente do Centro Administrativo. Contente por ter realizado o sonho de ser o prefeito da terra natal, e satisfeito com as ações desenvolvidas ao longo dos últimos meses.

Ainda sem saber quando tirará alguns dias de férias, Lídio recebeu a reportagem do O Florense antes dos festejos natalinos para uma entrevista de avaliação dos primeiros 12 meses como prefeito. Antes de fechar o ano ele já sabia que o caixa estava positivo (cerca de R$ 1 milhão), ele tem na ponta da língua as obras feitas e o que está planejado para 2014.

Sem revelar muitos detalhes, o agricultor de 44 anos sabe que precisa dar atenção à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Lagoa Bela, que ainda não saiu do papel; e à canalização do Arroio Curuzu, em São Cristóvão, ambos projetos que dependem de investimentos consideráveis – por isso as quatro idas a Brasília no ano para pleitear verbas federais. Confira os principais trechos da entrevista com Lídio, que garante ter superado as ameaças feitas por um guarda municipal e que agora está tudo certo.

O Florense: Que avaliação o senhor faz do primeiro ano como prefeito de Flores da Cunha?
Lídio Scortegagna:
O primeiro ano de governo foi ótimo porque conseguimos muitos avanços e resgatamos algumas coisas que estavam emperradas há muitos anos. Por exemplo, fizemos a abertura de ruas. Consegui investir o que queria principalmente em máquinas e renovamos a frota. Isso nos dará um fôlego nos próximos anos, bem como custos reduzidos. Temos três motoniveladoras novas. Projetamos os quatro anos da nossa administração. E mais do que isso, já temos uma perspectiva real e concreta de obras que estavam paradas e que foram retomadas em 2013. Todas as obras iniciadas terão conclusão. É importante e fundamental manter os trabalhos para que não aconteça ‘quebra’ na sequência de obras com a troca de administrações, pois o dinheiro público é de toda a comunidade.

O Florense: Todas as obras da administração de Ernani Heberle (PSB) que não foram concluídas foram retomadas, como a nova creche municipal, o poliesportivo, o Centro de Cultura...
Lídio:
Sim, incluindo aí a ampliação e a reforma do Centro de Saúde Irmã Benedita Zorzi. Antes de citar outras obras, gostaria de dizer que na educação, nossa primeira ação em 2013 foi a implantação do turno integral na Escola Municipal Leonel Brizola, no loteamento Pérola. Paralelo a isso anunciamos o fornecimento de transporte gratuito para universitários residentes no município. Voltando, retomamos a obra da quadra da Escola 1º de Maio, trabalhamos para entregá-la antes do início do ano letivo; iniciamos a construção de uma quadra coberta na Leonel Brizola; estamos finalizando o projeto para uma nova quadra na Escola São José, agora vamos buscar recursos. Ainda na educação, reformamos e ampliamos o laboratório de informática da Francisco Zilli; fornecemos lousas eletrônicas para a 1º de Maio e a São José; equipamos todos os colégios com internet; e qualificamos as bibliotecas, enfim, uma série de ações.

O Florense: E as obras?
Lídio:
Concluímos 6 quilômetros de asfaltamentos e repavimentações, e outras estão em andamento, como a estrada da Linha 40, que nesta semana começou a ser pavimentada. Tem 1km no desvio do pedágio com a participação da comunidade e temos a projeção de uma série de outras benfeitorias. Na Secretaria de Obras e Viação reformamos todos os equipamentos, todos mesmo. Conseguimos vender o que estava sucateado e em janeiro compraremos mais um trator-esteira, acho que o último equipamento pesado – vieram três motoniveladoras, uma pá-giratória, três retroescavadeiras e quatro caminhões, sem contar a frota leve. Só na frota pesada foram quase R$ 4,9 milhões em investimentos, somando recursos próprios (R$ 3,4 milhões) e emendas parlamentares (R$ 1,5 milhão) ao orçamento da União. Sem contar o que gastamos com as reformas, que nem está na conta.

O Florense: De onde saiu todo esse dinheiro, prefeito?
Lídio:
Do caixa da prefeitura. E em 2014 o valor não será usado para a compra de máquinas...

O Florense: O senhor disse que os quatro anos do mandato estão planejados. A renovação da frota é uma ação que vocês consideravam importante ser feita agora?
Lídio:
No início da administração fui direto ver a dotação ‘manutenção’. A conta era grande. Tinha máquinas que consumiam muito dinheiro e estavam sucateadas. Se formos nos comparar com uma empresa privada, por exemplo, um equipamento é usado no máximo quatro anos, depois segue adiante. Foi isso o que fizemos.

O Florense: Há ainda alguma demanda de frota?
Lídio:
Sim, para o Conselho Tutelar. Mas recebi a confirmação do governo federal que a cidade foi contemplada com um pacote que inclui um carro, cinco computadores, bebedouros e outros equipamentos para o Conselho Tutelar. O Gol que eles estavam usando e o Corolla que usei até a compra do novo carro foram os únicos que não foram arrematados no último leilão que fizemos. Vendemos os carros velhos e conseguimos novos porque – e nem é pela economia de manutenção –, mas para dar rapidez e eficácia aos serviços públicos. Não vai mais ter servidor parado por falta de equipamento.

O Florense: Ocorrerá o contrário: em vez de faltar máquina faltarão servidores...
Lídio:
Exatamente (risos). Temos que fazer o sistema funcionar, e funcionar rápido.

O Florense: Voltando às obras, quero que o senhor pontue a nova creche municipal, o ginásio poliesportivo, o Centro de Cultura e as câmeras de monitoramento. Em que estágio estão?
Lídio: Vamos lá: a creche está na fase de construção das vigas, a obra segue normalmente. Na administração passada a primeira licitação não teve candidatos, tivemos de suplementar o valor em R$ 400 mil para que empresas se interessassem. A previsão de entrega é um ano, até o final de 2014. Sobre o poliesportivo, segundo nosso setor técnico, a melhor alternativa, hoje, é optarmos pela conclusão com algumas adaptações. Também ouvimos as opiniões de profissionais da cidade, que concordaram com a decisão. Estamos orçando o que falta para no máximo em fevereiro licitarmos. No Centro de Cultura, tivemos a coragem de cancelar uma obra que estava sendo mal executada. Disse para o dono da empresa e repito para todos: se hoje as empreiteiras fazem trabalhos mal feitos para o poder público é porque o poder público as aceita. Então, a responsabilidade é nossa. Estamos pagando a conta e temos que exigir qualidade. A parte mal feita foi destruída porque a empresa foi notificada inúmeras vezes. Em minha opinião, demonstrou que não sabe fazer. Mas não é o prefeito que vai dizer, e sim os departamentos técnico e jurídico. Temos de tomar o caminho legal para que a comunidade receba uma obra de qualidade. Por último, as câmeras. O processo todo, que teve de ser refeito, está pronto. Só falta a publicação no Diário Oficial do Estado para oficializar o convênio da prefeitura com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-RS). Afinal, estamos pagando o aluguel dos equipamentos desde junho.

O Florense: E o Centro de Zoonoses?
Lídio:
Está pronto. A RGE instalou a energia e só faltam, agora, alguns detalhes.

O Florense: A ampliação do Centro de Saúde também está pronta. Quando será entregue à comunidade?
Lídio:
Não há prazo. Vamos começar também uma reforma no térreo com R$ 95 mil que vieram do governo federal. O projeto final está definido. Ainda de Brasília aguardamos a liberação de mais de R$ 300 mil para a construção da sede própria do Centro de Referência de Assistência Social (Cras).

O Florense: Para 2014, o que a população pode esperar da administração?
Lídio: Pode esperar muito mais trabalho. Por quê? Porque em 2013 alinhamos e acertamos algumas questões que citei anteriormente. Deixamos a máquina do jeito que o Lídio e o Zanin (vice-prefeito Almir Zanin, do PSB) querem administrar.

O Florense: A máquina pública está alinhada hoje?
Lídio:
(Pausa) Ela está alinhada. Alguns ajustes administrativos, principalmente na questão de pessoal, ainda serão feitos agora. Queremos começar 2014 com o pé direito. Maquinário está ok; nas obras, sabemos o que vamos fazer. A única dúvida é a reforma da Praça da Bandeira, se começamos em 2014 ou não. E zeramos nossa dívida com o servidor, pagando R$ 1 milhão de licenças prêmio. Agora, é só tocar para frente, dar continuidade. A comunidade pode nos cobrar.

O Florense: Esses ajustes administrativos que o senhor fala têm a ver com algum setor específico da prefeitura, primeiro ou segundo escalão, ou é para mobilizar o funcionalismo?
Lídio:
Vamos mexer no primeiro, segundo e ali adiante também. Pretendemos dar uma sacudida. Com mudanças. O ritmo do prefeito e do vice é um, ou seja, se as pessoas não nos acompanham não vamos conseguir trabalhar. É esse ritmo que é preciso dar senão não conseguimos satisfazer nossa comunidade. Flores da Cunha é uma cidade que trabalha muito e exige muito do poder público. Por isso temos que acompanhar e suprir as expectativas com obras e ações benéficas à população.

Abertura da Rua Anúncio Curra foi uma das obras planejadas pelo prefeito (E). Fase atual é de colocação das calçadas. - Fabiano Provin
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