Expressões

Qual criança ou adolescente não sonha em ter um quarto rodeado pelos seus personagens favoritos? Em poder dormir e acordar na companhia de seus heróis, ou, melhores amigos? Para o psicólogo Wesley William Marin, de 32 anos, esse sonho se tornou realidade há mais de cinco, quando ele ganhou seu primeiro boneco Funko: um Batman. 
“Eu sempre achei muito legal ter coleções, mas, como fui uma criança da década de 1990, na época, todos os brinquedos eram muito inacessíveis”, explica o florense, que desde pequeno gosta de quadrinhos, heróis e personagens em geral.
Marin destaca que, a partir do momento em que ganhou seu primeiro boneco, se sentiu instigado a ter sua própria coleção: “Antes, por mais que eu tivesse vontade, me parecia algo, às vezes, meio superficial, que talvez fosse estar desperdiçando o meu dinheiro e, com o tempo, fui me permitindo abraçar um pouco esse meu lado mais infantil, talvez, e realizar esses desejos que eu tive quando era menor”.
Como um bom psicólogo, ele provoca uma reflexão a respeito de como a liberdade, para ter e ser o que quiser, vem se tornado algo mais natural com o passar dos anos e, como isso reflete na mudança de comportamento: “Hoje em dia as pessoas estão um pouco mais livres para colecionarem e assistirem filmes que, talvez, antes fossem considerados infantis. Esse preconceito está um pouco menor e eu acho que as pessoas estão se permitindo mais, na mesma medida, a estarem abraçando esse lado que remete às coisas da nossa infância, da nossa vida, que é um período tão alegre e não tem porquê descartar isso”, expõe. 
Alegria e colorido que podem ser vistos ao entrarmos no quarto de Wesley e nos depararmos com diversas prateleiras que ganham vida com os mais de 400 bonecos Funko que ele coleciona. “Eu tenho bonecos de filmes e desenhos da minha infância, por exemplo, muitos da Marvel e da DC, mas eu também tenho Dragon Ball, O Senhor dos Anéis, Game of Thrones; tem de videogame: Mortal Kombat, Anime, Naruto e Star Wars. É bem variado, eu comecei mais com Marvel e DC, mas aí eu expandi um pouco mais”, orgulha-se. 
De acordo com Marin, os bonecos Funko têm uma característica diferente, própria da linha: a cabeça um pouco maior e os olhos mais expressivos, sem ter a pretensão de serem realistas, como em outras linhas. 
O psicólogo, que já encantou e influenciou diversas outras pessoas a colecionar bonecos Funko – atualmente a linha conta com cerca de 25 mil modelos diferentes  – deixa um conselho para aqueles que querem iniciar uma coleção.
“Que tenha um espaço para isso e que seja bastante iluminado. Também é importante focar em uma coisa específica, algo que a pessoa se identifique e faça sentido para ela. Eu coleciono todas essas coisas porque elas têm algum sentido, alguma relevância, na construção de quem eu sou, são desenhos que me marcaram na minha infância, na minha adolescência, são filmes que eu gosto, com atores que hoje em dia eu admiro, então tem que ter alguma identificação,” aconselha.