Expressões

Para festejar os 98 anos de Flores da Cunha de uma forma inclusiva e que desperte o sentimento de identificação cultural e emocional de quem escolheu a cidade para viver, é que será lançado, no dia 17 de maio, data do aniversário de emancipação política do município, um vídeo comemorativo que revive o passado por meio dos costumes dos imigrantes italianos para compreender o presente e planejar o futuro, que está em constante inovação. 
O trabalho é inspirado em uma experiência que deu certo, em 2021, quando foi produzido um audiovisual para festejar os 97 anos da cidade: “Em meio à pandemia do Coronavírus – logo depois do pico de casos registrado nos meses de março e abril – entrevistamos e captamos imagens de 97 pessoas, todos moradores de Flores da Cunha, que concordaram em compartilhar seus relatos com a equipe de produção. Foi um trabalho local, roteirizado pelo Departamento de Cultura e dirigido pelo sensível Juliano Carpeggiani, que resultou na compreensão universal”, explica a diretora do departamento de Cultura de Flores da Cunha, Nata Francisconi.
Naquela ocasião, ela lembra que o vídeo foi visto como uma forma de se conectar e se aproximar da comunidade florense, além de abrandar a dor coletiva do momento conturbado da pandemia: “Presenciamos a emoção de muitas pessoas que se identificavam com alguma passagem dos relatos, dos olhares, dos sorrisos contidos pelas máscaras. O resultado foi um mosaico construído com recortes da diversidade cultural de Flores”, comemora Nata, na expectativa de que esse desfecho se repita, em breve. 
“O vídeo que celebra os 98 anos pretende enaltecer a ação, o fazer cotidiano em toda a sua diversidade e multiplicidade. Cada um de nós, moradores de Flores da Cunha, somos multifacetados, ecléticos, atuantes. Somos parte dessa construção diária, conectados à tradição e dedicados à inovação”, evidencia a diretora, ao mesmo tempo em que acrescenta que a opção por um produto audiovisual está no fato de sua dinâmica permitir o alcance de um público maior, tornando-o também, uma ferramenta de inclusão.
A programação alusiva aos 98 anos do município – disponível no site de O Florense – foi divulgada no dia 18 e, com ela, o teaser de 30 segundos do vídeo, para iniciar o processo de aproximação da comunidade com sua história. Com duração de 2 minutos, a produção – cujo título final está sob análise – reúne personagens e cenários reais, todos moradores de Flores da Cunha. “É a mesma fórmula: permitir que as pessoas se vejam e se mostrem. A construção disso é um trabalho preciso, pontual, que requer sensibilidade, conduzido, muitas vezes, pela intuição e sustentado por um roteiro planejado, que tem objetivos. O principal deles é permitir que a emoção se manifeste em cada um de nós”, ressalta Nata.
A diretora explica que o audiovisual está sob a atenção da Art. Deboni Produtora, do florense Arthur Ferreira Deboni, e que a equipe é bem enxuta, formada apenas por três pessoas, mas que, a produção, propriamente dita, é mínima. “Partimos de três orçamentos baseados na proposição do Departamento de Cultura, buscando profissionais que tenham capacidade técnica e sensibilidade para desenvolver a proposta. Estamos fazendo visitas in loco, onde as coisas realmente acontecem, buscando retratar com o máximo de autenticidade aquilo que se vive em Flores da Cunha. Por não ocorrerem regularmente, algumas coisas precisam ser recriadas e acabam mostrando o quão necessário é que elas passem a acontecer cotidianamente. A nossa cidade permite, deseja e merece atenção aos detalhes”, empolga-se, e acrescenta que o material está em fase de captação de imagens, e que o cronograma de gravações inclui cenas curtas que formam pequenas peças e vão se encaixando até chegar ao produto final. 
Nata também revela que Flores da Cunha está próxima de seu centenário de emancipação e defende que, mais do que eventos, a Semana do Município deve resultar em experiências e sentimentos.  “O lançamento do vídeo vai acontecer na noite do dia 17, que marca a emancipação política, junto com atrações na Praça da Bandeira. As praças são espaços democráticos, por excelência, por isso é nesse espaço que diversas atividades comemorativas serão realizadas. Nos espaços democráticos as palavras do poeta Alberto Caeiro ecoam: ‘Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo... Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer, porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura...’. Quando a gente olha para o micro se torna mais fácil compreender o macro. E se a gente vê, e compreende, consegue mostrar ao mundo”, finaliza Nata, ansiosa para a apresentação do vídeo.