Expressões

Por que a região vitivinícola dos Altos Montes é a mais promissora do país?

O empresário e escritor Michael Waller está escrevendo um livro sobre os vinhos dos Altos Montes e responderá a pergunta

Uma obra exclusiva sobre a região Altos Montes, que compreende os municípios de Flores da Cunha e Nova Pádua. Este é o desafio do administrador por formação e apaixonado por vinhos Michael Waller, natural de Porto Alegre, que está escrevendo um livro e promete convencer o leitor de que a região dos Altos Montes é o território vitivinícola mais promissor do país. 
“A ideia de ter um livro específico falando dos vinhos dos Altos Montes aconteceu esse ano, quando me convidaram para a festa de 20 anos da Associação da Apromontes. Mas, de fato, a ideia surge antes. O livro vai trazer algumas questões para eu responder e tentar, obviamente, convencer o leitor de que a região vitivinícola dos Altos Montes é a mais promissora do Brasil, e essa concepção veio muito antes da ideia do livro. Ela veio quando eu ainda pesquisava para o meu livro anterior, o ‘101 vinhos brasileiros’”, conta o escritor, que começou a desenvolver a sua última obra – que já está na 2º edição – em 2020, com lançamento no ano seguinte. “Para escrever esse livro eu visitei várias regiões: algumas que eu já conhecia e tive a oportunidade de visitar novamente; e algumas regiões que eu não conhecia, como por exemplo a Serra da Mantiqueira, que está muito efervescente a produção das colheitas de inverno. Também fui a São Joaquim, na Serra Catarinense, onde tem projetos muito promissores. E tive a oportunidade de voltar para a Serra Gaúcha, para o Vale dos Vinhedos, para Flores da Cunha, para a Campanha Gaúcha, e, nessas andanças para produzir o ‘101 vinhos brasileiros’, me chamava a atenção que, os Altos Montes, parecia estar uma etapa na frente das demais, exceto do Vale dos Vinhedos, porque é onde explodiu o enoturismo e onde primeiro se consolidou a produção dos vinhos finos”, alega o entusiasta da bebida de Baco, e, por isso, a ideia da obra.
A publicação será o primeiro livro independente destinado a falar de uma região específica vitivinícola do país, tornando ele, de alguma forma, pioneiro nesse nicho de vinhos finos brasileiros. Para sua elaboração, Waller esteve na região durante cinco dias, conversando com profissionais das 14 vinícolas associadas à Apromontes. “Eu visito a região desde 2014, então eu já conhecia alguns produtores e alguma coisa de infraestrutura. Mas essa visita foi muito especial, porque os 14 locais fazem uma fotografia genuína do que são os vinhos de alta qualidade dessa região e eu pude comprovar isso”, declara, defendendo que todos os produtores estão muito engajados na busca pela qualidade, em especial através do selo da IP – Indicação de Procedência Altos Montes.
Conforme o escritor, “a cada visita, a cada conversa, a cada degustação, a cada história que eu conhecia das famílias produtoras, eu saia mais otimista com o projeto, porque obviamente eu tinha algum conhecimento, tinha as minhas convicções e, algumas delas foram reforçadas e outras foram percebidas”, conta Waller, destacando a questão familiar e a tradição, a visão clara do setor por parte dos produtores e a busca por qualificação, além da necessidade de dar importância ao enoturismo. “A primeira impressão é que eu vejo que temos uma geração de produtores, de líderes dessas vinícolas, muito sensatos, lúcidos do momento do setor e do que precisam para liderar o segmento de vinhos finos do país”, enfatiza. Outra questão abordada pelo administrador é a parte de infraestrutura de turismo. “Além da infraestrutura das vinícolas, com restaurantes, visitas guiadas e degustações das mais variadas, as estradas que ligam as 14 vinícolas estão em perfeitas condições. Realmente não tem uma outra região do país que eu tenha visitado que seja tão fácil ter o acesso às vinícolas”, informa. 
O terceiro ponto a ser destacado é o espírito de equipe e a união entre os produtores. “Não vi um espírito competitivo, de concorrência entre eles. Eu percebo no discurso que há um espírito de se ajudar, de um trocar informações com outro”, salienta. Por fim, a diversidade: “Eu pude visitar indústrias de bebidas gigantescas que engarrafam milhões de litros de vinhos, sucos e destilados por dia, e também pude visitar pequenas adegas formadas por marido e mulher, um pequeno núcleo familiar, e ambas oferecendo produtos de qualidade, cada um no seu nicho, cada um no seu segmento de mercado, e todas elas preocupadas com o consumidor, com o turista, em apresentar os seus produtos e receber bem os visitantes”, relata, enfatizando que, há algum tempo, a região é conhecida por ser a maior produtora de uvas e de vinhos do país, mas talvez, agora, falte evidenciar essa diversidade no ponto de vista de qualidade. 
Sobre a obra, Michael Waller destaca que ela terá capítulos inicias falando sobre a região e as cidades de Flores da Cunha e Nova Pádua, um capítulo destinado ao enoturismo – tanto dentro das vinícolas como fora delas, bem como as rotas turísticas que a região oferta –, e um capítulo falando somente sobre a IP Altos Montes. “O centro do livro serão 14 capítulos, destinados um para cada vinícola, em textos leves e muitas fotos. A ideia, são crônicas que vão trazer um pouco das impressões pessoais, um pouco da história da vinícola e um pouco de conteúdo do vinho em geral, explicando alguns termos do mundo do vinho, como diferenciar um estilo do outro e como perceber as próprias preferências”, antecipa. O último capítulo será um congregado de todos os argumentos para defesa da tese: Por que a Altos Montes é a região vitivinícola mais promissora do país? 
A obra está prevista para ser lançada no último mês deste ano.

 - Divulgação
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