Expressões

Do grafite ao carvão

O florense Kleiton Venturin descobriu há cinco anos o dom da arte

Apaixonado por desenho. Assim pode ser descrito Kleiton Venturin, 27 anos, que nasceu em Flores da Cunha e viveu boa parte de sua vida em São Paulo. Mas foi aqui, na sua cidade natal, que o dom pelo desenho aflorou. Hoje, estudante de licenciatura em Artes, atua em suas horas vagas como professor na Escola Interativa. “A arte é a coisa mais importante para mim”, evidencia. 
Mas se você acha que desde pequeno Venturin gosta de desenhar, está enganado. Na escola, durante as aulas de Artes, nunca passou por sua cabeça essa ideia. Foi apenas com 22 anos e de uma forma “bem aleatória”, como descreve o autodidata, que experimentou a arte do desenho. “Eu falo que eu não fui atrás do desenho, foi o desenho que veio até mim, porque simplesmente após ter assistido ao filme Scarface, peguei um papel da impressora e um lápis do Ensino Médio e reproduzi o Al Pacino. E o resultado: achei excelente”, conta o professor que nunca precisou de um curso para aperfeiçoar seus traços. “Eu nunca tinha desenhado e, do nada, veio esse pensamento de desenhar o ator e curti bastante. Desde então eu não parei mais e sempre desenho a figura humana”, lembra. 
Venturin relata que, no início, pegava fotos da internet e reproduzia no papel. Agora, de um ano para cá, ele mesmo está criando suas obras. “Eu penso na modelo, como quero transmitir a imagem, escolho, tiro uma foto do meu estilo, coloco na tela do computador e vou desenhando”, descreve o seu processo, revelando que desenha isolado, no quarto, com música e na companhia do Renatão, seu gatinho.
E Kleiton se destaca. Suas telas, em preto e branco, são feitas com carvão: “Eu comecei a desenhar com lápis graduado e então eu vi na internet, um artista que eu sigo, que faz com o carvão e pensei em arriscar. Fui praticando e acabei gostando mais do carvão do que do grafite”, conta. 
E ser professor? Isso veio pelo seu estudo através da Filosofia, quando se aprofundou em Platão e Aristóteles que frisam, sempre, em passar o conhecimento adiante. “Eu pensei que, como eu sei desenhar, poderia passar esse conhecimento para os alunos e esse foi o grande motivo de ser professor. Eu saio da sala de aula todo empolgado. E os alunos também se destacam, conseguindo fazer traços que nunca imaginaram. As aulas são perfeitas”, afirma o professor, que indica: “A minha recomendação é experimentar os materiais, ver o que gosta, desenhar um personagem e, com o tempo, vai se desenvolvendo. É preciso ir tentando”, finaliza o artista que também ressalta importância da paciência. “Eu demoro uns três meses para fazer um trabalho, mas enquanto eu desenho eu me liberto, a ansiedade vai embora, os problemas também, tudo vai embora e fica só o desenho. É o momento perfeito”. 
Para quem quiser conhecer mais as artes de Kleiton Venturin, basta seguir no Instagram @kleitonventurin.

 - Gabriela Fiorio  - Gabriela Fiorio
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