Expressões

A arte de fazer mandalas

O que começou como um hobby hoje se tornou uma fonte de renda

Em meio a um cenário turbulento, de dificuldades, e até de tristezas para alguns, é que, muitas vezes, a arte aparece. Isso foi o que aconteceu com a auxiliar administrativa, Andrielly Luzze, de 36 anos, que em meio a pandemia procurou fazer algo que deixasse sua vida mais feliz.
Inicialmente, a florense se dedicou ao crochê, o qual chegou a ensinar sua avó para que pudesse praticar. Mas, foi através da internet que ela descobriu o seu amor pelas mandalas, que há um ano e meio deixou o seu mundo mais colorido.
No começo as produções eram feitas na cozinha de sua casa, mas com o tempo, passou a ter seu cantinho especial e aconchegante na garagem. “Agora eu fico mais tranquila, tenho que ter uma musiquinha boa, coloco os meus incensos, as minhas velas, as minhas pedras. Porque tu tem que estar em um ambiente gostoso, bom, para poder produzir elas”, explica a artesã.
Andrielly dá vida às mandalas em MDF através de tinta acrílica, mas também utiliza materiais como compasso, lápis, borracha e os pincéis boleadores. Segundo a auxiliar administrativa, essa arte acontece magicamente: “Vai fluindo, eu nem sei dizer como funciona, porque quando eu começo ela – eu inicio com um pingo no meio, algumas têm espelhos – e vai indo, não sei explicar, é como se fosse um portal, tu começa e flui”, frisa.
E fluiu tanto que a atividade, que começou como um hobby, acabou se tornando uma fonte de renda extra. “As pessoas começaram a me pedir se eu fazia para vender e eu não estava preparada para a venda, mas pensei em fazer uma, ou duas”, relata a artesã que, com o tempo passou a produzir, também, para comercializar. Atualmente Andrielly conta com a ajuda da filha, Manuela Luzze Meert, de 18 anos, para a finalização do trabalho, que leva, em média, 12 horas. 
Hoje o cliente pode escolher as cores, porém, a artesã diz que não tem como selecionar o desenho, tendo em vista que as mandalas são um processo de fruição energética. “As cores as pessoas podem escolher se gostam do verde, do azul, todas as cores têm um significado e uma energia. Têm cores que em excesso já fica pesado, então eu nunca consigo fazer uma igual a outra, nunca, já tentei”, explica, completando que cada uma é única, sendo considerada uma exclusividade.
“As mandalas são círculos e, no hinduísmo e no budismo, tudo tem um início e não um fim. Então a vida sempre está girando, sempre está em movimento, ela é energia”, afirma Andrielly, que diz, ao mesmo tempo, que as peças podem ser penduradas em vários cômodos da casa. “Eu tenho uma na minha sala e uma no quarto, em tons azuis que é tranquilidade. O lilás é espiritual, é energia, então se você colocar em um corredor também é legal, também vai fluir a energia, porque é transmutação, transmite tudo”, finaliza.
Hoje a artesã – que inclusive já ministrou um curso sobre a arte e, agora, se diz preparada para desenvolver mais essa difícil tarefa de ensinar – divulga seu trabalho através da página no Instagram @mandalaie_atelie. O nome curioso surgiu com a expressão, “eu vou mandalaiar”, usada por Andrielly toda vez que vai se dedicar a produção.

Manuela e a mãe Andrielly ‘mandalaiando’.  - Enzo Manfron
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