Uma expressão de arte e sentimentos
Exercitar o corpo faz bem para a saúde, mas, se for ao ritmo da dança, é melhor ainda
“A dança é um sentimento puro. Todos os gingados requebram com as emoções. É autoconhecimento, é abraçar a si mesmo, é ser mu(dança). Um pequeno passo e você pode ser o que quiser. A dança é entrega, fechar os olhos e mostrar a alma, é se sentir inteiro. É falar em qualquer idioma e ser compreendido. É superação. É se tornar a própria melodia quando não há música. É revelar-se feliz sem mostrar os dentes, porque dançando o corpo sorri. É criar laços. É sentir o coração bater no mesmo ritmo que o de seus irmãos de dança. É formar famílias e transformar todos em um só. É se emocionar no final de cada espetáculo. É tornar eternos todos os momentos e conseguir sentir tudo de novo quando quiser. É ser grato todos os dias por tudo isso”.
Até nas palavras da dançarina e estudante de psicologia, Vitória Castelan, 19 anos, é possível compreender o incompreensível que só dançando se sente.
A dança surgiu ainda na pré-história, quando o homem dançava por sobrevivência, pelo alimento e para agradecer. Posteriormente, surgiram as danças milenares, as quais eram utilizadas como rituais. Após um período de retrocesso na Idade Média, chegamos ao Renascimento, onde manifestaram-se os primeiros Ballets na Itália e consolidados na França. O Romantismo foi marcado pelo uso de sapatilhas e a dança adquire todo o seu esplendor com cenários e figurinos. Surgiu a dança moderna e contemporânea, onde se procurou romper a formalidade e dançar mais livremente. Foi assim que se abriu espaço para todas as possibilidades e formas de dança que são amplamente difundidas até hoje.
A professora de dança Tamara Giuliana Sitta, 28 anos, conta que a paixão pela dança surgiu muito cedo, quando começou a fazer aulas de ballet infantil. Depois passou pelas danças populares e jazz. “Com 14 anos já competia em festivais nas categorias de ballet clássico e jazz dance. Logo depois comecei a ministrar aulas e nunca mais parei. Sempre procurei fazer cursos que agregassem o meu conhecimento, como motricidade e coordenação, didáticas de ballet infantil, psicologia da dança e Jazz For Fun”, destaca a professora que está cursando Licenciatura em Dança.
De acordo com Tamara, as pessoas procuram a dança em função dos inúmeros benefícios que essa atividade proporciona, como diminuir os riscos de transtornos psíquicos, melhorar a memória, desenvolver a sociabilidade, aprimorar o senso de confiança, fortalecer o condicionamento físico, melhorar a respiração e a postura, desenvolver a flexibilidade e estimular o autoconhecimento e equilíbrio pessoal. “Além da vantagem de ser uma atividade física diferenciada, as pessoas buscam um tempo para si, para se desafiar ou ainda para expressar o que sentem”, frisa a profissional.
Para a proprietária do Estúdio de Dança Tamara Sitta, o período de pandemia foi complicado, principalmente na bandeira preta, com a impossibilidade de realizar aulas presenciais. “O estúdio ofereceu e ainda conta com a opção do formato de aulas on-line. Atualmente retornamos quase que 100% ao modo presencial, seguindo todas as normas e cuidados com o distanciamento a fim de que nossos alunos se sintam seguros e protegidos”, finalizou Tamara.
A professora de dança Fernanda Panizzon Carpeggiani, 41 anos, costuma brincar que já nasceu dançando. “Tenho fotos desde muito nova criando coreografias, figurinos e maquiagens. Essa era minha brincadeira preferida. Com 5 anos iniciei no ballet e nunca mais parei. A cada nova modalidade praticada, a paixão foi aumentando. Demorei bastante para entender que dançar era muito além da prática de exercício”, lembra Fernanda.
Sócia-proprietária da Mahaila Estúdio de Dança, Shamila Carpeggiani, 35 anos, diz que a dança foi tomando conta de sua vida não só como um hobby, mas como profissão. “Tenho na dança a minha forma de meditação. É onde consigo acalmar minha mente e, por isso, acredito que além de oferecer benefícios físicos a dança é uma terapia”, explica Shamila.
De acordo com ela, a dança auxilia no bem-estar das pessoas. “Especialmente na dança do ventre, em que trabalhamos bastante o universo feminino, a dança é uma ferramenta que atua na melhora da autoestima e do autoconhecimento”, acredita.
De acordo com Fernanda, não há idade específica para iniciar na dança. No caso das crianças, elas devem ter maturidade para entender as dinâmicas das aulas e usufruir de todos os benefícios. “Com 3 ou 4 anos já conseguem dançar e amam fazer as aulas. Para as demais idades basta ter vontade de dançar e o entendimento que cada pessoa é única e que vai ter seu próprio estilo na dança. Essa diversidade é fascinante”, ressalta ela.
Para a produtora de arte e cultura, Aline Mena Rodriguez Zamboni, 41 anos, o gosto pela dança surgiu nos anos 80 quando assistiu a primeira apresentação de ballet incentivada pela mãe e, desde então, se dedica de corpo e alma a essa arte. “Os principais cuidados para a prática da dança são os mesmos de qualquer exercício físico, manter-se hidratado, ter uma alimentação saudável, usar roupas confortáveis (no ballet são roupas específicas), fazer alongamentos, além dos cuidados após atividade e a busca de orientação específica para atividades mais intensas”, relata Aline que é coreógrafa e bailarina.
A dança é para todos, independente do tipo físico, da idade ou do gênero. “A pessoa deve encontrar o estilo que mais se identifica. A dança é sinônimo de autoconhecimento e vale muito a pena mergulhar neste universo”, concluiu Shamila. “A dança nos traz saúde, beleza, amizades e sorrisos. Quem gosta de dançar deve fazer parte desse mundo maravilhoso e vivenciar os benefícios que ela proporciona”, resume Fernanda.
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