Esporte

Futevôlei, uma febre nas areias e quadras

Atualmente, cerca de 150 florenses e paduenses praticam a modalidade esportiva

Nascido e criado nas areias cariocas, o futevôlei é um esporte que vem crescendo e aparecendo em diferentes cidades do Brasil. Como é o caso de Flores da Cunha, que conta com duas quadras fechadas para a prática da modalidade, bem como as quadras de areia a céu aberto em clubes da cidade. O estudante Maico Morandi, 22 anos, é um dos atletas apaixonados pelo esporte. Ele iniciou a trajetória no futevôlei no final de 2016, ao receber o convite do amigo Renato Salvador, quando os dois eram colegas de trabalho. “Acompanhávamos o Cesar Fiorio, o Joel Lanzarin, o Elias Oliboni e o Vinicius Curra jogarem e fomos tomando gosto pelo esporte”, conta. 

A principal dificuldade de Morandi foi aprender os fundamentos corretos da modalidade, visto que, antes de 2016, os atletas não tinham locais para os treinamentos. “O aprendizado foi adquirido meio que na marra, sozinho, com algumas dicas dos atletas que já praticavam”, lembra Maico.  

Como qualquer esporte, o futevôlei traz muitos benefícios para a saúde, como, por exemplo, o fortalecimento muscular do abdômen, glúteos e pernas, melhora a resistência, o condicionamento físico, o equilíbrio e a coordenação motora. “O maior benefício que este esporte me trouxe foram as amizades, não só dentro do grupo de atletas, mas também nas competições que disputamos”, ressalta o atleta.

Na maioria dos campeonatos que disputa, Maico costuma fazer dupla com Renan Rodrigues. A primeira competição ocorreu em 2017. “Como jogamos só por prazer, quando um integrante da dupla não pode participar, acabamos convidando outro parceiro para a disputa, o que é bem normal”, explica o paduense.

Para o atleta César Fiório, 28 anos, no início, a maior dificuldade foi encontrar alguém para ensinar os movimentos do futevôlei e corrigir ações passíveis de lesões ao longo do tempo. Segundo ele, a carga de treinamentos varia muito de atleta para atleta. “Para esse ano, a ideia é treinar duas vezes por semana, sendo uma na areia e a outra no estúdio funcional, além de um jogo durante a semana”, espera Papão, como é conhecido no esporte.

O atleta já conquistou mais de 20 títulos na carreira. Entre eles, destaque para 4ª etapa do Circuito Gaúcho em 2019, jogando ao lado do profissional Juninho, de Itajaí/SC, bicampeão do Sul Brasileiro de AABB’s, e ao lado do florense Joel Lanzarin, campeão da NFA US Deerfield Beach 2018, na categoria Open e vice-campeonato nacional da categoria 1A1B, com o atleta Felipinho, de Campos/RJ, em 2019.

Mulheres também jogam

Com o passar dos anos, as mulheres também começaram a se interessar pelo futevôlei.  Muitas atraídas pelo alto gasto calórico, que pode chegar a 800 calorias por treino, e outras incentivadas por amigos. Há ainda as que jogam futebol e resolveram testar o domínio da bola em outro terreno. É nesse espírito de experimentação que um grupo crescente de mulheres vem invadindo as quadras de futevôlei em Flores, buscando o protagonismo num esporte, predominantemente, masculino.

A contadora Manuela Rech, 24 anos, teve a primeira experiência no futevôlei há cerca de dez meses. “Eu fazia funcional na Arena Beach Sports e sempre acompanhei os jogos dos meninos e achava muito interessante. Comecei a brincar com o professor Eduardo Matos e meu namorado Alexandre Müller, que também gosta de jogar. Foi então que eles me incentivaram e eu comecei a falar com o professor Diego Morales que me explicou mais sobre o esporte e já comecei a treinar”, lembra a jogadora.

Manuela, que também joga futsal, diz que a maior dificuldade foi se acostumar com a bola. “Pelo fato de ser mais pesada, no início ela machucava os pés, ombros e coxas, mas depois fui me acostumando”, recorda.

A atleta já participou de torneios na própria Arena Beach Sports e na Fiorio Esportes de Areia & Funcional, que também tem quadra coberta para a disputa de várias modalidades esportivas. Manu, como é chamada pelos amigos e colegas, acredita que o principal benefício do futevôlei foi o condicionamento físico. “Para nós mulheres que adoramos ter as pernas e glúteos durinhos e definidos, este esporte ajuda bastante”, afirma ela, que incentiva outras mulheres a conhecerem o esporte. “A partir do primeiro treino não tem como voltar atrás”, resume.

Agilidade e coordenação

Formado em Educação Física, Eduardo Matos, conhecido como Baiano, 34 anos, nasceu em Ilhéus na Bahia e reside em Flores desde março de 2011. Professor de futevôlei na Arena Beach Sports, ele destaca que os exercícios de potência, agilidade, coordenação motora e pliométricos são os mais essenciais para a prática do esporte. “A preparação física é importantíssima. Na hora do alto rendimento, o preparo se torna um grande diferencial nos confrontos”, frisa Eduardo, que chama a atenção para a importância da repetição dos fundamentos, contribuindo assim para um melhor aprimoramento técnico.

Com treinamentos diários, os atletas podem alcançar uma boa performance em três anos, embora dependa muito de cada um. Os membros mais utilizados na modalidade são peito, ombros, coxas, cabeça e pernas. No futevôlei, a marcação é feita sempre em L, quando é marcada a bola que é pingada para o lado da quadra adversária ou lançada no fundo da mesma. “Nas categorias iniciantes, o apoio não é 100% perto da rede e, por conta disso, a marcação é por ponto, onde cada atleta da dupla marca três pontos da quadra”, explica Baiano.

As jogadas mais acrobáticas do futevôlei são o “shark attack” e o “voo da águia”. Esses são os movimentos mais difíceis de serem executados e na sua maioria são utilizados por atletas de nível técnico elevado. Para Matos, independente de idade ou sexo, o futevôlei agrega saúde e qualidade de vida para os atletas, seja pelos benefícios da prática esportiva, bem como favorece os atletas e criarem novas amizades.

 - Maicon Pan/Divulgação
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