Esporte

Florenses apostam na corrida de rua

Esporte recebe a cada dia mais adeptos, que veem na prática da atividade uma melhora na qualidade de vida

Não é de hoje que florenses estão se destacando nas provas de corridas de rua. Uma prática um tanto barata para quem gosta da atividade. Basta uma camiseta, um calção e um bom tênis, e bora lá, a rua te espera. 
Para o preparador físico Michel Platini, os participantes florenses correm por que gostam. “É um esporte que motiva as pessoas tanto na vida profissional, como na vida pessoal”, destaca. Conforme Platini, a corrida é uma das atividades físicas mais completas, por uma questão multiarticular e cíclica. “A corrida também pode ser muito gratificante por proporcionar ao corredor estar ao ar livre e também por ativar enzimas e hormônios no corpo”, revela. 
E para isso não tem idade. A aposentada Luisa Belincanta, 62 anos, sempre foi ativa no esporte e há dois anos começou a correr. Mesmo sendo amadora, ela já vivenciou muitas experiências e dá um conselho. “Não vem dizer que não tem tempo, tempo todos conseguem e o esporte é de graça. O jovem está muito parado e precisa ser incentivado. Adoro o que faço e me dá muita saúde e disposição, mas às vezes fico triste, quando subo no pódio das competições e tem apenas eu na minha categoria”, revela.  


O florense Maicon da Silva, 24 anos, era apaixonado por futebol, mas resolveu trocar de esporte. Começou em agosto de 2015 participando de uma competição. “Me inscrevi para a prova que ocorreu na cidade e corri sem ter feito nenhum treino sequer. Depois desse dia, acabei me apaixonando pela corrida e, em poucos meses, deixei o futebol de lado para priorizar essa nova paixão”, conta. Para ele muitas coisas mudaram após esse dia. “Quando comecei a correr, não foi somente meu corpo que mudou, mas também a minha mente, a minha personalidade e a minha vida profissional e social. Passei a ver a vida de uma outra perspectiva, os problemas que antes pareciam grande acabaram por se tornarem menores. Conheci muitas pessoas legais e fiz muitas amizades, as quais tenho certeza que levarei para a vida toda”, revela. Maicon já subiu em alguns pódios, começou com provas curtas e hoje está focado nas meias maratonas – 21km. “Para 2020 tenho como objetivo, se tudo der certo, fazer a minha primeira maratona  de 42km. E, após isso, o próximo passo será aderir as ultramaratonas”, destaca. 

 


A artista plástica Lisiane Salgado, 43 anos, iniciou com as corridas há três anos com o objetivo de perder peso, mas sempre teve um profissional da área junto para acompanhar. “Ao contrário do que muita gente pensa, a corrida parece ser simples, mas é preciso ter a orientação de um profissional, porque é fácil se machucar”, diz. Agora, com o objetivo alcançado, Lisiane conta que ganhou saúde e muitos amigos. “A corrida é uma terapia, você conversa com você mesmo, é um tempo para você. Hoje sou outra pessoa”, revela.  
A gerente administrativa Kátia Angélica Salvador, 39 anos, é outra que está firme no esporte. “Eu fazia só caminhada e numa delas eu tentei correr pra testar o quanto eu conseguiria ir. Óbvio que foi pouco, eu não tinha fôlego e nem preparo. Mas foi aí que eu me desafiei. Fui intercalando caminhada e corrida até conseguir”, conta.

Para Kátia o que também melhorou foi sua autoestima, o humor e por consequência a alimentação. 
E tem corredores experientes também. O empresário Adriano Antônio Mabilia, 47 anos, corre há mais de 10 anos e já participou de provas no Brasil e no exterior, como na França, Espanha, Holanda, Argentina. “No exterior a organização impera. Mas o Brasil tem uma parte fundamental que lá não se encontra: a cooperação. Aqui tem uma solidariedade nos atletas que faz você continuar e não desistir”, aponta. O vendedor Joel Coradi Padilha, 38 anos, foi um dos primeiros a praticar o esporte no município e avisa. “Se você quer ficar melhor preparado para a vida começa a correr. Nada mais te assusta, tu adquire uma certa autonomia, coragem e ousadia. Fica uma pessoa melhor e mais capaz”. 


Para o preparador físico Michel Platini o elo social de quem participa dos treinos e competições é um ponto muito forte. “Já tive alunos desacreditados do seu potencial, com indícios de depressão, e que hoje estão totalmente diferentes com a presença da corrida em suas vidas e das pessoas que incentivam umas as outras”, conta ele, que salienta que a corrida não é competição, é um desafio das próprias pessoas em relação a melhorar sempre seu tempo e condição física. 
Para os atletas florenses cada corrida é um novo desafio e convidam a todos para, pelo menos, tentar correr um pouquinho.

O grupo florense Power Runners treina pelas ruas do município.  - Gabriela Fiorio
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