Cerro Largo domina a corrida pelos títulos do certame de bochas de Nova Pádua
Embora não conquiste a competição desde 2015, o Cerro Largo já faturou 13 títulos do municipal de bochas cancha de areia
O jogo de bocha surgiu na Itália, no período dos imperadores. Chamado de “bocce”, tinha festivais organizados por nobres e governantes. Com a expansão do exército romano, a modalidade foi difundida pela Europa. Na América do Sul o esporte chegou pelas mãos dos imigrantes italianos, que no início era apenas um passatempo, mas depois tornou-se uma das principais modalidades esportivas da região da Serra Gaúcha.
Em Nova Pádua, o grande campeão da modalidade é o Cerro Largo, com 13 títulos conquistados em 27 edições. O multicampeão ainda tem quatro vice-campeonatos. Em 1993, ano da emancipação de Nova Pádua, o primeiro campeonato foi vencido pelo Paduense ao derrotar justamente o Cerro Largo.
Em 1994 o Cerro Largo sagrou-se campeão municipal em cima do Curuzu. No ano seguinte, o bicampeonato veio mais uma vez diante do Curuzu. Após, foram quatro títulos na sequência (97, 98, 99 e 2000), vencendo as finais contra o Paduense, Leonel, Paduense e Divisa. O 7º título veio em 2002 contra o Nova Geração. Em 2003 a oitava conquista foi sobre o Paduense. As conquistas de 2005 e 2007, ambas contra o Nova Geração, aumentaram a galeria de troféus do Cerro Largo. Em 2012 chegava ao 11º título ao derrotar a Divisa na decisão. Em 2014, diante do Acioli, e no ano seguinte, contra o Curuzu, o Cerro Largo fechou a hegemonia dos 13 títulos conquistados.
O agricultou Agostinho Morandi, 59 anos, participou de todas as conquistas da equipe. “Nos finais de semana nos reuníamos na comunidade e comecei a treinar. Gostei e passei a treinar com mais frequência até fazer parte da equipe e jogar nos campeonatos”, recorda ele que na maioria dos títulos fez dupla com Milto de Carli.
Para Morandi, o título inesquecível foi o de 2012. “Naquele ano empatamos o jogo de ida da final em casa pelo placar de 3x3 e fomos para o jogo da volta, no Travessão Divisa, sem muita esperança. Na “raia” do adversário vencemos por 4x2 e ficamos com o título em homenagem a Cerilo Stangherlin”, relembra.
“Fiz muitas amizades através do esporte. Além da parte esportiva aproveitamos os dias de jogos para rever amigos e conversar”, enfatiza ele, que ressalta a importância de incentivar os jovens a praticarem essa modalidade. “Do nosso time, que iniciou lá em 1993, já faleceram os atletas Alcides Marcante, Avelino Forlin, Olinto Baggio, Celso Marcante, Rosário de Carli, João de Carli, Laurindo Morandi e Zelindo Bresolin”, finalizou.
A equipe do Nova Geração é o segundo maior vencedor da modalidade com cinco conquistas. A equipe da sede tem ainda quatro vice-campeonatos. O primeiro título veio em 2004, quando venceu o Mutzel na decisão. Dois anos depois conquistou o bicampeonato contra o Cerro Largo. Em 2008, diante da Divisa, faturou o 3º título. No ano de 2011 o Nova Geração chegou ao tetracampeonato ao derrotar o Leonel na final. A última conquista foi em 2018 quando ficou com o troféu em homenagem a Elói Alessi ao vencer o Curuzu pelo placar de 4x1.
De acordo com o empresário Nestor Alessi, 54 anos, a equipe do Nova Geração surgiu em 1993, depois da disputa do Campeonato Raça, onde as famílias Tonet, Sonda, Menegat, Alessi, Boniatti, entre outras, montaram seu time para a disputa. Terminado o campeonato, os atletas, que não atuavam por outras equipes do município, se reuniram para montar o Nova Geração.
Para Alessi, cada título teve a sua história, mas o mais marcante foi a conquista do bicampeonato em 2006. “A equipe do Cerro Largo era o “bicho-papão” da modalidade. A final foi realizada em cancha neutra, no Travessão Bonito. Acontece que, no final de semana anterior, o Cerro Largo havia conquistado o torneio de bochas na festa daquela comunidade e foi para a decisão com algum favoritismo. Numa tarde onde nossos atletas foram muito bem, o Nova Geração conquistou o 2º título do certame”, ressaltou Nestor. Além das glórias, destacou o círculo de amizades criadas através do esporte. “Fiz muitos amigos dentro das canchas e que hoje fazem parte da minha vida”, resumiu ele.
O agricultor Maico Zampieri, 36 anos, disputa a competição pela equipe do Acioli há sete anos, período que conquistou três títulos, em 2016, 2017 e 2019, além dos vice-campeonatos em 2013 e 2014. “A minha primeira atuação foi em 2011 quando entrei no decorrer da partida, com o placar adverso, mas com uma boa atuação vencemos a partida”, lembra ele.
Maico forma dupla com Leonardo Carniel, 36 anos, que é mais um atleta da nova geração que se junta a Mateus Zampieri (Acioli), Leandro Tonello (Divisa) Lucas Bisinella e Ricardo Martello (Bonito) e Evandro Luza e Vanderlei Basso (Curuzu) e Samuel Tonello (Mutzel). “O jogo de bochas me ensinou a ter mais paciência e o melhor de tudo, fiz muitas amizades com pessoas com mais experientes”, frisa ele, que jogou futebol, mas por sofrer com dores nas costas migrou para a nova modalidade. “No início jogava bochas apenas como uma brincadeira, mas pelo fato da comunidade precisar de novos jogadores decidi jogar nas competições”, revelou Maico.
Galeria de Campeões:
Cerro Largo: 13 títulos (1994 – 1995 – 1997 – 1998 – 1999 – 2000 – 2002 – 2003 – 2005 – 2007 – 2012 – 2014 – 2015)
Nova Geração: 5 títulos (2004 – 2006 – 2008 – 2011 – 2018)
Acioli: 3 títulos (2016 – 2017 – 2019)
Divisa: 3 títulos (2009 – 2010 – 2013)
Paduense: 2 títulos (1993 – 1996)
Mutzel: 1 título (2001)
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