Esporte

A importância das atividades físicas na recuperação da Covid-19

Por meio do exercício físico é possível estimular a liberação de hormônios do bem-estar e promover a recuperação da mobilidade

No início da semana, o Brasil contabilizava cerca de 11 milhões de pessoas curadas da Covid-19. Em Flores da Cunha eram 3,2 mil recuperados. Já em Nova Pádua, eram 228 reabilitados da doença. Embora o momento da alta hospitalar seja tão aguardado para os pacientes que estiveram internados, muitas são as complicações causadas pelo vírus, de modo especial relacionadas ao sistema respiratório. Em muitos casos são percebidas sequelas neurológicas, alteração do sentido do olfato e do paladar, ansiedade, depressão e distúrbios do sono.
Para o profissional de Educação Física Cristian Vanelli, 31 anos, o exercício físico já vem sendo trabalhado como profilaxia de diversas doenças oriundas do sedentarismo e, com essa nova doença da Covid-19, é perceptível a necessidade de manter o corpo ativo. 
De acordo com Vanelli, as atividades físicas também são importantes para a recuperação da Covid-19. “O processo de volta deve ser realizado com cautela, pois o indivíduo passou por uma doença infecciosa pulmonar, ou seja, sua oxigenação durante altas intensidades ficou comprometida. Com o passar do tempo e o retorno das atividades físicas podemos acelerar o processo de recuperação”, ressalta o empresário.
O proprietário do FC Upper Flores da Cunha destaca que o processo de recuperação da doença é mais complicado para quem já praticava atividades físicas antes. “Quem praticava exercícios físicos em alta intensidade antes do contágio, sentirá um decréscimo significativo em seu rendimento, porém orientamos a voltar com calma e sem exigir demais do corpo. Quem não pratica nenhuma atividade, provavelmente não sentirá tanto essa perda”, destaca Cristian, que enfrentou a doença no mês de agosto e sentiu na pele como é a recuperação e a volta aos treinos.
Para o profissional, os exercícios físicos devem fazer parte da recuperação das pessoas que contraíram o vírus. “Todo exercício prescrito por um profissional qualificado é indicado. Por ser uma doença nova, devemos tomar alguns cuidados extras, mas as atividades físicas devem ser retomadas o quanto antes, logo após a recuperação da doença. Recomendo iniciar com baixas intensidades e cargas progressivas de exercícios”, finalizou ele.


A engenheira Manuella Sgarioni, 31 anos, enfrentou a Covid-19 no ano passado. “Comecei a sentir dor de garganta durante o dia e, à noite, já senti o corpo febril. No dia seguinte fui para o hospital, fiz o teste rápido e o resultado deu positivo”, lembra. 
Nos primeiros dias do isolamento domiciliar, a engenheira conseguiu manter as atividades físicas em casa, mas, a dor de cabeça começou a ficar forte e não deu continuidade aos exercícios. “Depois dos 29 dias de resguardo, retomei meu hábito diário de atividades e, mesmo em ritmo lento, continuei frequentando a academia sem falhar”, ressaltou ela.
Ao retomar a prática das atividades, a florense sentiu muita dificuldade. “Eu não conseguia subir as escadas do meu prédio. Moro no terceiro andar e sempre usava as escadas, porém, naquele período pós-Covid-19, pegava o elevador, porque sentia muita falta de ar”, recorda ela. O esposo, Rodrigo Galiotto, também testou positivo para a doença e teve sintomas leves. 
O recomeço diante das sequelas que a doença deixa é tão difícil que Manuella levou cerca de 30 dias para a retomada normal da rotina. “Foi muito gradual. Nos primeiros dias que voltei para a academia não consegui completar as séries de exercícios porque não tinha fôlego”, explica.
Para Manuella, as atividades físicas foram primordiais na recuperação contra a Covid-19. Mesmo sentindo o corpo fraco, sabia que precisava encontrar força e que era somente questão de tempo para normalizar. “Na verdade eu não saberia viver sem praticar esportes. É um vício que eu tenho”, concluiu a atleta que também pratica tiro ao alvo, tiro ao prato e faz aulas de dança.  

O profissional de Educação Física Cristian Vanelli enfrentou a Covid-19 no final do ano passado e acompanha as pessoas na recuperação da doença no CF Upper. - Paula Brigo/Divulgação
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