Economia

Sustentável, renovável e limpa

Tecnologia fotovoltaica está ocupando cada vez mais telhados florenses

Desde 2012 já se fala em energia limpa. Mas, foi nos últimos anos que a energia fotovoltaica começou a ganhar força no Brasil. Hoje, o Rio Grande do Sul é o terceiro estado com maior potência instalada, sendo Caxias do Sul a cidade com maior capacidade instalada de energia fotovoltaica no sul do Brasil. 
Com um aumento considerável, previsto nas contas de luz em 2021 – o triplo da inflação –, o impacto no bolso não vai ser pequeno, em média de 12% a mais. Assim, os consumidores começam a pensar em outras formas de poupar, como o sistema fotovoltaico. “Foi um ano bom (2020), podia ser melhor por conta da pandemia, mas mesmo assim tivemos vários projetos instalados, aumento na procura e os clientes cada vez mais estão acreditando nesta tecnologia que veio para ficar. O resultado esperado é atingido logo no início da produção e o cliente sai satisfeito. Além disso, os clientes estão se conscientizando que além de economizar energia, eles se tornam autossuficientes e estão ajudando o meio ambiente”, relata o diretor comercial Jackson Antoniazzi, da Vanelli Materiais Elétricos. 
O mesmo sentimento é visto pelo engenheiro Marlon Renosto, da Trento Comercial. “O ano de 2020 foi um ano surpreendente e muito positivo. Vínhamos trabalhando forte na divulgação do setor e quando a pandemia chegou, ficamos receosos pelo que estava por vir, porém fechamos o ano com crescimento acima do projetado”, enfatiza.
Conforme Antoniazzi, o ano de 2021 promete um crescimento exponencial nas vendas. “Os clientes que ficaram com receio de investir por conta da pandemia, este ano, com certeza, não vão esperar mais, pois a conta de energia não baixou e a tendência é sempre subir”, garante. “Esse ano irá superar as expectativas iniciais, pois o mercado, especialmente o florense, está percebendo como o custo com energia elétrica esta cada vez mais representativo no orçamento mensal”, acrescenta Renosto.
Para as duas empresas que atuam no segmento, o mercado residencial foi um setor bastante agitado. “Especialmente o mercado residencial teve um crescimento descomunal no último ano e acredito que isso se deve ao regime de home oficce das empresas, onde o consumo de energia nesse setor teve um aumento considerável”, acredita Marlon. “Na indústria e no agro, como o consumo de energia é maior e afeta diretamente nos custos de produção, esses perfis de consumidores estão mais adeptos a essa tecnologia, reduzindo seus custos com energia elétrica”, destaca Jackson. 
As duas empresas, em Flores da Cunha, já instalaram mais de 220 usinas, gerando energia limpa. 

 Na prática

 O diretor da Rodoviário Corso Ltda, Celso Luiz Corso, foi em busca de mais informações   sobre a   energia fotovoltaica a fim de reduzir custos da empresa. Conforme o empresário, a   média de gasto   com energia elétrica era em torno de R$ 1,8 mil. Com as placas, o valor   ficou em R$ 250. “Fizemos   o investimento com capital próprio. Agora nossa economia gira   próximo de R$ 1.550 por mês.   Desta forma, recuperaremos o investimento em torno de 50   meses”, garante Corso, que   recomenda o investimento.
 Já o economiário Olavo Edison Barcellos, 60 anos, optou por colocar o sistema em sua residência,   no bairro São José. “Nosso gasto médio era de R$ 400 e buscamos uma forma de energia   sustentável e redução de custo”, afirma Barcellos. 
 O investimento foi realizado através de financiamento. “A parcela do financiamento fica mais barata que a conta mensal da RGE. Mesmo com a taxa básica que continuamos pagando”, informa.
Reduzir o gasto mensal em médio prazo e saber que está colaborando com o meio ambiente foi o que motivou Olavo a seguir com o projeto. “Recomendo a todos o uso de placas fotovoltaicas, mas avaliem muito bem a origem do produto”, destaca Barcellos, que optou por fazer com a Trento Comerial.

Aumento de 64% em capacidade no país 

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o país possui mais de 400 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental para mais de 500 mil unidades consumidoras. Isso significa 7,5 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica em operação no Brasil, um aumento de 64% frente a 2019 (4,6 GW), somando as usinas de grande porte (geração centralizada) com os pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos (geração distribuída), o que representa mais da metade da potência instalada na usina hidrelétrica de Itaipu, a maior do Brasil e segunda maior do planeta. A energia solar fotovoltaica está presente em todos os Estados brasileiros, sendo o RS o terceiro estado com maior potência instalada de energia solar na geração distribuída. A região possui 576,5 megawatts (MW) em operação nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.
Ainda de acordo com dados da entidade, os investimentos de 2020 criaram mais de 86 mil novos empregos no Brasil, espalhados por todas as regiões do território nacional. Desde 2012, a fonte solar fotovoltaica já movimentou mais de R$ 38 bilhões em negócios e gerou mais de 224 mil postos de trabalho. Em 2020, as contratações cresceram 62% em relação aos empregos acumulados no país desde 2012.
Para 2021, a ABSOLAR projeta a instalação de mais de 4,9 GW de potência, somando as usinas de grande porte e os sistemas distribuídos em telhados, fachadas e pequenos terrenos. Isso representará um crescimento de mais de 68% sobre a capacidade instalada atual do país. As perspectivas para o setor são de chegar ao final de 2021 com um total acumulado de mais de 377 mil empregos no Brasil desde 2012, distribuídos entre todos os elos produtivos do setor. 
Para a geração distribuída solar fotovoltaica (sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos), a ABSOLAR projeta um crescimento de 90% frente ao total já instalado até 2020, passando de 4,4 GW para 8,3 GW. 

Linhas de crédito especiais

Atualmente, qualquer pessoa física ou empresa que deseja instalar o sistema pode se beneficiar com as placas solares. Além disso, todas as instituições financeiras têm linhas de créditos específicas e muito atrativas para financiar o projeto. “A grande maioria dos clientes opta pelo financiamento, uma vez que o valor da parcela fica, por muitas vezes, menor do que a economia gerada pelo sistema, assim você troca a conta de energia pela parcela do financiamento e paga o seu equipamento”, revela Antoniazzi. “Acredito que o crescimento do setor tenha se dado pela facilidade de crédito que as instituições estão oferecendo. A cada 10 sistemas vendidos, seis são financiados”, relata Renosto.
A Cooperativa Sicredi é uma das parceiras. “O relacionamento próximo aos associados e o compromisso com o desenvolvimento regional, a partir de práticas sustentáveis, faz parte da proposta de valor da Sicredi Serrana. É por isso que a cooperativa deu passos significativos a este projeto de Energia Fotovoltaica em 2020”, analisa Paula Garibaldi, gerente da Sicredi Serrana de Flores da Cunha.
A Cooperativa possui até o momento 1.276 projetos, sendo  R$ 112 milhões de apoio neste segmento. “Em 2020, crescemos 187% na região de atuação da cooperativa. Já no município de Flores da Cunha/São Gotardo, esse crescimento representou 112%”, informa Paula. São 87 projetos na região de Flores da Cunha/São Gotardo financiados pela Cooperativa, o que gira em torno de R$ 7,66 milhões. Do total de projetos do município, as pessoas físicas representam 68% e as pessoas jurídicas 32%.
“O processo de análise é simples e prático, sendo que os valores dos financiamentos contemplam todo o projeto de instalação. Nossas taxas, prazos e carência são condições que viabilizam a implantação destes projetos, e o associado não tem a necessidade de comprometer seu caixa”, garante Paula.

 - Trento / Divulgação
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