Economia

Regularização dos estoques com a Safra 2021

A atual conjuntura econômica explicita uma preocupação constante com o aumento dos custos dos insumos vitícolas

As videiras carregadas que decoravam a paisagem gaúcha no período da vindima 2021 prenunciavam aquilo que logo se confirmou com os números: a safra das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (RS) deverá ultrapassar as 210 mil toneladas. Embora ainda não concluída, este dado nos permite prever que o RS deverá colher aproximadamente 750 mil toneladas de uva, com certeza uma safra excepcional.
Nesse sentido as Cooperativas esperam recompor os estoques comercializáveis durante o ano, bem como o estoque de passagem até a próxima colheita. “A prioridade, agora, é trabalhar pela estabilização, refazer o estoque regulatório, que foi alterado em função do cenário do ano passado. A ocorrência de uma ótima safra vem em boa hora para auxiliar as vinícolas diante dessa necessidade”, explica  o presidente da Federação das Cooperativas do Vinícolas do RS – Fecovinho, Hermínio Ficagna.
Entretanto, a atual conjuntura econômica explicita uma preocupação constante com o aumento dos custos dos insumos vitícolas, enológicos e industriais, assim como a dificuldade em adquiri-los, conforme afirma o presidente da Cooperativa Vinícola Garibaldi, Oscar Ló. “Infelizmente a relação causa-consequência não funciona dessa forma. Como todos os setores produtivos, também a vinícola vem de um ano difícil, e enfrenta as mesmas adversidades que os demais segmentos, especialmente na alta de insumos e custos produtivos”, comenta Ló.
O que se pode esperar, sim, da safra 2021 é a promessa de muito trabalho por parte das cooperativas vinícolas para entregar ao mercado produtos de excelência. “Com matéria-prima de qualidade e com quantidade em mãos, temos plenas condições de elaborar produtos à altura da capacidade tecnológica das vinícolas brasileiras, entregando ao consumidor bebidas de alto padrão”, adianta  o diretor administrativo da Cooperativa Vinícola São João, Ismar Pasini.
As cooperativas por suas especificidades são um empreendimento econômico de agricultores familiares e como tal organizam o recebimento de toda a safra dos associados, estabelecem padrões de qualidade, remuneração e destinação da uva, conforme interesses coletivos e oportunidades oferecidas pelo mercado. Possuem como entidade de representação política e institucional a Fecovinho, que busca atender a essas demandas e interesses. Atualmente a Federação congrega cinco cooperativas vinícolas, representa mais de 4 mil famílias, 28% da produção de uvas e 35% da comercialização de envasados.

 - Estúdio vagão/ Divulgação
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