Economia

Produção nas alturas

Para elevar as vendas, Vinícola Malacarne põe o suco de uva no topo das prioridades

Um grande volume. Assim foi definida a safra na Vinícola Malacarne, em Alfredo Chaves. Para receber os mais de 14 milhões de quilos de uva – cerca de 4,5 milhões a mais do que normalmente recebia – e atender a extensa fila de caminhões de carga, a vinícola passou a ficar aberta o dia inteiro. “Nós fazemos o suco, o vinho, mas recebemos a matéria prima só em três meses do ano, tem que aproveitar ao máximo”, garante Isadora Molardi Malacarne, 19 anos.
Ela e os seus primos, os irmãos Marlon Piazza Malacarne, 18, e Mayara Piazza Malacarne, 19, são o futuro da empresa fundada pelos pais. E esse futuro está muito ligado ao suco de uva Colheita do Sul, um dos principais orgulhos da empresa. “Além do grande volume, a safra teve uma grande qualidade também”, garante Mayara.
A vinícola é uma das 12 da América Latina que contem o selo suco de uva puro, sem adição de água, açúcares ou conservantes e livre da oxidação, graças a uma tecnologia importada da Europa. Por essas e outras, o produto chegou a obter o 2º lugar em um concurso com 66 sucos nacionais. “É comum aqui em Flores divulgarem o vinho, o espumante. Nós temos tudo isso, mas gostamos de divulgar o suco que é o nosso diferencial. Cada vez mais a gente vê que está crescendo a nossa marca”, afirma Isadora.
Parte desse crescimento está associado ao Paradouro do Suco, empreendimento lançado no dia 17 de julho, ambiente ao ar livre utilizado para a visitação e eventos, como casamentos e aniversários, com mesas feitas de pipas de vinho. Mas o que mais chama a atenção está a 25 metros do chão, alcançados com a ajuda de um elevador, localizado no ponto mais alto de Flores da Cunha: uma torre com vista para sete municípios (Antônio Prado, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Nova Roma do Sul e São Marcos).
Por apenas R$ 10 para adultos e R$ 5 para crianças maiores de cinco anos, o visitante tem acesso ilimitado à torre, podendo aproveitar o ambiente em meio à natureza. O Paradouro do Suco possui um bar com cardápio de tábua colonial, assados e doces e oferece passeio guiado de caminhão, percorrendo a região responsável pela produção de mais de 10 milhões de quilos de uva em cerca de 20 minutos. 
A estratégia tem dado certo: logo no primeiro final de semana, o local recebeu em torno de 200 visitantes, vindos de várias regiões do estado. O Paradouro do Suco fica aberto aos sábados e domingos, a partir das 13h30min até o pôr do sol – a intenção é, em breve, abrir para jantares e eventos similares às sextas-feiras à noite. Também em pouco tempo, o local fará parte do roteiro turístico Caminhos do Alfredo, junto a outros empreendimentos da região.
“Muita gente está gostando. Em geral, as pessoas não tomaram o suco, não sabem como é e nem como é produzido. Quando elas descobrem que é 100% uva, provam e acabam gostando bastante”, comemora Marlon, mostrando que a iniciativa dos três primos tem gerado resultados positivos para a empresa e para o turismo do município. “Se Flores tivesse investido no turismo há 30 anos, nós estaríamos no lugar de Bento Gonçalves”, afirma Isadora.
Criados no meio das parreiras e das barricas de vinho, os três nunca tiveram dúvidas de que era isso que queriam para o futuro - um futuro que já começou no alto e tem tudo para continuar subindo. “Nós sempre tivemos a vontade de continuar o que os nossos pais faziam. O maior sonho deles também é esse. Dar sequência ao que eles construíram é algo que vamos querer para sempre”, encerra Mayara. 

Mayara, Marlon e Isadora.  - Pedro Henrique dos Santos
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