Páscoa nada doce
Empreendimentos têm investido em promoções e entregas a domicílio
Entrega a domicílio, promoções, venda online, mais prazo para pagar. As restrições impostas pela pandemia do coronavírus têm exigido uma série de estratégias dos lojistas florenses na hora das vendas de Páscoa. Melhor época para quem trabalha com chocolate, a celebração deste ano sofre as consequências das medidas de distanciamento social, entre elas o fechamento do comércio, e das incertezas em relação aos rumos da economia. “Antes de tudo isso, a expectativa era boa. Começou a melhorar para o comércio no final de fevereiro, e a previsão era de que as vendas aumentassem este ano. Agora, a expectativa está super baixa”, lamenta Jéssica Gelain Bolzoni, sócia da Confraria do Sabor, loja especializada em chocolates, biscoitos, bebidas e presentes.
Para manter o negócio funcionando, ela e o sócio, Francisco Pagno Sogari, apostam em aplicativos como WhatsApp, Instagram e Facebook para divulgar os produtos e receber pedidos. “Estamos fazendo entregas em casa. Espero que deem algum presente de Páscoa, mas por causa do isolamento, acaba não tendo uma reunião familiar. Acredito que isso vá influenciar nas vendas”, resigna-se.
Caminho semelhante tomaram os proprietários da Cacau Show. Com a divulgação do catálogo online nas redes sociais, a loja tem atraído novos clientes e atendido os consumidores antigos. “A gente começou a trabalhar mais na parte digital e entregar na casa dos clientes, com horários bem flexíveis. Assim, evitamos a circulação de pessoas”, relata o sócio-proprietário Tomaz Lames.
“A produção está pronta”
A incerteza também ronda a Chocolate com Arte, fábrica de Helena e Michael Molon, em Otávio Rocha. Mãe e filho administram a fábrica de barras, pirulitos, coelhos e ovos de chocolate e já sentem as consequências da pandemia. “A produção está toda pronta. Preparamos uma quantidade maior, porque este ano a Páscoa é numa data boa, mais tardia, o que favorece. Mas, com certeza, vai ter uma queda grande nas vendas”, prevê Michael.
Sorteio de produtos, descontos e venda com entrega foram as alternativas encontradas para não deixar o produto encalhar na fábrica, que além da venda direta, comercializa para lojas em Caxias do Sul, Gramado e outros municípios da Serra.
Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Jásser Panizzon, o impacto negativo no varejo é inevitável. “Sem uma estimativa de crescimento em vendas em nome da saúde pública, os mercados, que permanecem abertos, são os poucos que mantêm projeções sobre as vendas, principalmente negociando preços e fazendo promoções. As lojas especializadas são as que deverão ter mais dificuldades e, por isso, devem aderir a outros canais de venda e aplicativos de delivery”, pontua. Nos supermercados, a projeção é que as vendas de Páscoa sejam de 10% a 15% menores em relação a 2019. “Esse ano até o coelhinho vai ficar na toca. Não temos uma expectativa muito grande, porque as pessoas não estão podendo ir se visitar”, afirma o assessor de comunicação do Andreazza, Felipe Andreola.
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