Economia

Mais de 4 mil florense estão inadimplentes

Número caiu 3,4% se comparado com o primeiro semestre de 2018, indo contra as estatísticas estaduais

Tornar-se inadimplente é um movimento lento e consecutivo: uma parcela atrasada se soma à outra até que você perde a liberdade financeira e as dívidas ultrapassam a possibilidade do orçamento. De acordo com os dados da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Flores da Cunha existem 4.064 CPFs ‘sujos’ no município, totalizando uma dívida de R$ 4 milhões. Ou seja, aproximadamente 20,6% da população florense adulta está com irregularidade no pagamento das contas – conforme dados do IBGE, 19,7 mil pessoas possuem mais de 20 anos em Flores da Cunha, de uma população estimada em 30,4 mil habitantes.

Os dados mostram que o número de pessoas físicas inclusas no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) diminuiu 3,4% no primeiro semestre se comparado com o mesmo período do ano passado – de janeiro a junho de 2018 o comércio local incluiu 693 pessoas. No ano de 2019 foram 669 inclusões. Conforme a CDL, 186 CNPJs possuem restrições, somando um valor aproximado de R$ 249 mil em dívidas.

Segundo o presidente da CDL, Jásser Panizzon, o dado é preocupante, principalmente no valor da dívida, que transformando numa média fica em torno de R$ 1 mil por pessoa. “A CDL existe justamente para garantir que os associados evitem qualquer tipo de prejuízo, fornecendo dados para que o empreendedor tenha segurança nas suas negociações através do SPC, que, neste ano, teve um aumento expressivo no número de consultas”, informa Panizzon.

Conforme a entidade, as consultas subiram 74% em 2019 se comparado com o primeiro semestre de 2018. “Os lojistas estão mais atentos e eles têm recorrido bastante à entidade percebendo os benefícios de ser cauteloso no fornecimento de crédito”, explica o presidente.

Nome ‘sujo’ aumentou no Estado

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada no mês de julho pela Fecomércio-RS, aponta um aumento de famílias endividadas, tanto se comparado com os meses anterior, quanto em relação ao mesmo período do ano anterior. O índice chegou a 69,4%, maior índice desde fevereiro de 2018, quando alcançou 70,1% – em junho de 2018 o percentual foi de 67,8%.  O cartão de crédito é o principal fator responsável pelas dívidas, conforme apontado por 78,1% dos entrevistados. Na sequência, aparecem os carnês (22,9%), crédito pessoal (11,1%) e financiamento de carro (10,5%).

O percentual de famílias com contas em atraso teve o quarto aumento consecutivo e se aproximou do nível registrado em junho de 2018, no entanto, o percentual manteve-se abaixo do patamar (22,1%) verificado no mesmo período do ano passado (23%). Paralelamente, houve aumento no grupo de famílias com dívidas em atraso com rendimento de até dez salários mínimos, passando de 19,2% para 23,2%. Já entre aquelas com rendimento maior, a variação foi pequena, de 17,8% para 17,3%. Na média em 12 meses, o indicador ficou praticamente estável (18,5%), bem como o tempo médio de atraso das contas, que registrou 62,3 dias.

Outro indicador que registrou aumento foi o percentual de famílias que não terão condições de regularizar nenhuma parte de suas dívidas nos próximos 30 dias (8%), valor acima do verificado no mês passado (7,6%) e em junho de 2018 (5,6%). Na média em 12 meses, o indicador passou de 5,6% para 5,8%. 

 - Divulgação
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