Economia

Indústria registra melhor desempenho desde o início da quarentena

Dados estão disponíveis no Boletim Semanal da Receita Estadual

A indústria gaúcha apresentou uma sensível recuperação no que diz respeito ao volume de vendas na última semana. A comparação frente a períodos equivalentes do ano passado indica que a retração passou de -15%, entre 2 e 8 de maio, para -7%, entre 9 e 15 de maio. Os dados constam na oitava edição do Boletim Semanal da Receita Estadual sobre os impactos da Covid-19 nas movimentações econômicas dos contribuintes de ICMS do Estado, disponível no site da Secretaria da Fazenda e no Receita Dados (portal de transparência da Receita Estadual).

O Boletim considera o período entre 16 de março, data das primeiras medidas de quarentena no Rio Grande do Sul, e 15 de maio, última sexta-feira, tendo como fonte uma série de informações advindas dos documentos fiscais eletrônicos e dos sistemas de inteligência da instituição.

O movimento da indústria foi influenciado pelo crescimento de setores que já demonstravam resultados positivos recorrentes, como os da área de alimentação e de produtos de limpeza, e pela recuperação de segmentos relevantes que vinham apresentando resultados negativos. O setor de Bebidas, por exemplo, registrou crescimento pela primeira vez desde o início da quarentena, evoluindo do patamar de -13%, na semana anterior, para +9%, na última semana, comparando sempre a períodos equivalentes de 2019. Os setores de Tratores e Implementos Agrícolas (de +2% para +11%) e de Madeira, Cimento e Vidro (de +3% para +18%) são outros destaques, pois, após quedas bruscas, vêm melhorando seus desempenhos recentes de forma contundente.

Além disso, também foi determinante a redução das perdas de segmentos que ainda apontam queda, como os setores de plásticos (que passou de -36% para -11%), coureiro-calçadista (de -45% para -36%) e de têxteis e confecções (de -16% para -10%). “A melhora gradual de algumas das atividades mais afetadas também é fundamental para que possamos vislumbrar um cenário de recuperação econômica, embora ainda tenhamos quedas expressivas em diversos setores industriais”, destaca o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira.

Na análise dos demais setores de atividade, o Atacado também voltou a apresentar resultado positivo expressivo, passando de +13%, na semana anterior, para +16%, na última semana, frente a períodos equivalentes de 2019. Em sentido oposto, as vendas relativas no Varejo retrocederam de -5% para -11%. “A análise do comportamento das vendas no varejo durante a semana do Dia das Mães, por exemplo, revelou queda de 7% nas vendas frente ao ano passado”, destaca Pereira.

Com esses movimentos, os resultados acumulados (de 16 de março a 15 de maio) reafirmam o comportamento de recuperação da economia identificado nas três semanas anteriores. Os desempenhos acumulados da Indústria, Atacado e Varejo que haviam sido, respectivamente, de -20%, -5% e -22% na semana passada, evoluíram para -18%, -3% e -20%, na última semana.

Emissão de notas eletrônicas

O histórico recente tem apresentado tendência de estabilização das perdas, com recuperação gradual após a queda atingir o pico de 31% entre 28 de março e 3 de abril. Na última semana (9 a 15 de maio), a redução nas emissões notas eletrônicas foi de apenas 1% frente ao período equivalente de 2019.

No acumulado do período (16 de março a 15 de maio), entretanto, a redução é de 14%, representando uma diminuição do valor médio diário emitido de R$ 2,02 bilhões no período equivalente em 2019 para R$ 1,73 bilhão em 2020, ou seja, cerca de R$ 290 milhões deixaram de ser movimentados, em operações registradas nas notas eletrônicas, a cada dia.

Combustíveis

No acumulado (16 de março a 15 de maio), o combustível com maior queda no volume de vendas segue sendo o Etanol (-61%), seguido pela Gasolina Comum (-27%) e pelo Óleo Diesel S-500 (-19%). O Óleo Diesel S-10 apresenta crescimento de 4%. Somando os quatro combustíveis, a redução média é de 21%.

Em relação ao preço médio, os quatro combustíveis analisados têm apresentado movimento de queda no período recente, reflexo da atual conjuntura internacional acerca do petróleo. A Gasolina Comum, por exemplo, chegou a atingir R$ 4,79 no final de janeiro, estava em R$ 4,62 no dia 16 de março e passou ao patamar de R$ 3,81 no dia 6 de maio. Após, atingiu R$ 3,88 no dia 15 de maio, última data de análise do boletim, podendo representar uma tendência de recomposição nos preços.

Transporte de Cargas

Em média, na última semana, a emissão de conhecimentos de transporte eletrônicos (CT-e), documento fiscal digital emitido pelas transportadoras de carga para cobrir as mercadorias entre a localidade de origem e o destinatário da carga, foi 9% inferior ao observado em período correspondente do ano de 2019. O número revela expressiva recuperação da atividade de transporte de cargas, tendo em vista que essas perdas relativas já estiveram no patamar de -40%, no início de abril. O maior impacto negativo ocorre nas operações interestaduais, na ordem de -15%, enquanto as operações no Estado registram queda de apenas 6%.

Transporte de Passageiros

A aquisição de bilhetes de passagem eletrônicos (BP-e), documento digital emitido pelas transportadoras que identifica as prestações de serviço de transporte de passageiros, demonstra que a atividade de transporte de passageiros está se recuperando gradualmente. A média recente de documentos emitidos (30 mil por dia), embora seja significativamente inferior à média observada no período pré-crise (103 mil por dia), é o dobro da quantidade de emissões do início de abril (14 mil por dia). O maior impacto ocorre no transporte interestadual de passageiros.

Fonte: Governo do Estado

 - Arquivo OF
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