Economia

Depois de um ano cheio de incertezas, com demissões e projeções nada favoráveis para diversos setores, em 2021 a indústria está se mostrando otimista em Flores da Cunha. “Desde meados no ano passado, quando a economia retomou, o setor moveleiro foi bastante impulsionado em função das pessoas estarem mais em casa e investindo em suas residências, e isso fez com que o setor imobiliário e mobiliário tivesse um forte crescimento, e essa demanda está sendo mantida, independente das restrições dos últimos meses”, relata o CEO da Florense, Mateus Corradi. 
E não é apenas a empresa que é beneficiada com esse cenário. A comunidade que está em busca de emprego também pode começar a comemorar. “Estamos contratando, inclusive agora estamos preparando a empresa para um segundo semestre ainda mais forte. Então a Florense está com um plano de incremento de colaboradores para que possamos ter uma performance de faturamento ainda melhor”, diz Corradi. 
Esse saldo positivo de empregos vem se mostrando na Carta Mensal do Mercado Formal de Trabalho da Universidade de Caxias do Sul (UCS), com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério da Economia (ME), na  qual o município não apresentou nenhum número negativo no mês de março.  
Conforme o levantamento, o terceiro mês do ano registrou 661 admissões e 487 desligamentos, resultando em um saldo de 174 postos, representando um acréscimo de 1,55% dos empregos formais. 
Mas, ainda o que pouco se vê em Flores da Cunha é mão de obra qualificada. Corradi destaca que projetos como a Escola do Senai, em parceria com o Centro Empresarial, para capacitação e treinamento de mão de obra será fundamental para alavancar ainda mais os negócios. 
A Treboll, que foi bastante impactada devido ao seu potencial de exportação, vê esse novo momento com bastante otimismo. “O mercado internacional está aquecido e nós estamos nos preparando para a abertura do mercado na Europa no segundo semestre”, destaca o diretor administrativo, Gustavo Toigo. Com esse movimento, a empresa tem como meta, até o final deste ano, contar com um aumento de quadro para o turno da noite de 50 a 60 vagas, sendo elas produção e áreas de apoio como logística, RH, PPCP e Engenharias. “Dentro do fluxo de entradas de colegas, estamos contentes com o trabalho que nosso RH e Liderança vêm fazendo na retenção e na contratação de pessoal, bem como a comunidade abraçando nossa ideia e nos procurando para trabalhar conosco”, afirma Toigo, que enaltece que a pandemia trouxe pontos positivos. “Acabamos agarrando algumas oportunidades e mercados que não assistimos no passado. Acreditamos num bom semestre, tanto internacional como no mercado brasileiro”, finaliza.
E não é apenas no ramo moveleiro que se vê essa dificuldade na contratação de profissionais. A Keko Acessórios, que durante a pandemia teve uma redução do quadro de funcionários voltou a contratar. “Retomamos o mesmo número de funcionários que tínhamos antes da pandemia, mas tivemos dificuldade na captação de pessoas”, revela a supervisora de Marketing, Liliam Mantovani. Conforme a empresa, durante a pandemia chegaram a ter 391 funcionários. Hoje o quadro se completa com 437 colaboradores. 
A empresa está com uma demanda de trabalho dentro do planejado e com expectativa de crescimento para o segundo semestre. “A pandemia deixou desafios com os quais ainda precisaremos trabalhar, como inflação e escassez em algumas áreas, mas vemos um cenário positivo”, declara. 
Outra empresa que está aumentando sua produção além das expectativas iniciais é a Hidrover. Conforme o diretor comercial Ricardo Archilla, os segmentos de mercados atendidos pela metalúrgica estão bastante aquecidos, o que resultou em um crescimento significativo na demanda. “Devido ao aumento na demanda, aumentamos nosso quadro de funcionários e continuamos a contratar. Mas estamos tendo dificuldades, principalmente mão de obra especializada. Neste ponto seria importante que a cidade tivesse iniciativas concretas para a formação local de profissionais para a indústria”, relata o diretor.
Como nas demais indústrias, o segundo semestre do ano promete grandes movimentações, mantendo aquecido o setor. 

Saldo de empregos

Conforme a Carta Mensal, o estoque do município foi de 11,4 mil empregos com carteira assinada. 
A indústria foi o setor que mais influenciou o resultado positivo, com abertura de 92 postos de trabalho, marcando um aumento de 1,53% no nível de empregos nesse setor. Os últimos 12 meses também foram influenciados pelo setor. A indústria abriu 293 novas vagas em 2021 e 375 postos de trabalho no período de 12 meses. Além disso, os setores do Comércio e de Serviços também impactaram o desempenho positivo nos 12 meses, com 192 e 174 postos criados, respectivamente.
No acumulado do ano foram criados 496 empregos com carteira assinada, enquanto no mesmo período do ano anterior foram abertos 269 postos. Nos últimos 12 meses houve abertura de 739 novos empregos, contra 188 postos formais criados no mesmo período de 2020.
De acordo com o Sistema Nacional de Empregos (Sine) de Flores da Cunha, o município conta com 19 vagas de trabalho no mês de maio. Entre elas, auxiliar administrativo, auxiliar de cozinha, auxiliar de produção, vendedor externo, técnica de enfermagem, cozinheira, soldador, operador multifuncional e ajudante de carga e descarga. Os interessados devem mandar o currículo para o e-mail sine@floresdacunha.rs.gov.br, somente para as vagas anunciadas, identificando o interesse no assunto do e-mail. Mais informações no site da prefeitura de Flores da Cunha.

Seguro-desemprego

A Universidade de Caxias do Sul também informa, a partir de 2021, dados sobre o seguro-desemprego, disponibilizados pelo Programa de Disseminação das Estatísticas do Trabalho (PDET), do Ministério da Economia (ME).
O município de Flores da Cunha registrou em março 147 pedidos de seguro-desemprego, um aumento de 30,1% em relação a fevereiro e elevação de 5,8% em comparação com março de 2020. 
Mas esse número fica a quem do levantamento de desligamentos. Conforme o CAGED, Flores da Cunha teve 487 desligamentos em março. 
De acordo com Suelen Fabian, do Departamento Pessoal da Costa Contabilidade, a diferença entre o número de desligamentos e o número de segurados se dá pelo prazo da solicitação do benefício. “Os trabalhadores formais podem encaminhar o seguro-desemprego a partir do 7º ao 120º dia após a data da demissão, dessa forma, alguns trabalhadores podem ainda não ter encaminhado o benefício”, ressalta Suelen que acrescenta: ”Outros, porém, acreditamos que seja devido a não estarem mais desempregados, possuírem uma renda própria ou então por não terem o direito ao benefício”, elenca. 
O relatório também evidencia que o ano de 2021 começou com nível de solicitações inferior a 2020 e 2019, porém aumentou gradativamente em fevereiro e março. No acumulado do ano, o município contou com 353 pedidos, redução de 6,9% em relação ao mesmo período de 2020. Nos últimos 12 meses foram registradas 1,6 mil solicitações em 2021, sendo que 2020 contou com 1,5 mil pedidos.

Quem pode solicitar seguro-desemprego

Para os trabalhadores formais, os requisitos para receber o seguro-desemprego são:
- Ter sido dispensado sem justa causa;
- Estar desempregado quando do requerimento do benefício;
- Não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e da sua família;
- Não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada, com exceção do auxílio-acidente e pensão por morte;
- Ter recebido salários de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, relativos:
1ª solicitação: pelo menos 12 (doze) meses nos últimos 18 (dezoito) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da primeira solicitação;
2ª solicitação: pelo menos 9 (nove) meses nos últimos 12 (doze) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da segunda solicitação; 
3ª solicitação: cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando das demais solicitações.
- Não será possível solicitar nas situações contrárias às citadas acima, como por exemplo, ter pedido demissão ou ser sócio de empresa.