Economia

Funcionários de empresa de móveis não recebem há seis meses

Trabalhadores de Flores da Cunha também reclamam da falta de pagamento do 13° salário e de férias vencidas

Dezenas de funcionários de uma empresa de móveis instalada na localidade de São Gotardo reclamam que estão sem receber salário desde setembro do ano passado. A Serra Gaúcha Móveis, que emprega cerca de 30 pessoas, as quais foram trabalhadoras da Toigo Móveis (que encerrou as atividades em 2005) e da JCC Toigo, também estaria em atraso com outras obrigações trabalhistas. Direitos dos colaboradores como 13° salário e férias também não teriam sido pagos no prazo legal.

Segundo uma funcionária da empresa, que prefere não ser identificada, o último valor recebido foi de R$ 415 em dezembro, referente a uma parte do salário de setembro de 2017. “Tem funcionários passando necessidades, sem poder pagar o aluguel, comprar comida e cumprir com suas obrigações”, declara a mulher. Segundo outra funcionária, que também prefere o anonimato, apesar de a empresa descontar dos colaboradores parte do valor do vale refeição, não estaria pagando a fornecedora e por isso parou de entregar os alimentos. “Quem está indo trabalhar tem que levar comida de casa”, reclama. Além disso, os percentuais do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do INSS não estão sendo depositados.

Na semana passada, um grupo de funcionários buscou orientação no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Flores da Cunha (STI). Segundo o advogado da entidade, Otacílio Goulart, está difícil de encontrar uma saída, uma vez que já foram feitos diversos acordos com a empresa, mas nenhum foi cumprido. Conforme o advogado, a orientação repassada aos funcionários foi de que eles peçam desligamento e após entrem com ação na justiça para conseguir seus direitos. No entanto, Goulart esclarece que para isso os trabalhadores precisam aceitar a rescisão indireta, pois alguns não estariam concordando com a proposta e preferem continuar ligados à empresa mesmo sem receber, uma vez que muitos são aposentados e não dependem desse valor para seu sustento. “Eles estão brincando de trabalhar e a empresa está brincando de pagar”, destaca o advogado.

De acordo com um dos diretores da Serra Gaúcha Móveis, Alberto José Peliciolli, até o final de fevereiro ou início de março, com entrada de recursos de clientes e de investidores, as pendências com funcionários deverão ser quitadas. Segundo ele, 25 funcionários dos 45 existentes até pouco tempo permanecem ligados à empresa.

 

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