Economia

Flores cria 265 vagas com carteira assinada em 2019

Município apresentou um crescimento de 113% em postos de trabalho em relação ao mesmo período do ano passado

O número de empregos cresceu em Flores da Cunha no primeiro semestre deste ano. Seguindo as estatísticas nacionais, a empregabilidade com carteira assinada atingiu um índice de 113,7% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a maio, o município apresentou um saldo positivo de 265 postos de trabalho, enquanto que em 2018 esse percentual era de 124 vagas. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) da Secretaria do Trabalho, do Ministério da Economia, Flores gerou 2.072 empregos diretos, enquanto que registrou a demissão de 1.807 pessoas nos primeiros cinco meses do ano – os números de junho ainda não foram divulgados. 
O resultado foi puxado pela indústria que gerou 1.123 postos formais, contra 952 demissões, num saldo de 171 vagas. Na sequência ficou o setor de serviços, que abriu 351 vagas de trabalho – ficou num saldo de 54 empregos.  
Também tiveram saldo positivo nos primeiros meses o comércio, com 376 admissões, e a construção civil que se recuperou e alcançou 150 contratações. Apena a agricultura registrou o fechamento de vagas, com um saldo negativo de -22 empregos. 
O mês mais difícil foi março, quando foram registradas 399 admissões, contra 436 demissões. E o mais promissor foi fevereiro, com uma variação positiva de 202 postos. 
Conforme dados do Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Flores da Cunha o número de vagas disponíveis na agência também cresceu do primeiro semestre de 2018 para esse ano. No ano passado, foram ofertados 99 postos, enquanto que em 2019 o número foi de 136, um acréscimo de 37,3%. “Tivemos um aumento de oferta, mas em algumas vagas há dificuldade em preencher, pois existe uma exigência de qualificação que muitas pessoas não têm. O que também percebemos é que diminuiu bastante a oferta para vagas do sexo feminino, que são as pessoas que mais nos procuram. Há muito mais vagas disponíveis para os homens do que para as mulheres”, pontua a coordenadora do Sine, Suzana Crippa. 
Flores possui 9.995 empregos formais para um total de 2.912 estabelecimentos. Na microrregião Caxias, os primeiros meses do ano totalizaram 55.294 admissões para 49.735 desligamentos, numa variação de 5.559 postos de trabalho. 

18 microempresas individuais são abertas por mês

Se a geração de emprego formal tem crescido, o número de microempreendedores individuais (MEIs) mostra que a recessão econômica só fez alavancar ainda mais o segmento de trabalhadores que apostam em um negócio próprio. Segundo informações do Portal do Empreendedor, Flores da Cunha encerrou 2018 com 1.220 empreendedores, 84 a mais do que o ano anterior. Nos primeiros seis meses do ano, foram abertos 112 MEIs no município, o que contabiliza uma média de 18,6 novos microempreendedores por mês. Até junho deste ano, o município tinha 1.332 empresas registradas nessa categoria. A maior parte formada por homens, com idade entre 31 a 40 anos, da área de prestação de serviços, destacando-se trabalhadores ligados à construção civil. 
O MEI se consolidou como ponto de partida e alternativa para todo brasileiro que tem o sonho de trabalhar por conta própria, tendo acesso a direitos previdenciários. E os dados comprovam isso. Em 2009, quando os trabalhadores florenses passaram a ser formalizados como microempreendedores individuais, havia apenas cinco registros. Nos anos seguintes, os números só aumentaram e hoje são mais de 980 alvarás emitidos na prefeitura municipal. 
Os números da administração pública e do Portal do Empreendedor se diferem porque muitos dos microeemprendedores realizam o cadastramento online, mas não se dirigem até a prefeitura para obter o alvará de funcionamento. Conforme os números, mais de 340 MEIs não possuem essa regularização. “Muitos empreendedores realizam o registro e não procuram a prefeitura para oficializar a parte municipal ou o fazem posteriormente. Mas é importante que obtenham o alvará porque podem ser notificados e até ter o CNPJ excluído. A regularização é um processo simples e sem burocracia”, explica o agente administrativo da Prefeitura Municipal e responsável pelos MEIs, Bruno Levis.
Embora os negócios próprios tenham crescido, um fator também chama a atenção. “Os números mostram que existe um aumento anual significativo, mas o que temos percebido também é que mais da metade das pessoas quem abrem um MEI em Flores não produzem algo, mas utilizam o programa como subsídio para a Previdência”, cita o agente administrativo da Prefeitura Municipal. 
Um estudo realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) em 2018 apontou que o programa de microempreendedor individual estaria gerando um desiquilíbrio bilionário na previdência, já que a taxa paga mensalmente seria muito inferior àquelas cobradas em outras categorias de contribuição para a Previdência. Segundo o estudo, o MEI estaria estimulando a pejotização, processo em que um trabalhador usa uma pessoa jurídica para mascarar uma relação de emprego.

Uma renda extra

Quem tem apostado na abertura do MEI não tem se arrependido, como é o caso da microempreendedora Nilves Pauletti, 41 anos, que vende produtos estéticos desde março deste ano. Nilves, que também é técnica de enfermagem, viu um mercado promissor sendo revendedora e regularizou o serviço ao conseguir um CNPJ. “Tenho muitos clientes, não só em Flores da Cunha, mas como em toda a região, e cada dia tem mais pessoas que me procuram”, afirma a empreendedora que também incentivou a irmã, Nilvete, a abrir sua empresa e auxiliar na comercialização. “Como sempre fui ligada à saúde e à estética, esse novo negócio veio para agregar e gerar uma renda extra”, afirma.
Nilves visita suas clientes e dá um atendimento especializado para cada uma, o que diferencia também o seu trabalho. “É muito satisfatório ver o resultado positivo e o carinho das clientes te agradecendo pelo bom trabalho prestado e a atenção dada. Isso não tem preço”, conta a revendedora, que apesar dos poucos meses da implantação, já visualiza o crescimento dos negócios.

Nilves Pauletti abriu o MEI em março e já visualiza crescimento. - Gabriela Fiorio
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