Economia

Consumidores questionam aumentos na conta de luz

RGE afirma que compensação do valor será emitida nas próximas faturas

Um aumento excessivo nas contas de energia elétrica nos últimos meses fez com que os florenses questionassem a forma como a Rio Grande Energia (RGE) tem realizado a leitura dos medidores em tempos da pandemia da Covid-19. Alguns moradores relatam que as contas triplicaram de valor de um mês para outro. Esse foi o caso da chef de cozinha, Alessandra Gelain Tonet. Moradora da área central, em sua residência a fatura de luz passou de R$ 150 para R$ 427. Na casa de Alessandra moram apenas três pessoas.  “Fiquei assustada, pois um valor desses fica pesado para quem tem uma renda como minha família, ainda mais nesse período que estamos contendo gastos”, desabafa ela que complementa. “Sabemos que não gastamos nada além do normal no mês passado. Usamos as mesmas coisas e, praticamente, nem deixamos luzes ligadas durante o dia”.
A florense procurou a RGE e foi informada que no próximo mês será ressarcida. “Não pagamos ainda a conta e, inclusive, estamos até pensando em quitar apenas no mês que vem para ver se realmente vão descontar. Espero que venham valores justos, pois nesse momento não estamos com dinheiro sobrando”, relata. 
Outra moradora de Flores que sentiu a diferença na conta de luz foi a fisioterapeuta Karla Boniatti. Em média, ela gastava R$ 100 ao mês, porém em junho a conta veio acima dos R$ 400. “Fui verificar o porquê deste aumento absurdo. Nestes próximos dias, a empresa deve passar para verificar o medidor e vou ficar analisando se vão realizar a leitura corretamente”, destaca ela, que mora sozinha. “Tenho chuveiro a gás e o que uso mais agora é a secadora. No inverno sempre tenho um aumento por conta disso, mas nunca quadriplicado”, diz. 
A família de Luciano Guaresi também questiona o gasto excessivo. A média era de R$ 90 e a última fatura chegou a R$ 184. “Realmente usamos mais a energia no inverno, mas fiquei surpreso quando abri a conta. É complicado, pois não fui só eu que recebi esse aumento. O faturamento da maioria das pessoas está comprometidos por causa da pandemia”, conta. Guaresi entrou em contato com a empresa que informou que o medidor poderia estar com problemas. “Me passaram também que a conta foi realizada de acordo com a média nos últimos 12 meses, logo questionei que a média de consumo no ano era de 98 kw, mas o atendente não soube me informar mais”, pontua.  
A professora Tassiane Poleto, que mora no bairro São José, também sentiu no bolso a diferença de valor de um mês para outro. “Moro sozinha e pagava, em média, R$ 45. A última fatura veio R$ 80. Para muitas pessoas pode parecer pouco, mas é quase o dobro do que era pago”, diz. Segundo ela, a chegada do inverno pode ter ocasionado o aumento. “Porém não tenho ar condicionado, nem estufa, não lavo mais seguidamente roupa, não utilizo secadora. Mesmo no período mais frio o máximo que já paguei de luz no inverno foi bem menor”, conta ela. “Os nossos salários não são os mesmos e, no caso da minha categoria, ainda estão parcelados e atrasados. Não entendo o motivo e fico preocupada, porque não sabemos como serão as próximas faturas”, afirma.

O que diz a RGE

ornal O Florense, a RGE informou que o faturamento efetuado desde o início do período de quarentena, provocado pela Covid-19, foi uma média aritmética dos últimos 12 meses de consumo do cliente, eliminando a necessidade de visita presencial. “Como alternativa para evitar faturamentos por estimativa, a ANEEL autorizou aos clientes a possibilidade da realização da autoleitura, sendo o cliente responsável por informar sua leitura por meios dos canais de atendimento da distribuidora. Ambas as opções foram habilitadas e divulgadas pela empresa e estão disponíveis em seus canais de comunicação com a população”, destacam.    
A RGE também informa que a empresa ficou impossibilitada de fazer a leitura de consumo no período de 6 a 15 de abril obedecendo decisão liminar da Justiça do Trabalho. “Neste período, o faturamento dos clientes também foi realizado pela média dos últimos 12 meses ou pela autoleitura realizada pelo cliente”, diz a nota. 
A RGE ressalta que o processo de leitura e entrega das contas já está normalizado e sendo executado de forma presencial desde 16 de abril, seguindo todas as orientações dos órgãos de saúde. “As faturas emitidas em maio já consideraram os devidos ajustes dado que a leitura real foi feita em campo. Não é necessária nenhuma ação dos clientes, a compensação já aconteceu de forma automática pela RGE, e os valores das faturas de maio já contaram com estes ajustes”.

Aumento de consumo
A RGE também alerta para o uso racional e consciente da energia elétrica. Conforme a empresa, houve um aumento no período de quarentena, já que muitas pessoas acabaram ficando mais em casa ou mesmo em home office.  Quanto maior o consumo, maior será o valor da conta mensal. Portanto, a distribuidora faz algumas recomendações aos clientes:
- Não deixe lâmpadas acesas ou equipamentos ligados sem necessidade;
- Evite o abre e fecha da geladeira;
- Acumule roupas para lavar e passar, evitando o liga/desliga de máquinas lavadoras e ferros elétricos;
- Deixe o computador hibernado ou até desligado se não estiver utilizando;
- Reduza o tempo de uso do ar condicionado.

Atendimento

Os clientes que tenham dúvidas em relação às suas contas devem entrar em contato com a RGE, através dos canais de atendimento, para que os casos pontuais sejam analisados individualmente. O contato pode ser feito através do site www.rge-rs.com.br, pelo aplicativo CPFL Energia ou por SMS. Basta enviar ‘Conta’ e o ‘Código do Cliente’ para o número 27350. A empresa ainda possui o Call Center pelo 0800 970 0900.

A conta de luz do mês de julho da residência de Luciano Guaresi dobrou de valor.   - Gabriela Fiorio
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