Economia

Ir ao supermercado hoje exige tempo e paciência, isso se você quer economizar buscando por produtos em promoção ou dias especiais onde algumas linhas estão mais baratas, como é o caso das frutas, por exemplo. É isso que busca fazer o casal florense Angélica Manica e Maicon Salvador. Eles fazem parte da maioria das famílias que está ajustando preços mais altos ao orçamento familiar, o que se comprova pela pesquisa nas prateleiras realizada pelo Jornal O Florense nesta semana. Em média, a cesta básica no município custa R$ 377,81, de uma lista composta por 45 itens, que incluem alimentação, higiene pessoal e limpeza doméstica.

O Florense percorreu três redes de supermercados em Flores da Cunha (nomes preservados) e pesquisou preços levando em conta a lista da cesta organizada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (Ipes) da Universidade de Caxias do Sul (UCS) para a cesta básica caxiense. Da lista original com 47 itens, foram excluídos o gás de cozinha, que por pesquisa custa em média R$ 67 ao bujão no município; e o cigarro, que é um produto tabelado. Nos três estabelecimentos pesquisados, o menor orçamento ficou em R$ 369,16, enquanto que o maior foi de R$ 385,36 – uma diferença de R$ 16,20 (veja na tabela). A cesta intermediária custou R$ 378,90.

Entre os itens com maior diferença nos preços estão os apresuntados, onde o quilo chegou a variar R$ 3; as carnes, como a costela suína, que também variou cerca de R$ 3; a dúzia de ovos também teve diferença; além do pão caseiro, que chegou a oscilar mais de R$ 5 entre os estabelecimentos. Pesquisar para comprar papel higiênico também se mostrou vantajoso: enquanto no mercado mais barato o pacote com 12 rolos custava R$ 12,97, no mais caro a mesma marca estava R$ 18,90 – R$ 5,93 a mais. A pesquisa foi realizada com os produtos mais baratos encontrados em cada estabelecimento, ou seja, não necessariamente da mesma marca. A lista corresponde a apenas um item de cada produto. No geral, praticamente todos os produtos têm diferenças que, no final das contas, e do mês, geram uma economia significativa.

Para economizar, pesquisar
Com o encarte promocional do mercado na tela do celular, o casal Angélica Manica, 27 anos, auxiliar administrativa, e Maicon Salvador, 33 anos, contador, alivia o orçamento gasto no supermercado buscando as promoções. “Procuramos sempre os melhores preços e evitamos fazer um rancho mensal exatamente para economizar. Aproveitamos os dias de promoção das frutas, por exemplo, para gastar menos, mas levar o que precisamos para casa”, conta Angélica.

Para Maicon, entre os produtos que eles sentiram que ficaram mais caros está o leite e algumas frutas e legumes. “Cada um se organiza da melhora forma para fazer suas compras, nós pesquisamos bastante e percebemos que vale a pena”, complementa o contador. De acordo com a pesquisa mensal do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais da UCS, em Caxias do Sul o custo da cesta básica no mês de junho passou para R$ 843,92, apresentando um aumento de 1,67% em relação ao mês anterior, quando custava R$ 830,09, correspondendo a uma elevação de R$ 13,82 – vale lembrar que o valor corresponde à média de 3,2 membros na família.

A alta, segundo o Instituto, é devida, em parte, a resquícios da greve dos transportadores, que provocou um desabastecimento e a alta de preços nos itens de consumo básico. Os cinco itens que mais contribuíram para essa alta foram apresuntados, queijo lanche fatiado, massa com ovos, coxa de frango e cebola. As quantidades e os produtos que compõem a cesta de Caxias do Sul – os mesmos pesquisados em Flores da Cunha –, são os que apresentam maior participação nos gastos totais das famílias nos grupos de produtos da alimentação, higiene doméstica e pessoal, e combustíveis utilizados no lar, representando o custo de um ‘rancho’ para uma família média.

O Ipes utiliza uma Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) realizada nos anos de 2006 e 2007, e referem-se ao consumo médio familiar. A amostra abrangeu 436 famílias residentes em Caxias.