Cenário otimista para a retomada da economia
Perspectiva empresarial é que a partir de agosto economia comece a melhorar
A pandemia da Covid-19 já deixou muitos impactos negativos, principalmente na economia. Em meados de 20 de março, as empresas tiveram que parar a produção seguindo as orientações para preservar a saúde dos funcionários. Desde lá, muitos efeitos foram sentidos. Após dois meses da ‘parada’ forçada, os empresários estão otimistas para os próximos meses. Conforme o presidente do Centro Empresarial de Flores da Cunha, Alessandro Cavagnoli, o cenário ainda está incerto. “Estamos aguardando maior clareza das possibilidades de prosperidade em todos os segmentos, mas ainda estamos na expectativa. É mais vontade do que efetividade”, garante.
Há dois meses, o Jornal O Florense havia conversado com as empresas locais para ver o que estava sendo feito e as perspectivas futuras. Agora, retorna os contatos para ver quais são as expectativas atuais. O cenário mais promissor aponta que a partir de agosto as engrenagens comecem a rodar para a economia e as atividades se normalizem. “Vemos alguns segmentos que estão com bastante movimentação, principalmente os que têm possibilidade de vendas online e vendas de produtos e serviços ligados ao que as pessoas estão fazendo em casa, como alimentação e home office. Móveis e cadeiras estão tendo movimentações grandes”, declara Cavagnoli. Para o presidente do CE, isso é uma tendência. “Não vai ser apenas um modismo temporário, mas sim uma intensificação com tudo que tem a ver com a qualidade do ficar em casa”, enfatiza.
O que dizem as empresas
Móveis Florense
A empresa, que possui um quadro de 600 funcionários, seguiu as normas e decretou férias coletivas de 23 de março a 13 de abril. Conforme o CEO da Florense, Mateus Corradi, o mês de maio foi muito melhor que abril. “Praticamente ficamos dentro dos números projetados antes da pandemia para o mês. Então, fomos muito bem, e já percebemos uma vontade do mercado de retomar a normalidade”, enfatiza Corradi.
Hoje, a empresa atua com 75% dos funcionários, sendo que a maioria dos 25% estão trabalhando em home office. “A administração e as áreas que podem atuar à distância, estão em casa”, diz. A empresa, por hora, não está utilizando de nenhuma medida provisória para custear os afastamentos. “Decidimos até o mês de junho sustentar com recursos próprios as pessoas que estão afastadas. A partir de julho iremos avaliar como iremos proceder”, informa.
De acordo com o CEO, os próximos meses devem ser de melhorias. “A crise está afetando todos, mas entendemos que existem oportunidades. Com os clientes ficando mais em casa, estão valorizando mais suas residências, então vemos perspectivas bem positivas nesse sentido, mas obviamente ainda é cedo para descartar possibilidades. Por hora, estamos conseguindo manter a nossa estrutura com pensamento muito positivo do que está vindo pela frente”, adianta Corradi.
Treboll Móveis
A Treboll Móveis interrompeu suas atividades por 60 dias, conforme Medida Provisória do Governo Federal, e está voltando aos poucos. Conforme o diretor administrativo Gustavo Toigo, a empresa, que possui 280 funcionários, voltou na segunda-feira, dia 8, com 70% de redução no quadro de funcionários da Treboll e 50% dos funcionários na De Lavie (marca da empresa). “Percebemos que junho ainda teremos dificuldades no mercado. Julho os prognósticos são aceitáveis e agosto tudo deverá estar normalizado”, informa Toigo.
O diretor ainda ressalta que a empresa não efetuou demissões e deve seguir assim.
Hidrover Equipamentos Hidráulicos
A Hidrover decretou férias coletivas para seus 200 funcionários em março. O seu retorno se deu no dia 5 de abril, com reduções. Conforme o diretor comercial da Hidrover, Ricardo Archilla, a empresa ainda sente o impacto econômico e está se adequado à nova realidade que tem mudado a rotina, hábitos e procedimentos. “Temos seguido todas as orientações no combate ao vírus com ações efetivas de prevenção em todo o ambiente de trabalho, desde a portaria da empresa até a produção, preservando e focando o mais possível na saúde dos nossos funcionários. Hoje temos um cenário na empresa muito mais claro e de maior conscientização de todos sobre os efeitos e no combate ao Covid-19. E nossos funcionários estão, sem exceção, seguindo todas as orientações recomendadas pela empresa”, declara.
De acordo com Archilla, a empresa precisou realizar alguns ajustes no quadro de funcionários e mantido afastado o grupo considerado de risco. “Neste mês de junho estamos trabalhando com redução de jornada em função de termos ainda clientes ajustando as suas demandas. No momento, não temos previsão de novas contratações, mas acreditamos muito que essa fase irá passar em breve e voltaremos a crescer e gerar essa demanda novamente”, informa. A empresa acredita que uma retomada gradativa de produção deve se dar no segundo semestre deste ano, “baseado nas demandas internas e nas reaberturas dos mercados internacionais”, finaliza.
Fante
A empresa suspendeu suas atividades por um período total de 30 dias, entre suspensão integral e parcial de seus funcionários. Conforme o diretor Julio Fante, na primeira semana após a parada total, a empresa retomou suas atividades com apenas 20% dos funcionários. Já na segunda semana, este percentual aumentou para 50%. Atualmente, a Fante está trabalhando com 95% da equipe, permanecendo afastados todos os funcionários que se enquadram em grupos de risco. A empresa realizou algumas contratações no último mês. Segundo o diretor, a demanda da empresa ficou um pouco abaixo se comparado ao mesmo período do ano passado. “Nos deparamos com certo nível de crescimento para as linhas de bebidas que podem mais facilmente ser consumidas em casa, como vinhos e sucos, por exemplo”, avalia.
SIM Rede de Postos
Uma das poucas empresas que não parou por ser considerada essencial, a SIM já percebeu melhoras em relação ao mês de abril, onde tiveram queda na comercialização do combustível. Segundo o diretor Executivo de Varejo, Diego Panizzon Argenta, a melhora é vista principalmente na gasolina. “Todas as previsões são prematuras, mas o cenário é mais animador. Acreditamos em uma melhora gradual mês a mês, voltando à normalidade em um breve espaço de tempo”, enfatiza.
Em relação a operação das 141 unidades, todos os cuidados inerentes ao comércio estão sendo seguidos. “No centro administrativo, onde temos uma maior concentração de pessoas, também estamos seguindo as orientações, além de medir a temperatura de todos os que acessam o prédio. Também, no setor administrativo, estamos com 70% do quadro trabalhando presencialmente e 30% em home office”, informa Argenta. No total, a empresa possui 3,2 mil funcionários.
Keko Acessórios
A empresa também optou por férias coletivas de 20 dias no mês de março. Conforme a supervisora de Marketing, Liliam Mantovani, o regresso após esse período foi com redução de jornada de 70%. “Em junho, já iniciamos o mês com alguns setores trabalhando 50% e a expectativa é de ir, gradativamente, retornando ao normal conforme as montadoras e o mercado voltem. Percebemos uma melhora importante do mercado, mas ainda é cedo para afirmar qualquer movimento da empresa”, analisa.
A Keko possuía um quadro de 450 funcionários e, conforme Liliam, uma redução de aproximadamente 10% foi realizada nos últimos dois meses.
Romanzza
A Romanzza atua com um quadro de 100 funcionários. Atualmente a empresa está trabalhando apenas meio turno – na parte da manhã. Conforme o diretor industrial, Nelson Scarmin, a demanda ainda está sendo baixa o que preocupa. “Estávamos prevendo uma retomada melhor no mês de maio, o que não se concretizou”, declara Scarmin, que avalia que apenas em 2021 a empresa deverá voltar à normalidade. “Estamos preocupados com nossos funcionários. Talvez tenhamos que fazer alguns cortes para nos manter”, diz.
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