Economia

A CDL Caxias do Sul divulgou o desempenho econômico no comércio do município. O tradicional levantamento realizado pelo Núcleo de Informações de Mercado da entidade aponta que houve um leve crescimento de 1,7% nas vendas em junho em relação a maio. No comparativo com o mesmo período do ano anterior, o resultado aponta queda de 12,5%.

Para o assessor de economia e estatística da CDL Caxias do Sul, Mosár Leandro Ness, o resultado de junho acabou prejudicado em função do fechamento do comércio ocasionado pela bandeira vermelha. O economista destaca, entretanto, que tanto o Dia dos Namorados como a chegada do período de frio contribuíram para o leve aumento registrado nas vendas. “Vínhamos com uma expectativa de recuperação iniciada no mês de maio, mas que acabou sendo muito tímida em junho. Quando comparamos com o mesmo período do ano anterior, ainda podemos observar os efeitos da crise gerada pela pandemia”, resume.  

No ramo duro, a variação entre maio e junho 2020 registrou um aumento de 3,04%. Descontada a inflação, em relação ao mesmo período do ano anterior, há queda nas vendas de 12,81%. Já no ramo mole, a variação entre maio e junho de 2020 foi de -3,87% e a diferença sob o mesmo período de 2019 foi a retração de 10,88%. 

O sistema CDL/SPC identificou variação de 5,04 % no volume de consultas em junho frente a maio. Na comparação com o mesmo período do ano passado, foi registrado aumento de 6,05%.  “Os dados mostram que, em junho, tanto a consulta de lojistas quanto a de consumidores cresceram na mesma proporção, evidenciando que aos poucos o mercado deseja retomar as atividades”, acredita Ness. 

O volume de inclusões de débitos recuou 26,28% na comparação entre junho e maio de 2020. Em relação a junho deste ano com o mesmo mês de 2019, o decréscimo foi de 16,19%. Já as exclusões de débito apresentaram aumento tanto no comparativo com maio (27,50%), quanto com junho do ano anterior (1,92%).

O vice-presidente Financeiro da CDL Caxias, Rui Alberto Cassina, cita a desaceleração do desemprego como uma boa notícia trazida no levantamento dos dados no mês de junho, o que pode significar uma retomada do poder de compra dos trabalhadores nos próximos meses.

“Mesmo com mais um período de bandeira vermelha, o comércio mostrou que tem condições de recuperar parte das perdas que foram provocadas pelo coronavírus. Nossa expectativa é de que o pior desta crise já tenha passado e, pouco a pouco, vamos entrando num nível de estabilidade. Dependemos muito do que ainda virá nos próximos meses, mas esperamos recuperar parte do prejuízo de 2020 e, mesmo sabendo que deveremos fechar o ano com índices negativos, não levarmos para o 2021 os reflexos ainda piores para o comércio, serviços e também para a indústria”, acredita Cassina.