Boas perspectivas para a safra de alho na Serra Gaúcha
Produtores de Flores da Cunha e Nova Pádua estão otimistas com a produção deste ano, que deve ser de ótima qualidade. Encontro Nacional para debater a hortaliça acontece hoje em São Marcos e contempla série de palestras
Para muitos produtores de alho a colheita já começou. As plantas precoces estão prontas para serem colhidas e irem para o mercado e para a mesa do consumidor, enquanto que as mudas tardias estão apresentando uma ótima formação. Essa qualidade que a safra do alho 2012/2013 vem mostrando será o principal tema do 25º Encontro Nacional dos Produtores de Alho que acontece hoje, dia 9, em São Marcos. Além da perspectiva para a safra deste ano, o evento deve discutir a importação do condimento e a importância de qualificar o trabalho na lavoura, que acaba refletindo no produto final. No ano passado, o Rio Grande do Sul produziu mais de 20 mil toneladas de alho, sendo a Serra a responsável por quase 90% dessa produção.
Para a safra 2012/2013, o Estado deve produzir 18 mil toneladas. A área plantada é de 1,8 mil hectares e a produtividade é de 10 mil quilos por hectare. No total, 1,2 mil famílias plantam a hortaliça para a venda, o que movimenta cerca de 10 mil empregos temporários neste período de safra, segundo levantamento da Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (Agapa).
O presidente da Agapa e também do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Flores e Nova Pádua, Olir Schiavenin, destaca que, por meio de um roteiro de visitas em propriedades, técnicos constataram que o alho hortaliça está bonito e com boa qualidade. “Salvo algumas exceções de plantas que perfilharam, no geral, esse ano promete sim ter uma grande safra”, adianta Schiavenin.
No que diz respeito ao preço, a perspectiva é de uma boa valorização do produto, já que a importação diminuiu. “Tudo indica um bom preço. A Argentina reduziu sua área de produção em quase 50% e a China também teve quebra de safra em função de problemas climáticos. Então, esse tem tudo para ser um bom ano para o alho brasileiro”, enfatiza o presidente. A importação diminuiu e o pagamento de impostos subiu – antigamente, em média, 20% do alho importado pagava imposto, e hoje 100% tem custo de taxa de importação. “Isso também ajuda a fazer um preço mais competitivo com o nosso produto”, lembra Schiavenin.
No ano passado, o alho de qualidade e com classificação alta teve um preço que variou de R$ 8 a R$ 10 ao quilo. A previsão para este ano é igual ou superior ao registro da safra 2011/2012. A valorização do produto depende também do bom trabalho do agricultor. Segundo Schiavenin, o “tema de casa” deve ser feito. “Para quem tem qualidade não precisa se preocupar. Qualidade, aliada a um alho bonito, firme e de bom tamanho, tem a perspectiva de que vai ser muito valorizado no comércio. E isso pode-se estender a outros produtos, como a uva. Cabe uma orientação para buscar a maior qualidade”, indica o sindicalista. A oportunidade de maior valorização dos preços é reflexo de uma demanda do mercado. “O que o consumidor procura hoje? Ele quer qualidade, segurança alimentar e preço. O produtor deve buscar uma mercadoria que atenda as necessidades e exigências do consumidor, caso contrário, sempre teremos dificuldades”, enfatiza.
Rio Grande do Sul e Santa Catarina, juntos, produzem o equivalente ao volume de consumo de 45 dias. “Dois terços do alho consumido aqui é importado. O Brasil não produz tudo o que consome”, complementa Schiavenin. Segundo a Agapa, na safra deste ano, Flores deverá produzir 2,8 mil toneladas numa área de 280 hectares.
Em Nova Pádua
Para o chefe do escritório da Emater de Nova Pádua, Leonildo Sperotto, apesar da qualidade, alguns agricultores destinarão o produto à indústria de alimentos. Muitas plantas perfilharam (quando o bulbo apresenta bulbilho com crescimento de novas folhas). “A adubação foi seguida por alguns dias de calor e tempo seco, quando a planta estava formando os ‘dentinhos’ veio a chuva e, com isso, algumas propriedades contam com plantas que perfilharam. Alguns agricultores registraram até 70% da plantação nessa situação. O alho será vendido, mas com um preço inferior”, explica Sperotto.
Para garantir um bom tamanho do bulbo, alguns cuidados como a irrigação, acabam se tornando fundamentais, principalmente neste período de crescimento da planta. “Este ano não tivemos doenças nas lavouras, mas para os produtores que não contam com irrigação a chuva está fazendo falta e o alho acaba ficando menor. A água é importante para que a hortaliça cresça. No Encontro Nacional de sexta-feira poderemos discutir a situação do mercado, mas o caminho mostra um bom ano e com bons preços”, salienta. Nesta safra Nova Pádua conta com cerca de 120 hectares de área plantada e deve colher em torno dos 1,2 mil toneladas.
Investimento em irrigação faz toda a diferença
Para o agricultor Gaspar Vedana, 45 anos, morador do Travessão Curuzu, em Nova Pádua, as expectativas de uma boa safra estão se concretizando na lavoura. Cultivando quase um hectare, Vedana pretende colher 8 mil quilos que estão com destino certo. “O preço deve ser bom e a procura está grande. Essa produção irá para o centro do país, como Brasília. Assim como outros produtores, tenho algumas plantas que perfilharam, cerca de 10%, mas em compensação o restante está com muita qualidade”, avalia o agricultor.
Vedana plantou as mudas em junho, metade precoce e o restante de tardia. Nesta semana ele iniciou a colheita das primeiras, que ainda permanecem em galpões para secagem por mais uns 45 dias. Após a limpeza e classificação, seguem para o mercado. O alho tardio deve ser colhido em dezembro. “Assim, temos tempo de fazer um trabalho com tempo e qualidade”, complementa Vedana.
Com previsão de chuva para o mês de novembro abaixo do necessário, um sistema de irrigação se torna indispensável para que o bulbo adquira um bom tamanho para venda. “Nesses 20 anos que planto alho, sei que hoje não podemos mais plantar sem ter uma garantia de que vamos colher. É preferível ter uma produção em quilos menor, mas com qualidade. O custo de investimento é muito grande para se colocar em risco”, reconhece o produtor.
Para a safra 2012/2013, o Estado deve produzir 18 mil toneladas. A área plantada é de 1,8 mil hectares e a produtividade é de 10 mil quilos por hectare. No total, 1,2 mil famílias plantam a hortaliça para a venda, o que movimenta cerca de 10 mil empregos temporários neste período de safra, segundo levantamento da Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (Agapa).
O presidente da Agapa e também do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Flores e Nova Pádua, Olir Schiavenin, destaca que, por meio de um roteiro de visitas em propriedades, técnicos constataram que o alho hortaliça está bonito e com boa qualidade. “Salvo algumas exceções de plantas que perfilharam, no geral, esse ano promete sim ter uma grande safra”, adianta Schiavenin.
No que diz respeito ao preço, a perspectiva é de uma boa valorização do produto, já que a importação diminuiu. “Tudo indica um bom preço. A Argentina reduziu sua área de produção em quase 50% e a China também teve quebra de safra em função de problemas climáticos. Então, esse tem tudo para ser um bom ano para o alho brasileiro”, enfatiza o presidente. A importação diminuiu e o pagamento de impostos subiu – antigamente, em média, 20% do alho importado pagava imposto, e hoje 100% tem custo de taxa de importação. “Isso também ajuda a fazer um preço mais competitivo com o nosso produto”, lembra Schiavenin.
No ano passado, o alho de qualidade e com classificação alta teve um preço que variou de R$ 8 a R$ 10 ao quilo. A previsão para este ano é igual ou superior ao registro da safra 2011/2012. A valorização do produto depende também do bom trabalho do agricultor. Segundo Schiavenin, o “tema de casa” deve ser feito. “Para quem tem qualidade não precisa se preocupar. Qualidade, aliada a um alho bonito, firme e de bom tamanho, tem a perspectiva de que vai ser muito valorizado no comércio. E isso pode-se estender a outros produtos, como a uva. Cabe uma orientação para buscar a maior qualidade”, indica o sindicalista. A oportunidade de maior valorização dos preços é reflexo de uma demanda do mercado. “O que o consumidor procura hoje? Ele quer qualidade, segurança alimentar e preço. O produtor deve buscar uma mercadoria que atenda as necessidades e exigências do consumidor, caso contrário, sempre teremos dificuldades”, enfatiza.
Rio Grande do Sul e Santa Catarina, juntos, produzem o equivalente ao volume de consumo de 45 dias. “Dois terços do alho consumido aqui é importado. O Brasil não produz tudo o que consome”, complementa Schiavenin. Segundo a Agapa, na safra deste ano, Flores deverá produzir 2,8 mil toneladas numa área de 280 hectares.
Em Nova Pádua
Para o chefe do escritório da Emater de Nova Pádua, Leonildo Sperotto, apesar da qualidade, alguns agricultores destinarão o produto à indústria de alimentos. Muitas plantas perfilharam (quando o bulbo apresenta bulbilho com crescimento de novas folhas). “A adubação foi seguida por alguns dias de calor e tempo seco, quando a planta estava formando os ‘dentinhos’ veio a chuva e, com isso, algumas propriedades contam com plantas que perfilharam. Alguns agricultores registraram até 70% da plantação nessa situação. O alho será vendido, mas com um preço inferior”, explica Sperotto.
Para garantir um bom tamanho do bulbo, alguns cuidados como a irrigação, acabam se tornando fundamentais, principalmente neste período de crescimento da planta. “Este ano não tivemos doenças nas lavouras, mas para os produtores que não contam com irrigação a chuva está fazendo falta e o alho acaba ficando menor. A água é importante para que a hortaliça cresça. No Encontro Nacional de sexta-feira poderemos discutir a situação do mercado, mas o caminho mostra um bom ano e com bons preços”, salienta. Nesta safra Nova Pádua conta com cerca de 120 hectares de área plantada e deve colher em torno dos 1,2 mil toneladas.
Investimento em irrigação faz toda a diferença
Para o agricultor Gaspar Vedana, 45 anos, morador do Travessão Curuzu, em Nova Pádua, as expectativas de uma boa safra estão se concretizando na lavoura. Cultivando quase um hectare, Vedana pretende colher 8 mil quilos que estão com destino certo. “O preço deve ser bom e a procura está grande. Essa produção irá para o centro do país, como Brasília. Assim como outros produtores, tenho algumas plantas que perfilharam, cerca de 10%, mas em compensação o restante está com muita qualidade”, avalia o agricultor.
Vedana plantou as mudas em junho, metade precoce e o restante de tardia. Nesta semana ele iniciou a colheita das primeiras, que ainda permanecem em galpões para secagem por mais uns 45 dias. Após a limpeza e classificação, seguem para o mercado. O alho tardio deve ser colhido em dezembro. “Assim, temos tempo de fazer um trabalho com tempo e qualidade”, complementa Vedana.
Com previsão de chuva para o mês de novembro abaixo do necessário, um sistema de irrigação se torna indispensável para que o bulbo adquira um bom tamanho para venda. “Nesses 20 anos que planto alho, sei que hoje não podemos mais plantar sem ter uma garantia de que vamos colher. É preferível ter uma produção em quilos menor, mas com qualidade. O custo de investimento é muito grande para se colocar em risco”, reconhece o produtor.
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