Saúde

Novo decreto inviabiliza bom atendimento

Restaurantes, lanchonetes e bares estão com atividades suspensas, podendo atuar apenas com tele-entrega e pague e leve

Durante esta semana, quando começava o horário de pico, as portas precisavam fechar. “Nosso maior movimento é das 20h às 22h”, relatam os sócios proprietários do Banana Pink, Silvio e Sérgio Longui. Para eles, a tele-entrega não é o carro chefe e a estimativa é de perder até 60% do faturamento nesta semana. “Esse horário inviabiliza um bom atendimento. Não sou favorável. Até às 22h estava muito bom e não era tão prejudicial como irá ser agora”, analisavam os sócios antes do novo decreto anunciado pelo governador, Eduardo Leite, nesta quinta-feira, dia 25, onde a cogestão foi suspensa e passa a vigorar, a partir do sábado, dia 27, as regras da bandeira preta. 
E essa situação está sendo vivenciada por muitos proprietários de estabelecimentos de alimentação em Flores da Cunha diante das novas regras.
Fabrício Spinelli, sócio-proprietário do Farra Pizza e Burguer, diz que, mais uma vez, os bares e restaurantes estão entrando em um momento delicado. “Sempre presamos muito pela questão do cuidado com a saúde, a higiene da equipe e dos clientes. Hoje, geramos mais de 50 empregos em todas as nossas lojas, então entendemos que precisa ter um jogo de cintura muito grande. Essa questão do fechamento parcial afeta, então estamos redobrando as ações de promoções e delivery, que é uma ferramenta que a gente começou a trabalhar agora em Flores da Cunha”, relata Spinelli, que complementa: “A gente também entende que é um momento, e o momento exige bastante cuidado, a gente está junto, vai cooperar com todos os órgãos do município”, garante.
O proprietário da Bulldog Hamburgueria, Rouglan Uliana, também acredita que a restrição  a partir das 20h – que continua valendo até esta sexta-feira, dia 26, não foi uma boa opção. “É uma conta bem simples. Se tiver 100 pessoas em quatro horas, vai ter 25 pessoas por hora circulando, a lógica seria aumentar o horário, fazer circular menos gente. Assim, essa restrição atrapalha muito, porque acaba aglomerando mais”, diz Rouglan. Uma forma de tentar correr atrás dos prejuízos é manter a tele-entrega. “A tele sempre fez parte do nosso dia a dia, o que irá ajudar um pouco, mas mesmo assim prevemos uma perda nos lucros”, garante Uliana.

Fiscalização atuante

O prefeito César Ulian se reuniu nesta semana com a Divisão de Fiscalização da Prefeitura de Flores da Cunha e a Brigada Militar para tratar sobre o Plano de Fiscalização para Implementação e Controle no Enfrentamento à Covid-19.  
O plano, que tem por objetivo intensificar as ações fiscalizatórias e coibir as atividades e condutas incompatíveis com as ações de combate à pandemia.
Desde o último sábado, dia 20, a equipe de fiscalização está passando nos estabelecimentos para orientar os proprietários sobre as novas regras. Caso as medidas sanitárias não sejam cumpridas, serão aplicadas penalidades. “No final de semana tivemos uma boa receptividade do nosso comércio e todos eles aderiram o horário das 22h. Com as novas regras, a partir da terça-feira, com o fechamento às 20h, encontramos uma certa dificuldade”, relata a fiscal Orjana D’Ávila de Souza. Na terça-feira, dia 23, 12 estabelecimentos florenses foram fiscalizados, sendo orientados para o fechamento do estabelecimento. “Está havendo uma certa resistência, pois é um pouco cedo, mas tem que ser cumprido à risca”, informa. Na noite de quarta-feira, dia 24, foram vistoriados 10 estabelecimentos e dois foram advertidos. 
Para os estabelecimentos que não cumprirem as determinações, a fiscalização pode estar multando e até caçando o alvará. “Num primeiro momento a fiscalização é sempre orientativa. Se o estabelecimento não se adequou, em um segundo momento é advertido. Após, a gente notifica e se continuar não cumprindo as regras é multado”, relata. A multa é de R$ 1 mil em bandeira vermelha e R$ 1,5 mil em bandeira preta. “Se persistir, o alvará é caçado e o estabelecimento fechado. A fiscalização, incansavelmente, desde o ano passado, quando iniciou a Covid-19, está trabalhando seriamente, colocando a cara a tapa para que os munícipes façam a sua parte”. 
O Sargento Odacir Luis Fávero, que está respondendo pelo comando do 1° Pelotão da 2° Companhia do 36° Batalhão de Polícia Militar, destaca que a BM está focada no policiamento ostensivo preventivo. “Vamos dar apoio ao poder público municipal durante as fiscalizações, evitando as aglomerações em locais públicos e privados, além da BM estar trabalhando incisivamente na inibição da perturbação do sossego público, evitando gritarias, algazarras e sons automotivos”, ressalta Fávero.

Silvio Longhi e Sérgio Longui, proprietários Banana Pink, relatam que a estimativa é de perder 60% do faturamento da semana com o novo decreto.  - Gabriela Fiorio Rouglan Uliana, proprietário da Bulldog, revela que a saída será o trabalho de tele-entrega até às 23h.  - Gabriela Fiorio
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