Vitor Hugo Zenatto

Vitor Hugo Zenatto

Esporte

Contatos

Quem será o técnico da Seleção Brasileira?

A mística camisa canarinho parece não mais despertar o interesse de profissionais de alto nível

A Seleção Brasileira de Futebol, detentora de nada menos do que cinco títulos mundiais, seguida de Alemanha e Itália com quatro cada, e que sempre representou e destacou o Brasil, dito ‘país do futebol’, tendo revelado craques que após décadas das conquistas são lembrados e homenageados em todos os ambientes esportivos, consegue ter como entrave de suas atividades a contratação de um técnico. O cargo de técnico da Seleção Brasileira já foi desejado pelos melhores profissionais do Brasil e do mundo, porém, atualmente, nos parece que perdeu o encanto, ficando a Confederação Brasileira de Futebol – CBF – a prospectar este ou aquele nome, recebendo recusas educadas a todo momento, situação que se prolonga desde o fim da última Copa do Mundo, ainda em dezembro de 2022.
A mística camisa canarinho parece não mais despertar o interesse de profissionais de alto nível, e a CBF, seguidamente envolvida em polêmicas, escândalos, renúncias forçadas de presidentes, contribuiu e contribui para que o cargo, antes tão desejado, seja desdenhado, em que pese os valores, as cifras mais que significativas da remuneração do técnico e os profissionais que o acompanharão.
Não faltam recursos, estruturas magníficas de acomodação e treinamento e uma visibilidade desejada pelos profissionais do futebol, o que apenas reforça, pela dificuldade de se definir nomes, que a CBF é vítima de sua própria estratégia desfilada ao longo de décadas, onde se passou a priorizar o relacionamento predatório com patrocinadores, jogos amistosos em recantos do mundo, com seleções inexpressivas, apenas pelo valor ajustado para o jogo, o que conduziu para uma confederação financeiramente privilegiada, mas que perdeu a essência da representação do país no seu esporte mais adorado e praticado.
Tal clima desfavorável gerado afeta, por evidência, os atletas, jogadores convocados, se somando ao fato de que, na sua maioria, com 18 ou 20 anos, no máximo, saem do Brasil para atuar na Europa, especialmente, e, com isso, se desprendem do sentimento de representar o seu país, sendo as aparições nos jogos da Seleção Brasileira mais uma exibição de valorização pessoal, de busca de melhores contratos e transferências milionárias do que orgulho de vestir a camisa da Seleção.
Nacionalismo exacerbado não se deseja, mas renuncia a valores coletivos como a paixão dos brasileiros pelo futebol, falta de orgulho em representar o seu país, ausência completa de sentimento de nação, de grupo identificado e representando milhões, é uma situação nova, estranha e que lança um enorme desafio de quem pretender reverter tais práticas, sob pena de continuarmos nesse sistema obscuro de conduzir a Seleção Brasileira de futebol.