Através da Lei nº 14.193/2021, o cenário dos clubes de futebol profissional do Brasil passou a contar com uma opção diferente para a sua organização

Através da Lei nº 14.193/2021, o cenário dos clubes de futebol profissional do Brasil passou a contar com uma opção diferente para a sua organização como empresa. A sigla SAF, que significa Sociedade Anônima do Futebol, é a possibilidade que um clube de futebol, seja constituído nesse formato empresarial, seja pela transformação do clube ou pessoa jurídica em Sociedade Anônima do Futebol, ou, pela cisão, pela separação do departamento de futebol do clube ou pessoa jurídica original e transferência de seu patrimônio relacionado à atividade futebol.
Sendo assim, o clube pode ser totalmente abrangido por uma Sociedade Anônima ou apenas o seu departamento de futebol, preservando as demais atividades na concepção original do clube. Exemplificando, é possível que o departamento de futebol de um clube passe a operar como Sociedade Anônima e a sua sede campestre, piscinas, departamento de outros esportes, como vôlei, futsal ou tênis, continuem operando no formato da associação, como foi concebida originalmente.
Tal forma de Sociedade Anônima permite que o clube receba investimentos externos por investidores em ações dessa Sociedade Anônima para aplicação de recursos exclusivamente no futebol, promovendo melhorias, contratações, maior sucesso em competições e, com isso, valorizando o capital composto nessa Sociedade Anônima.
Tal formato já existe há bastante tempo em outros países, especialmente na Europa, e na sua maioria se mostrou como elemento de favorecimento ao crescimento dos clubes de futebol, mas que, como todo o empreendimento, toda e qualquer organização não pode dispensar seriedade, transparência nos investimentos e objetivos nessa forma de gestão econômica que se estabelece, sob pena de frustrar o torcedor e extrair da relação torcedor/clube o componente de simpatia, de vinculação que leva a torcer, frequentar o estádio e se, associar ao clube.

O fenômeno do público nos estádios

Chama a atenção, e ainda mais depois das primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro, a frequência de público nos jogos de futebol, eliminando de vez o pensamento de que as grandes comercializações das imagens de esporte afastariam as pessoas dos estádios. Tanto isso é relevante que seguem os investimentos pesados, como os feitos em São Paulo, pelo Corinthians e Palmeiras, em Porto Alegre, pelo Grêmio e Internacional com grandes praças esportivas, e agora o Atlético Mineiro com novo e moderno estádio, a Arena MRV, que se soma ao gigantesco Mineirão e a Arena Independência, os três em Belo Horizonte. Para um público claramente ávido por lazer os investimentos cada vez mais se justificam.