Vitor Hugo Zenatto

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O ônus da idolatria

Seleção Brasileira vítima da idolatria de seu maior protagonista

A Seleção Brasileira de Futebol, onde atuaram grandes e inesquecíveis ídolos do esporte, com conquistas inquestionáveis especialmente nas copas mundiais, hoje está sendo vítima da idolatria de seu maior protagonista, ou, pelo menos, que deveria ser. O histórico de Neymar na Seleção Canarinho é uma coleção interminável que vai de admiradores fanáticos gritando nas arquibancadas a demonstrações de raiva e decepção. A postura pouco profissional em muitas ocasiões, no trato dentro e fora de campo, polêmicas desnecessárias e ultimamente, inclusive, baixo desempenho para um craque desse calibre, determinam que o selecionado nacional, mesmo que os dirigentes não admitam publicamente, deverá ter encaminhamento para a formação de equipe competitiva a partir da ausência de Neymar. O retorno do brilho para a camisa amarelinha, ao que tudo indica, deverá ser providenciado por outra geração de jogadores, outros protagonistas mais afinados com a atuação coletiva voltada ao futebol e menos para a exposição midiática, alternativa e desnecessária. É preciso voltar a vencer sem Neymar.

Os gaúchos no Brasileirão
Com o Campeonato Brasileiro da série A se encaminhando para sua fase final, mais uma vez se tem pouco a comemorar com o desempenho dos dois grandes clubes do Rio Grande do Sul. O Grêmio, que conseguiu, retornando da série B, postar-se nas primeiras posições, já demonstra claramente que não formou uma equipe realmente competitiva, e que, por conta disso, oscila de maneira preocupante ao acumular resultados negativos sucessivos, atuações sofríveis que apontam que algumas contratações deste ano não surtiram efeito, mostrando-se muito abaixo da necessidade do imortal. De novo, o Grêmio gastou mal com jogadores inexpressivos. O Internacional animou seus torcedores com a possibilidade de disputar o título da Libertadores, mas com a eliminação, retorna ao Brasileirão com uma realidade de classificação mais próxima das últimas posições, buscando agora salvar o ano com alguma habilitação para competições continentais, o que é pouco ante as possibilidades perdidas e a ausência de títulos, até mesmo regionais. Aprender com os erros deveria ser o remédio para não errar de novo, mas essa lição parece não ser entendida nem pelo azuis e nem pelos vermelhos.

Jogos Pan-Americanos
Os tradicionais jogos Pan-Americanos estão em pleno andamento nas disputas que, nesta edição, acontecem em Santiago, no Chile, no período de 20 de outubro a 5 de novembro de 2023, onde atletas das diversas modalidades olímpicas das Américas estabelecem os padrões de resultado que serão projetados para uma próxima olimpíada. A rotineira prevalência dos norte-americanos em muitas modalidades deverá se confirmar, e decorre, como se sabe, do maior investimento nas estruturas e sistema educacional que motiva as práticas esportivas de atletismo, natação e outras, em contraste evidente com a realidade brasileira, onde não se adotou ainda uma política nacional para os esportes olímpicos que determina um grau de amadorismo e inconstância de todas as iniciativas em que pese o potencial de muitos atletas brasileiros, mas que, sem o devido amparo das estruturas de treinamento, especialmente, não basta para um melhor desempenho.