Vitor Hugo Zenatto

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O melhor Botafogo de todos os tempos

Este ano o time faz campanha extraordinária no brasileirão, acumulando, após 21 rodadas, nada menos que 51 pontos

A campanha do Botafogo, o time da estrela solitária, que já teve nada menos do que Garrincha e Jairzinho como craques vestindo a camisa desse tradicional time carioca, mas que padece de um jejum de título nacional desde 1995, quando ganhou pela última vez um campeonato brasileiro. Em 1999 perdeu a final na Copa do Brasil para o nosso Juventude, em pleno Maracanã lotado e vinha amargando passagens pela série B e participações fracas no campeonato nacional. Este ano, talvez pela situação de estar sendo dirigido por SAF – Sociedade Anônima de Futebol –, faz campanha extraordinária no brasileirão, acumulando, após 21 rodadas, nada menos que 51 pontos, com aproveitamento de mais de 80% e 11 pontos adiante do segundo colocado. O que surpreende é que o Botafogo tem equipe com jogadores longe de serem famosos ou diferenciados, mas muito eficiente, revelando bons nomes em esquema de jogo de alta velocidade na transição, muito assemelhado ao futebol de alto nível da Europa, implantado no Botafogo por técnicos também europeus. O virtual campeão brasileiro de 2023, além de trazer boas lições a outros times brasileiros pelo futebol praticado, assumiu o estádio Nilton Santos, antes com gestão pública, reformulando acomodações e implantando gramado artificial, que apesar disso está bem melhor do que se apresentava antes. A estrela solitária brilha de outra forma neste 2023.

O estranho mercado árabe do futebol

Os países árabes, especialmente do Oriente Médio, movidos a petrodólares, fazem um movimento impressionante ao investir quantias elevadíssimas para contratar celebridades do mundo do futebol para atuarem nos seus campeonatos locais. Curioso que os clubes que disputam tais campeonatos são, via de regra, criados e controlados pelos ricos governantes daqueles países, sendo que membros de uma mesma família são donos de vários clubes que disputam campeonatos na mesma liga. O nosso afamado Neymar passará a atuar pelo Al Hilal da Arábia Saudita, mas seguem o mesmo rumo craques como Benzema (ex Real Madrid), Mané (ex Liverpool) e o próprio Cristiano Ronaldo. Certamente a lógica ‘normal’ e o costume de os clubes de futebol surgirem de agremiações de esportistas, captação de sócios apaixonados pelas cores do seu clube em uma paixão que se prolonga por gerações, tanto que se tem inúmeros clubes centenários, inclusive no Brasil, não é a regra no mundo árabe, onde o grande poder econômico determina que se trate o futebol como uma atração em espetáculo simplesmente, retirando totalmente o caráter da disputa esportiva original e resumindo o esporte a um capricho entre parentes ricos. Se os contratos são maravilhosos do ponto de vista econômico dos atletas, a maioria em fim de carreira não serve, de modo algum, como modelo fora do ambiente milionário da realidade dos árabes mantidos pelo petróleo.