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Economia Criativa

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A Criatividade como Desenvolvimento Econômico

A Indústria Criativa como um setor econômico e como inspiração para as demais indústrias

Indústrias Criativas ou Setores Criativos são áreas de produção de conteúdo, bens culturais e prestação de serviços que possuem a Criatividade (com cê maiúsculo) como insumo primário de seus produtos. A Criatividade é a base, a matéria prima, a essência do processo e o resultado. Não é apenas usar a criatividade para criar algo, mas tê-la como núcleo do cotidiano. Por exemplo, criar uma vacina é importantíssimo, ainda mais com o que recém vivemos, mas não é o processo inato da maioria dos farmacêuticos, enquanto um músico/compositor não trabalha se não for criando canções ou versões, e sempre que pedirem algo, vai ser algo novo.
Flores da Cunha é uma cidade criativa, uma cidade que desenvolve sua Economia com base na criatividade.  Só que talvez ela ainda não saiba disso, afinal entender o que é Economia Criativa é um processo novo. São diversos termos, como Indústria Criativa, Economia Criativa, Indústria Cultural ou Economia da Cultura.
A Indústria, ou Economia, seja ela Criativa ou Cultural, tem sido objeto de discussão, pesquisa e realização de ações por parte da sociedade civil, da educação, do mercado e dos governos no Brasil na última década com uma intensidade notória. Estão acontecendo desde a implementação e o foco de políticas públicas para o crescimento destes setores até pequenas - mas significativas - mudanças que conceituam o zeitgeist (conjunto do clima intelectual e cultural do mundo, numa certa época, ou as características genéricas de um determinado período de tempo) desse movimento entre cultura, inovação e desenvolvimento, como as trocas de nome das Secretarias de Cultura no país para Secretaria de Cultura e Economia Criativa, como o caso de Porto Alegre.
Isso implica em qualificação dos atores desse ecossistema, seja de qualquer hélice. Precisa-se de massa crítica que possa pensar políticas das mais variadas taxonomias, como distributivas, para as necessidades pontuais, redistributivas, para equilibrar dinâmicas entre necessidades, regulatórias, para organizar setores em prol de um crescimento sustentável, e até mesmo constitutivas, quando ainda se precisa dar um passo atrás para construir os parâmetros para as novas políticas que não podem ser implementadas, pois necessitam de avanços institucionais primeiramente.
Para além de todos os conceitos, o que interessa, é que a Economia Criativa está aí, está aqui. Flores da Cunha possui o Comércio, a Arquitetura (representada pela Construção e Decoração) e a Moda (Vestuário) como segmentos em destaque e, ainda, na área de serviços, a Consultoria e a Comunicação em crescimento no último ano. Independente se os setores são criativos, temos que compreender que as ideias e os profissionais transversalizam os segmentos, tanto o setor Automotivo quanto o de Móveis dependem do Design e de novas ideias.
Ao olhar para Flores ou para os dados econômicos que caracterizam o município, eu desafio a quem não encontre pujança nas áreas que estamos descrevendo, que não veja o movimento das festividades, o crescimento da gastronomia, ou não perceba que existem inúmeros artistas, designers e publicitários trabalhando para marcar a cidade como um polo de bens culturais, de criatividade e de inovação. A complexidade traz uma reflexão, seja final ou inicial, para aqueles que se sentirem provocados: Conseguimos realizar um pacto entre governo, educação, mercado e sociedade para desenvolver uma cidade ainda mais cultural e criativa?

Saiba mais:

Na Inglaterra, no final da década de 1990, se determinou as primeiras listas de setores que compõem esse conceito, entre eles estão: Literatura, Artes Visuais, Artes Cênicas, Dança, Teatro, Festividades, Audiovisual, Fotografia, Jogos Digitais, Publicidade, Design, Moda e Arquitetura. Os conceitos diferem de governo para governo ou de órgão regulador em cada país, porém se mantêm quase na sua totalidade os mesmos. Ainda junto desses existem complexidades que adicionam outros setores próximos.

Dr. Cristiano Max Pereira Pinheiro
Coordenador do Mestrado em Indústria Criativa
Universidade Feevale