Rouglan Uliana

Rouglan Uliana

Ensaio Político

"É estudante de Bacharel em Ciência Política pela Uninter e membro do Students For Liberty Brasil. Trabalha como produtor de eventos e comerciante. É engajado na causa política".

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Funcionalismo

Na rua, munícipes abordaram este colunista questionando o que estava acontecendo na política do município

Na sessão da última segunda-feira, dia 24, os beneficiados foram os funcionários públicos do município de Flores da Cunha. Entre os projetos aprovados em favor dos servidores estava o vale-transporte no valor de R$ 140 e o vale-alimentação, que anteriormente tinha o valor de cerca de R$ 292, e passou para R$ 600. Outro projeto aprovado é o que concede reposição salarial de 12,67% aos proventos dos servidores públicos municipais. 

Vereador

A terça-feira, dia 25, foi marcada por notas de esclarecimentos. A primeira foi divulgada no final da tarde pelo vereador Horácio Rech, do PSB. O edil se manifestou em virtude de sua ausência na votação polêmica da criação dos CCs. O vereador destacou que a justificativa para não estar presente na votação se deu por vários motivos, entre eles, a falta de debate para aprovação de projetos. A nota evidenciou que áreas importantes como saúde e obras, as quais necessitavam de mais pessoas, foram as menos contempladas na reforma administrativa que, em contrapartida, insere mais cargos na área administrativa e menos, na área operacional. Rech ainda citou a incoerência com o uso do dinheiro público: “Se não havia recursos para os aposentados, como surgiram os recursos para os novos cargos?”, questionou. O vereador também destacou que a falta de parte dos vereadores impossibilitaria o quórum necessário para a votação da mesma, ou seja, dois terços de um total de nove vereadores de presença, conforme § 1°do Art.  61. do regimento interno da Câmara de Vereadores.

Oposição

Após a nota do vereador Horário Rech, do PSB, foi a vez do MDB de Flores da Cunha emitir uma nota oficial de esclarecimento pela ausência de seus vereadores na votação dos CCs, na terça-feira, dia 25. Em sua introdução o comunicado enaltecia que a ausência era uma atitude coletiva dos vereadores do MDB de impedir um “disparate” (algo absurdo ou fora da realidade) dos gastos públicos municipais. O MDB destacou que não é contra os cargos efetivamente necessários e que, inclusive, votou a favor do projeto que criou os 48 cargos. Na carta, aberta à comunidade, foi citado o momento difícil vivido nos últimos dois anos da pandemia, as vidas ceifadas, os empregos perdidos, os comércios e os empreendimentos que foram fechados, as dificuldades e a inflação que assombra e está inserida no cotidiano. Em nota destacada pelo MDB, a carta reitera: “Somos contrários a essa atitude, pois sabemos como administrar o nosso município e não tem a necessidade da criação de 28 novos cargos para apadrinhamentos políticos”. 

Governo

Nas redes sociais o Partido Progressistas, sigla do prefeito municipal, também saiu em defesa de seus projetos enviados para o legislativo, o PP lamentou a atitude dos vereadores do MDB e do PSB pela ausência na votação dos CCs. A nota reiterava que na história política, mesmo sendo minoria e oposição, os vereadores do partido nunca se ausentaram. Ainda destacaram que a emenda apresentada por um dos vereadores do MDB era inconstitucional, onde caracterizaram-no como despreparado, desconhecedor do legislativo e incoerente.

Povo

Outro fato que resultou em reclamações de um grande número de munícipes foram os horários das votações na Câmara de Vereadores, que foram realizadas no meio da tarde. Um horário fora do habitual e, principalmente, um horário de trabalho. Projetos polêmicos costumam encher o plenário, mas, mesmo assim, devem ser feitos nos mesmos horários das sessões ordinárias e sempre necessitam de um bom debate, principalmente com o povo e na “casa do povo”, que tem por slogan “Decidir juntos para decidir melhor”. 

Cargos

Na rua, munícipes abordaram este colunista que vos escreve, questionando: O que estava acontecendo na política do município? A indignação da população com a criação dos CCs já era esperada, pois este tipo de projeto sempre gera polêmica. É logico que devemos ser racionais e entender que a cidade cresce diariamente e isso resulta em mais serviços e demandas que necessitam ser prestados à população. Serviços precisam, logicamente, de pessoas que os executem, surgindo mais postos de trabalho. Até este ponto acredito que você, leitor, concorda que um cargo útil pode ser aceito e se faz necessário, tanto que na segunda-feira, dia 24, foram aprovados – tanto por situação como oposição – projetos nos quais foram extintos 66 cargos e criados outros 48, que vão atender áreas como saúde e administração. Porém, sobre o projeto de criação dos CCs, talvez seja o momento de escutar o clamor das ruas e realmente reavaliá-lo. Para o momento, foi assertiva a decisão do Executivo em recuar de algo que pode ser mais discutido com a população.