Comunicação em transformação
Foram 192 colunas de informação política que, com muito amor e dedicação escrevi para você, leitor, levando a notícia com isenção e imparcialidade
Meus nobres leitores, confesso que esta foi uma coluna difícil de escrever.
Aliás, posso salientar que minha trajetória no mundo da imprensa começou ainda antes desta coluna. Em modo irônico, posso afirmar que tive uma ‘evolução no jornal’, pois passei de passarinho para colunista, ainda antes de receber o convite dos fundadores Roque Zin e Carlos Raimundo Paviani para assumir esta coluna.
Muitos me chamam de jornalista, fico até emocionado em ser chamado assim, todavia o elogio é injusto, mas foram inúmeras as vezes como a que vos escrevo aqui, na qual tive que explicar que não tive o privilégio de ter um diploma de jornalismo, sou um estudioso na área da ciência política. Por mais que seja diário o estudo pela história e evolução dos meios de comunicação, e a paixão pela comunicação seja grande, não sou jornalista, mas um simples colunista. E acreditem, já fui chamado até de comunista.
Talvez alguns não saibam, mas sou um dos maiores frequentadores da Câmara de Vereadores em nosso município, onde assisti as primeiras sessões ainda em fevereiro de 2005, época do então prefeito Renato Cavagnolli (MDB). Alguns me questionavam, na época: “Para que perder tempo assistindo os vereadores, ou perder tempo com política?” A falta da participação torna-se um ato falho do dever da cidadania, a participação do cidadão é fundamental para a construção de uma sociedade mais inclusiva, democrática e desenvolvida. Aliás, quando escuto falar sobre não participar da política, recordo-me de uma frase de Platão com os seguintes dizeres: “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam”.
Meio suspeito em falar, mas acho que quando nos referimos aos poderes da política, seja Executivo, Legislativo ou Judiciário, conceitos estes criados pelo filósofo francês Montesquieu, que influenciou até mesmo a criação da democracia nos EUA, o que mais me chama atenção, e talvez seja o mais importante poder, é o Legislativo, pois é nesta esfera onde tudo é questionado, debatido, pensado, onde os conceitos divergentes se encontram, e onde há grandes debates; um poder crucial para a verdadeira democracia, que deve ser sólida e robusta.
Tive a oportunidade de prestigiar grandes e importantes debates com temas polêmicos em decisões significativas para o município, sendo a pauta inúmeras vezes disputada por duas faces opostas, sempre analisando os dois lados da moeda e internamente me questionando sobre quem estava certo. Decisões tomadas há anos, ou melhor, como diz o ditado, o tempo dirá, mostraram quais decisões estavam certas ou erradas e foram importantes para nossa sociedade, tanto politicamente quanto economicamente.
Não sou historiador, muito menos escritor, mas posso, com alegria, dizer que por meio desta coluna escrevi os fatos e a história da política de nosso município através de suas grandes decisões. Talvez, você leitor, tenha a impressão de que essa possa ser uma coluna de despedida, mas não é, muito pelo contrário, a notícia política terá continuidade de outras formas. Então não é um adeus, mas um até logo. Sinto que o dever em informar as pessoas politicamente ainda é muito longo, em poder levar a informação que impacta diariamente na vida dos munícipes de Flores da Cunha, fazendo com que vocês possam refletir e analisar, e assim como a imprensa, estar sempre de forma atenta às decisões que regram nosso cotidiano. Foram 192 colunas de informação política que, com muito amor e dedicação escrevi para você, leitor, levando a notícia com isenção, imparcialidade, assim como deve, com naturalidade, ser um veículo de comunicação. Para cada um de vocês, leitores, que me acompanharam nas sextas-feiras pela manhã, recebendo a notícia ainda longe do celular, mas com o cheiro de papel de jornal em mãos, a partir de hoje mudamos a forma de nos comunicar. Mas fica aqui o meu muito obrigado a cada um de vocês!