Quando digo da população em geral me refiro às pessoas que não estejam ligadas direta ou indiretamente com a administração

Na quarta-feira, dia 9, ocorreu no auditório da Escola São José a Audiência Pública que trata da estrutura administrativa da prefeitura. O evento foi acompanhado por cerca de 90 pessoas. Boa parte dos presentes eram vereadores, secretários, filiados aos partidos políticos da base do governo, parentes dos envolvidos com os governistas e, quem sabe, até mesmo possíveis nomes que poderão fazer parte da equipe administrativa caso o projeto venha a ser aprovado pelo Legislativo. Não poderia faltar, é claro, a oposição que ocupou algumas cadeiras no fundo do auditório, representada pelos quatro vereadores, sendo os três do MDB, Ademir Barp, Guga Forlin e Vitório Dalcero, acompanhados do vereador do PSB, Horácio Rech. O cronograma previsto para a audiência era de cerca de 50 minutos para apresentação da proposta e o restante do tempo seria aberto para perguntas, porém quase não houve perguntas. Duas pessoas se manifestaram apenas, sendo uma delas o ex-vereador Jatir Mosquer, que criticou o modo como a atual administração vem se comunicando com a comunidade e, ainda, opinou dizendo que os secretários têm a missão de elaborar os projetos estratégicos. Outra pessoa questionou o motivo de não ser criada uma pasta específica para o Meio Ambiente. Durante a apresentação do projeto, o prefeito municipal, César Ulian (Progressistas), apresentou as demandas necessárias em cada pasta de acordo com suas singularidades e realidades e apontou os números de pessoas que seriam necessárias para suprir tais demandas na prestação de serviços. César destacou que dos 26 cargos que seriam criados, apenas 16 serão nomes novos, e os outros 10 serão de pessoas que já atuam no Executivo, porém seriam transformados em FGs. Ainda foi destacada a necessidade de serem apresentados resultados por parte do time do secretariado, caso contrário os nomes poderiam ser trocados como exemplo do ex-secretário de Turismo que teve de deixar o cargo por não entregar os resultados esperados, conforme foi revelado durante a explanação. 
Uma audiência pública é sempre importante, porém não é de hoje que a população pouco participa. Mas você, leitor, deve estar se perguntando: mas o colunista não disse que o auditório estava praticamente lotado? Sim, estava, porém não da população em geral. Quando digo da população em geral me refiro às pessoas que não estejam ligadas direta ou indiretamente com a administração. 

Brasília

No uso da tribuna do grande expediente o vereador Horácio Rech (PSB) trouxe um assunto que vem sendo polêmica nos bastidores. Segundo o relato do vereador, na viagem para Brasília nos últimos dias, o edil divulgou que teve uma decepção ao visitar o deputado federal Ubiratan Sanderson (PSL). O motivo da frustação? O vereador destacou que no ano passado esteve em contato com o deputado estadual Paparico Bachi (PL), que é defensor das APAEs e que o parlamentar, no momento, não tinha recursos para o auxílio à APAE local, mas que estaria ajudando através do intermédio do deputado federal Ubiratan Sanderson. Rech disse que foi solicitada uma emenda no valor de R$ 100 mil e que, no momento de oficializar e direcionar o recurso, não foi possível realizar o tal feito, pois a APAE estava com pendência na documentação junto ao Ministério do Desenvolvimento, inviabilizando a emenda, e que havia sido informado pelo gabinete do deputado Paparico que foi perdido o prazo e que o valor também havia sido perdido, ainda frisando que a prefeitura, que deveria ter efetuado o envio dos relatórios para o Ministério do Desenvolvimento, não o fez, impossibilitando a APAE de receber recursos federais.

Resposta

Após a fala do vereador Horácio no grande expediente, a vereadora Silvana De Carli (Progressistas) rebateu as afirmações do vereador referentes à APAE: “Quero lamentar a fala do vereador Horácio na tribuna, sentimos com tristeza essa forma de conduzir uma situação e de querer colocar a administração contra uma entidade importante do nosso município”. Silvana disse que gostaria de esclarecer algumas coisas junto ao vereador e questionou se ele tinha a cópia da emenda que teria sido destinada ao município. Segundo a vereadora, em 2017 foi o último ano em que a APAE passou informações para a administração para a atualização do cadastro.