Visões de uma guerra
Na Coréia do Sul, ocorreu a conferência ministerial do G-20...
Na Coréia do Sul, ocorreu a conferência ministerial do G-20, preparatória para a cúpula dos chefes de governo, no mês que vem. Em debate, o temor de uma guerra comercial, que seria provocada pela atual farra cambial. Como o real é a moeda, hoje, mais valorizada em relação ao dólar, os produtos brasileiros estão cada vez mais caros, lá fora, e os produtos importados, cada vez mais baratos, aqui dentro. O Brasil já está perdendo essa guerra. Ocorre que o G-20 não passa de uma Torre de Babel e cada um fala uma língua, no trato de qualquer assunto. A ideia de um pacto no câmbio não passa de mais uma ilusão que poderá gerar muita discussão, com possibilidades remotas de se chegar a uma solução. Interessante são as visões manifestadas por alguns dos participantes.França
De acordo com a ministra da Economia, o encontro evitou uma guerra cambial e sinalizou na direção da reforma do sistema monetário internacional. A conclusão parte da premissa que a guerra não existe, o que é desmentido pelos fatos. No foco dos debates está a China e sua política cambial. Na visão dos Franceses, o impacto no Euro é causado pelo crescimento dos mercados emergentes e pela China, o volume de emissão de dólares por parte dos Estados Unidos não fez parte da análise.
Brasil
Na visão do Ministro da Fazenda brasileiro, o grande avanço é reconhecer que está ocorrendo uma guerra cambial. Isto pode ser verificado pela compra de reservas por parte de vários países e a adoção de mecanismos de proteção. O reconhecimento de que isso ocorre, teoricamente, torna mais fácil administrar a solução. Segundo o ministro as medidas tomadas pelo Brasil recentemente são as armas de “pequeno calibre”, ainda há muito arsenal a ser usado.
Mais um acordo
Para tentar dar um rumo para a Torre de Babel em que se tornou o encontro dos ministros das finanças, foi firmado um acordo entre os países do G-20 (os vinte mais ricos do mundo) para reduzir desequilíbrios comerciais, assumindo o compromisso de não desvalorizarem artificialmente as suas moedas. Além disso, eles se comprometem a valorizar gradualmente as moedas através de excedentes comerciais e sem medidas protecionistas. Acontece que não foram fixadas metas e nem estabelecidos prazos, o que deixa muitas dúvidas. Será que é um acordo sério? Ou apenas uma carta de intenções? A segunda opção parece a mais correta, pois nesta semana a expectativa de vários economistas é de mais uma enxurrada de dólares no mercado, o que vai depreciar ainda mais a moeda americana.